domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Time do Coração – Adam Sandler produz EMOCIONANTE filme ruim que é a cara do Adam Sandler

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Qual é a primeira coisa que vem à sua cabeça quando você pensa em Adam Sandler? Os filmes em que ele era o galã de Drew Barrymore? A escatologia de pum/cocô/vômito na maioria de seus filmes? Personagens bobalhões que se vestem como turistas e, mesmo sendo adultos, agem como crianças? Piadas e situações idiotas que fazem rir pelo constrangimento em cena? Pois bem, agora junte tudo isso e um grupo emocionante de crianças em um filme inspirado em história real. Assim é ‘Time do Coração’, novo lançamento da Netflix que vem frequentando o Top 10 desde sua estreia.



Depois de ganhar o Super Bowl no ano de 2012, o treinador Sean Payton (Kevin James) foi suspenso por acusação de violência e teve que se afastar da liga. Enquanto recorre em juízo, Payton decide ir até a cidade natal de seu filho, Connor (Tait Blum) passar um tempo com o menino. Lá chegando, Payton percebe que o time de futebol americano em que seu filho joga é repleto de crianças talentosas, porém mal orientadas porque o treinador, Mitch Bizone (Gary Valentine), é um bêbado, e seu assistente, Troy (Taylor Lautner), não tem experiência o suficiente para passar para a pimpolhada. Juntando a vontade de passar um tempo com seu filho e tentar ser útil fazendo o que ama, Payton topa treinar o time juvenil dos Warriors.

Em pouco mais de uma hora e meia de duração o espectador se depara com um roteiro confuso e uma direção completamente distraída. Chris Titone e Keith Blum partem sua história do herói que tudo perde e encontra redenção numa cidade do interior, ao compartilhar seu conhecimento. Ok. Embora baseado em uma história real (o verdadeiro Sean Payton aparece no filme, inclusive nos pós-créditos), parece que o roteiro teve preguiça de desenvolver determinados pontos com medo de se inclinar demais no gênero dramático (por exemplo, na relação pai-filho, cujo conflito não é desenvolvido e se resolve com meia dúzia de falas; ou a redenção final, que literalmente acontece sem nenhuma cena prévia que indique ao espectador que a briga judicial estava sendo favorável ao protagonista: a história simplesmente o leva de volta ao seu lugar, dando a volta por cima sem explicar como).

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Também os diálogos são esquisitos, com comentários aleatórios que não fazem sentido, bem como o tal treinador Bizone, que além de não ter graça, não tem lugar no filme e gera até certo incômodo, parecendo realmente ter algum tipo de problema enquanto a turma toda ri dele. Por outro lado, o núcleo infantil do filme de Charles Kinnane e Daniel Kinnane tem muito entrosamento e é gostoso de assistir: a gente fica de fato torcendo para aquela molecada vencer e não perder a alegria de jogar.

Contraditório e confuso, ‘Time do Coração’ tem todas as características de um filme de Adam Sandler (vômito, escatologia, piada de conteúdo sexual, piada bobaloide, adultos que agem como criança, mulheres bonitas dando em cima de perdedores, etc), mas sem ele no elenco – apenas na produção. Mas, tem a esposa dele, Jackie Sandler, no papel da esposa de um dos grandes amigos de Adam no trabalho: Rob Schneider. Ou seja, é um filme totalmente do Adam Sandler, mas sem Adam Sandler.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Depois de ganhar o Super Bowl no ano de 2012, o treinador Sean Payton (Kevin James) foi suspenso por acusação de violência e teve que se afastar da liga. Enquanto recorre em juízo, Payton decide ir até a cidade natal de seu filho, Connor (Tait Blum) passar um tempo com o menino. Lá chegando, Payton percebe que o time de futebol americano em que seu filho joga é repleto de crianças talentosas, porém mal orientadas porque o treinador, Mitch Bizone (Gary Valentine), é um bêbado, e seu assistente, Troy (Taylor Lautner), não tem experiência o suficiente para passar para a pimpolhada. Juntando a vontade de passar um tempo com seu filho e tentar ser útil fazendo o que ama, Payton topa treinar o time juvenil dos Warriors.

Em pouco mais de uma hora e meia de duração o espectador se depara com um roteiro confuso e uma direção completamente distraída. Chris Titone e Keith Blum partem sua história do herói que tudo perde e encontra redenção numa cidade do interior, ao compartilhar seu conhecimento. Ok. Embora baseado em uma história real (o verdadeiro Sean Payton aparece no filme, inclusive nos pós-créditos), parece que o roteiro teve preguiça de desenvolver determinados pontos com medo de se inclinar demais no gênero dramático (por exemplo, na relação pai-filho, cujo conflito não é desenvolvido e se resolve com meia dúzia de falas; ou a redenção final, que literalmente acontece sem nenhuma cena prévia que indique ao espectador que a briga judicial estava sendo favorável ao protagonista: a história simplesmente o leva de volta ao seu lugar, dando a volta por cima sem explicar como).

Também os diálogos são esquisitos, com comentários aleatórios que não fazem sentido, bem como o tal treinador Bizone, que além de não ter graça, não tem lugar no filme e gera até certo incômodo, parecendo realmente ter algum tipo de problema enquanto a turma toda ri dele. Por outro lado, o núcleo infantil do filme de Charles Kinnane e Daniel Kinnane tem muito entrosamento e é gostoso de assistir: a gente fica de fato torcendo para aquela molecada vencer e não perder a alegria de jogar.

Contraditório e confuso, ‘Time do Coração’ tem todas as características de um filme de Adam Sandler (vômito, escatologia, piada de conteúdo sexual, piada bobaloide, adultos que agem como criança, mulheres bonitas dando em cima de perdedores, etc), mas sem ele no elenco – apenas na produção. Mas, tem a esposa dele, Jackie Sandler, no papel da esposa de um dos grandes amigos de Adam no trabalho: Rob Schneider. Ou seja, é um filme totalmente do Adam Sandler, mas sem Adam Sandler.

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