sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Tom & Jerry: O Filme diverte e entretém seu público-alvo: as crianças

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Tom & Jerry, o clássico desenho animado criado por William Hanna e Joseph Barbera e com a sua primeira exibição em 1940, chegou aos cinemas. Mesmo após tantos anos, a história da famosa dupla se manteve em evidência década após década, conquistando assim o carinho de diversas gerações. Desta vez, o holofote está ainda mais forte, visto que agora o público pode acompanhar uma aventura através de um filme.

A obra mistura animação com live-action, tal qual já ocorrera em outras produções como Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988), Space Jam (1996) e, mais recentemente, Sonic (2020). Apesar da semelhança de estrutura, em Tom & Jerry a junção destes dois mundos não funciona tão bem. A interação entre personagens reais e os animados não soa orgânico se comparado aos três exemplos apresentados. Aqui já há uma primeira quebra ao público um pouco mais velho, que tende a ter uma maior dificuldade de imersão nesse mundo. Para as crianças, provavelmente não será um problema.



Outro ponto em relação aos espectadores é que o filme é claramente direcionado ao público infantil. Isso parece ser uma constatação óbvia, mas não necessariamente deveria ser. O desenho de Tom & Jerry consegue atingir facilmente um público, no mínimo, adolescente, devido a sua linguagem mais ácida em diversos momentos e mensagens subliminares que só ficam claras quando a pessoa fica mais velha, com certa experiência de vida. Isso sem falar da famosa violência. Tom & Jerry já foi por muitas vezes associado a um conteúdo politicamente incorreto. Já no filme, o tom (com o perdão do trocadilho) é muito mais leve, com uma linguagem de fácil acesso às crianças.

Visando esse direcionamento, temos a personagem principal do filme: Kayla, interpretada por Chloë Grace Moretz. A jovem atriz, famosa principalmente por dar vida a Hit-Girl em Kick Ass consegue sustentar bem a história do longa. A personagem precisa provar a si mesmo e aos outros que é capaz e eficiente em suas tarefas e, ao trabalhar em um hotel após roubar o currículo de uma candidata extremamente qualificada, cruza seu objetivo com a clássica rivalidade da dupla que dá nome ao filme, o que dá origem a todos os conflitos da obra.

Para compor a trama principal, Michael Peña faz muito bem o papel do antagonista Terrance. Com uma forte veia cômica, o ator consegue divertir mesmo em suas falas que não sejam exatamente engraçadas. Peña faz um ótimo contraponto com Chloe e assim Kayla e Terrance conseguem manter o público atento mesmo quando não há a presença de Tom e Jerry nas cenas. Sim, a linguagem do filme é leve e não segue exatamente o tipo de conteúdo do desenho animado, mas ainda assim funciona em diversos momentos. Para as crianças – que é o alvo final do longa -, dá certo.

Porém, o que, infelizmente, não dá tanto certo é a trilha sonora do longa, que é um dos maiores pontos fortes do desenho. Na animação tradicional, há a inserção de Músicas Clássicas cativantes de forma orgânica nas cenas, o que dá um tom muito mais grandioso e épico mesmo que o esteja ocorrendo entre a dupla seja algo banal como uma perseguição pela casa. Na adaptação, a trilha é esquecível e deixa de ser um bônus aos momentos entre Tom e Jerry. O mais próximo a isso é o momento em que Tom começa a tocar piano em situações pontuais, porém não tão eficiente e não tão bem inserido como no desenho animado.

O longa acerta em manter bem estabelecido a relação entre os dois nomes principais. Tom e Jerry, apesar de toda a perseguição, rivalidade e histórico, não se odeiam totalmente. Em diversos episódios do desenho, o público pode acompanhar um fair play entre eles em situações que vão além do “jogo” entre eles. No filme, o mesmo ocorre. Há espaço para todos poderem ver que eles, sim, podem se dar bem, mesmo que não por muito tempo. Para que isso aconteça no longa, Kayla faz a ponte entre eles. Inclusive a própria personagem consegue unir os dois e enxergar que não há um ódio cego entre o gato e o rato.

O filme flerta pontualmente com alguns pseudo-dramas, como a de um casal hospedado no hotel em que se passa a história e aqui a obra perde um pouco da força, sendo assim o plot mais desinteressante do longa. Felizmente, estas cenas não são longas e o público pode voltar a atenção à Tom, Jerry, Kayla e Terrance.

Com um tom completamente despretensioso, Tom & Jerry: O Filme foge um pouco de alguns de seus elementos clássicos e tem uma linguagem direcionada a um público mais jovem do que o habitual, mas ainda assim consegue divertir em alguns momentos e tem em Kayla e Terrance dois bons pilares para segurar a obra quando Tom e Jerry não estão em tela. O filme não consegue atingir o grau de excelência de outras obras envolvendo animação e live-action, mas está longe de ser uma bomba.

