sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | ‘Thor: Amor e Trovão’ é a MELHOR aventura infantil dos últimos anos

Estreia nesta quinta (7), o quarto filme do Deus do Trovão, fazendo do asgardiano o primeiro personagem do MCU a romper a “barreira” dos três filmes. Novamente dirigido por Taika Waititi, Thor: Amor e Trovão mostra o destino do ‘Vingador Mais Forte’ após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019). Na trama, ele viaja pelo espaço com os Guardiões da Galáxia até que a ameaça de um vilão que está vagando por aí atrás dos diversos deuses do universo o tira da rotina e o leva em uma aventura na qual ele será exposto ao seus piores pesadelos.

Antes de falar sobre o filme em si, vale ressaltar um pouco da franquia. Com praticamente uma nova direção a cada aparição nos cinemas, a franquia do Thor sofreu demais com uma falta de coesão entre seus filmes. Dava a sensação de que ele aprendia uma lição em um longa e na aparição seguinte já havia esquecido tudo que viveu anteriormente. Dito isso, goste você ou não do rumo que o Deus do Trovão tomou com a chegada de Taika Waititi deu ao protagonista uma personalidade mais galhofa e isso agora dita os rumos da saga. Essa parte mais escrachada, inclusive, foi o que dividiu tanto as opiniões acerca de Thor: Ragnarok (2017). Há quem ame e há quem odeie. O lado bom é que os fãs de Ragnarok provavelmente vão adorar Amor e Trovão e os que não curtiram tanto o terceiro filme talvez gostem mais desse aqui por já saberem melhor o que esperar.



Diferentemente do longa anterior, que ainda tentava manter uma dramaticidade momentânea conflitante com todo o humor no entorno, Thor: Amor e Trovão assume logo de cara ser um filme infantil com aquela roupagem anos 80 que fez com que muitas gerações se apaixonassem pelo cinema. Tudo no filme é exageradamente colorido, o que funciona bem demais. E apesar de ter humor incessante, fica a sensação de que o timing cômico de Taika está melhor agora, dando ainda mais ‘match’ com o estilo de humor de Chris Hemsworth, que sequer sente mais o peso do Thor.

Para os fãs dos Guardiões da Galáxia, a breve aparição do grupo já vai ser o suficiente para matar a saudade e deixá-los ansiosos para o próximo filme. Mas, como o próprio Thor e o Peter Quill (Chris Pratt) discutem no início do longa, a história é sobre amor e suas diferentes formas. Não apenas o amor romântico, mas o platônico e as dificuldades de manifestá-lo nas situações adversas. Não é por acaso que o filme traz de volta a ex-namorada do protagonista, Jane Foster (Natalie Portman), e sua antiga arma/ melhor amigo, o Mjölnir. Romper essas relações sem resolvê-las é apenas mais uma forma de dor suprimida do herói, e lá no fundo, é sobre isso que a história trata, mesmo que embalada por muita diversão e Guns N’ Roses.

Esse jeitão oitentista de visual, comédia e trilha musical faz o longa assumir logo de cara que é um filme infantil. Se esse filme tivesse sido lançado no auge dos meus dez anos de idade, sairia da sessão com a sensação de ter visto o melhor filme do mundo. Isso provavelmente não vai agradar a todos, já que Thor: Amor e Trovão passa longe de ser revolucionário ou épico quanto alguns dos sucessos da casa. No entanto, é uma aventura muito divertida e bem feita.

Apesar de ter causado muito furor quando apareceu no trailer, a Poderosa Thor (Natalie Portman) não chega a assumir um papel de protagonista, mas também tem um desenvolvimento muito maior e melhor do que uma coadjuvante. Seu arco é interessante e trouxe uma nova vida à personagem que foi tratada de forma tão superficial e aborrecida nos longas anteriores. Sem contar que a dinâmica de uma humana assumindo o papel de um deus casou bem demais com a proposta cômica do projeto.

Mesmo assim, o protagonismo feminino vem de forma natural. O que uma minoria vai chorar como “lacração” é inserido de forma orgânica na trama, assim como é na vida mesmo, e ajuda a construir as relações entre Jane, Valquíria (Tessa Thompson) e até o desengonçado guerreiro Korg (Taika Waititi) com a loucura dessa aventura espacial.

Sobre o vilão, o Gorr de Christian Bale é irretocável. Quer dizer, a atuação de Bale é diferenciada, mas o personagem em si acaba sendo uma vítima do único grande ponto negativo deste longa: o roteiro. O vilão é introduzido ao melhor estilo A Paixão de Cristo, com alguns bons minutos de tela para trazer sua história de origem. No entanto, ele acaba ficando ofuscado ao longo do filme pelos gracejos e pela ação. É como se a própria trama esquecesse do seu vilão por um tempinho e usasse algumas conveniências para levá-lo ao clímax contra os heróis.

E isso frustra um pouco porque a atuação de Bale é realmente muito boa, e o próprio filme chega a flertar com a ideia de que ele talvez não esteja tão errado assim – afinal, ele quer matar os deuses porque essas entidades são arrogantes e abusam da fé alheia enquanto só querem saber de si e de sacanagem -, mas acaba que isso não é desenvolvido de forma satisfatória. E quando chega ao ápice, fica tudo muito corrido.