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Tom & Jerry, o clássico desenho animado criado por William Hanna e Joseph Barbera e com a sua primeira exibição em 1940, chegou aos cinemas. Mesmo após tantos anos, a história da famosa dupla se manteve em evidência década após década, conquistando assim o carinho de diversas gerações. Desta vez, o holofote está ainda mais forte, visto que agora o público pode acompanhar uma aventura através de um filme.

A obra mistura animação com live-action, tal qual já ocorrera em outras produções como Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988), Space Jam (1996) e, mais recentemente, Sonic (2020). Apesar da semelhança de estrutura, em Tom & Jerry a junção destes dois mundos não funciona tão bem. A interação entre personagens reais e os animados não soa orgânico se comparado aos três exemplos apresentados. Aqui já há uma primeira quebra ao público um pouco mais velho, que tende a ter uma maior dificuldade de imersão nesse mundo. Para as crianças, provavelmente não será um problema.

Outro ponto em relação aos espectadores é que o filme é claramente direcionado ao público infantil. Isso parece ser uma constatação óbvia, mas não necessariamente deveria ser. O desenho de Tom & Jerry consegue atingir facilmente um público, no mínimo, adolescente, devido a sua linguagem mais ácida em diversos momentos e mensagens subliminares que só ficam claras quando a pessoa fica mais velha, com certa experiência de vida. Isso sem falar da famosa violência. Tom & Jerry já foi por muitas vezes associado a um conteúdo politicamente incorreto. Já no filme, o tom (com o perdão do trocadilho) é muito mais leve, com uma linguagem de fácil acesso às crianças.

Visando esse direcionamento, temos a personagem principal do filme: Kayla, interpretada por Chloë Grace Moretz. A jovem atriz, famosa principalmente por dar vida a Hit-Girl em Kick Ass consegue sustentar bem a história do longa. A personagem precisa provar a si mesmo e aos outros que é capaz e eficiente em suas tarefas e, ao trabalhar em um hotel após roubar o currículo de uma candidata extremamente qualificada, cruza seu objetivo com a clássica rivalidade da dupla que dá nome ao filme, o que dá origem a todos os conflitos da obra.

Para compor a trama principal, Michael Peña faz muito bem o papel do antagonista Terrance. Com uma forte veia cômica, o ator consegue divertir mesmo em suas falas que não sejam exatamente engraçadas. Peña faz um ótimo contraponto com Chloe e assim Kayla e Terrance conseguem manter o público atento mesmo quando não há a presença de Tom e Jerry nas cenas. Sim, a linguagem do filme é leve e não segue exatamente o tipo de conteúdo do desenho animado, mas ainda assim funciona em diversos momentos. Para as crianças – que é o alvo final do longa -, dá certo.

Porém, o que, infelizmente, não dá tanto certo é a trilha sonora do longa, que é um dos maiores pontos fortes do desenho. Na animação tradicional, há a inserção de Músicas Clássicas cativantes de forma orgânica nas cenas, o que dá um tom muito mais grandioso e épico mesmo que o esteja ocorrendo entre a dupla seja algo banal como uma perseguição pela casa. Na adaptação, a trilha é esquecível e deixa de ser um bônus aos momentos entre Tom e Jerry. O mais próximo a isso é o momento em que Tom começa a tocar piano em situações pontuais, porém não tão eficiente e não tão bem inserido como no desenho animado.

O longa acerta em manter bem estabelecido a relação entre os dois nomes principais. Tom e Jerry, apesar de toda a perseguição, rivalidade e histórico, não se odeiam totalmente. Em diversos episódios do desenho, o público pode acompanhar um fair play entre eles em situações que vão além do “jogo” entre eles. No filme, o mesmo ocorre. Há espaço para todos poderem ver que eles, sim, podem se dar bem, mesmo que não por muito tempo. Para que isso aconteça no longa, Kayla faz a ponte entre eles. Inclusive a própria personagem consegue unir os dois e enxergar que não há um ódio cego entre o gato e o rato.

O filme flerta pontualmente com alguns pseudo-dramas, como a de um casal hospedado no hotel em que se passa a história e aqui a obra perde um pouco da força, sendo assim o plot mais desinteressante do longa. Felizmente, estas cenas não são longas e o público pode voltar a atenção à Tom, Jerry, Kayla e Terrance.

Com um tom completamente despretensioso, Tom & Jerry: O Filme foge um pouco de alguns de seus elementos clássicos e tem uma linguagem direcionada a um público mais jovem do que o habitual, mas ainda assim consegue divertir em alguns momentos e tem em Kayla e Terrance dois bons pilares para segurar a obra quando Tom e Jerry não estão em tela. O filme não consegue atingir o grau de excelência de outras obras envolvendo animação e live-action, mas está longe de ser uma bomba.

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