De qualquer forma, mesmo com o roteiro não sendo lá essas maravilhas, o filme consegue se sustentar com o carisma e um visual fantástico. A direção não chama tanta atenção, apesar de ter um dinâmica interessante. É um filme que não tenta reinventar a roda, mas faz seu “arroz com feijão” de forma bem satisfatória. Ao melhor estilo “Trapalhões“, é uma aventura que deve fazer bastante sucesso entre os fãs do longa anterior e deve despertar o interesse pelo cinema na molecada com seu jeitão jovem e divertido.

Nota: 7,5.

Thor: Amor e Trovão estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas do Brasil.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Antes de falar sobre o filme em si, vale ressaltar um pouco da franquia. Com praticamente uma nova direção a cada aparição nos cinemas, a franquia do Thor sofreu demais com uma falta de coesão entre seus filmes. Dava a sensação de que ele aprendia uma lição em um longa e na aparição seguinte já havia esquecido tudo que viveu anteriormente. Dito isso, goste você ou não do rumo que o Deus do Trovão tomou com a chegada de Taika Waititi deu ao protagonista uma personalidade mais galhofa e isso agora dita os rumos da saga. Essa parte mais escrachada, inclusive, foi o que dividiu tanto as opiniões acerca de Thor: Ragnarok (2017). Há quem ame e há quem odeie. O lado bom é que os fãs de Ragnarok provavelmente vão adorar Amor e Trovão e os que não curtiram tanto o terceiro filme talvez gostem mais desse aqui por já saberem melhor o que esperar.

Diferentemente do longa anterior, que ainda tentava manter uma dramaticidade momentânea conflitante com todo o humor no entorno, Thor: Amor e Trovão assume logo de cara ser um filme infantil com aquela roupagem anos 80 que fez com que muitas gerações se apaixonassem pelo cinema. Tudo no filme é exageradamente colorido, o que funciona bem demais. E apesar de ter humor incessante, fica a sensação de que o timing cômico de Taika está melhor agora, dando ainda mais ‘match’ com o estilo de humor de Chris Hemsworth, que sequer sente mais o peso do Thor.

Para os fãs dos Guardiões da Galáxia, a breve aparição do grupo já vai ser o suficiente para matar a saudade e deixá-los ansiosos para o próximo filme. Mas, como o próprio Thor e o Peter Quill (Chris Pratt) discutem no início do longa, a história é sobre amor e suas diferentes formas. Não apenas o amor romântico, mas o platônico e as dificuldades de manifestá-lo nas situações adversas. Não é por acaso que o filme traz de volta a ex-namorada do protagonista, Jane Foster (Natalie Portman), e sua antiga arma/ melhor amigo, o Mjölnir. Romper essas relações sem resolvê-las é apenas mais uma forma de dor suprimida do herói, e lá no fundo, é sobre isso que a história trata, mesmo que embalada por muita diversão e Guns N’ Roses.

Esse jeitão oitentista de visual, comédia e trilha musical faz o longa assumir logo de cara que é um filme infantil. Se esse filme tivesse sido lançado no auge dos meus dez anos de idade, sairia da sessão com a sensação de ter visto o melhor filme do mundo. Isso provavelmente não vai agradar a todos, já que Thor: Amor e Trovão passa longe de ser revolucionário ou épico quanto alguns dos sucessos da casa. No entanto, é uma aventura muito divertida e bem feita.

Apesar de ter causado muito furor quando apareceu no trailer, a Poderosa Thor (Natalie Portman) não chega a assumir um papel de protagonista, mas também tem um desenvolvimento muito maior e melhor do que uma coadjuvante. Seu arco é interessante e trouxe uma nova vida à personagem que foi tratada de forma tão superficial e aborrecida nos longas anteriores. Sem contar que a dinâmica de uma humana assumindo o papel de um deus casou bem demais com a proposta cômica do projeto.

Mesmo assim, o protagonismo feminino vem de forma natural. O que uma minoria vai chorar como “lacração” é inserido de forma orgânica na trama, assim como é na vida mesmo, e ajuda a construir as relações entre Jane, Valquíria (Tessa Thompson) e até o desengonçado guerreiro Korg (Taika Waititi) com a loucura dessa aventura espacial.

Sobre o vilão, o Gorr de Christian Bale é irretocável. Quer dizer, a atuação de Bale é diferenciada, mas o personagem em si acaba sendo uma vítima do único grande ponto negativo deste longa: o roteiro. O vilão é introduzido ao melhor estilo A Paixão de Cristo, com alguns bons minutos de tela para trazer sua história de origem. No entanto, ele acaba ficando ofuscado ao longo do filme pelos gracejos e pela ação. É como se a própria trama esquecesse do seu vilão por um tempinho e usasse algumas conveniências para levá-lo ao clímax contra os heróis.

E isso frustra um pouco porque a atuação de Bale é realmente muito boa, e o próprio filme chega a flertar com a ideia de que ele talvez não esteja tão errado assim – afinal, ele quer matar os deuses porque essas entidades são arrogantes e abusam da fé alheia enquanto só querem saber de si e de sacanagem -, mas acaba que isso não é desenvolvido de forma satisfatória. E quando chega ao ápice, fica tudo muito corrido.

De qualquer forma, mesmo com o roteiro não sendo lá essas maravilhas, o filme consegue se sustentar com o carisma e um visual fantástico. A direção não chama tanta atenção, apesar de ter um dinâmica interessante. É um filme que não tenta reinventar a roda, mas faz seu “arroz com feijão” de forma bem satisfatória. Ao melhor estilo “Trapalhões“, é uma aventura que deve fazer bastante sucesso entre os fãs do longa anterior e deve despertar o interesse pelo cinema na molecada com seu jeitão jovem e divertido.

Nota: 7,5.

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