segunda-feira , 4 novembro , 2024

Crítica | Toscana – Filme de Romance da Netflix é de Comer com os Olhos!

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Toscana é um dos lugares mais românticos do mundo. Altamente celebrado pela indústria cinematográfica, todos nós já perdemos as contas de quantos filmes vimos que se passam na região central da Itália – ainda mais com personagens que descobrem milagrosamente que herdaram uma casa por ali e decidem vendê-la, sem conhecer a região, e acabam sendo enfeitiçados pela magia do lugar. A gente adora esse mote, né? A diferença reside, então, nos elementos que são inseridos na história e como ela é conduzida por seus personagens. Assim, a mais nova produção nesse estilo é o longa ítalo-dinamarquês ‘Toscana’, filme de romance da Netflix que figurou no Top 10 da plataforma e continua sendo altamente buscado pelos espectadores brasileiros.

Theo (Anders Matthesen) é um ranzinza chef de cozinha que se importa apenas em entregar pratos meticulosamente calculados com produtos da mais alta qualidade, mesmo que isso signifique destratar seus funcionários. Quando uma carta chega contando sobre o falecimento de seu pai na Itália e a consequente herança de seu castelo na Toscana, Theo decide ir até o local na esperança de agilizar a papelada e vender o imóvel rapidamente, pois quer pegar o dinheiro e investir em um segundo restaurante na Dinamarca. Porém, ao chegar no local e conhecer Sophie (Christina Dell’Anna) e Pino (Andrea Bosca) e a forma carinhosa com que falam de seu pai, Theo começa a descobrir uma nova relação com a comida, que estudo nenhum antes pôde lhe proporcionar.

Com uma hora e meia de duração, ‘Toscana’ é um filme de romance sem graça e esquisito. Claramente com a proposta de ser uma co-produção DinamarcaItália, além de a história sequer focar no romance, o diretor Mehdi Avaz ainda elenca dois protagonistas/atores sem química nenhuma. Na real, lá pelas tantas a gente até meio que desiste de um possível envolvimento amoroso entre os dois, afinal, o longa não só dá algumas pistas acerca da impossibilidade de isso acontecer, como também os próprios atores/personagens não parecem interessados nisso. E estaria tudo bem, afinal, os dois são mau humorados, não se bicam e claramente pertencem a duas realidades que não só não são a mesma, como também seria muita forçação fazer com que se convergissem. Bom, mas é o que no final das contas o roteiro de Mehdi Avaz e Nikolaj Scherfig faz acontecer – para a nossa confusão.

Os grandes chamarizes deste filme são, claro, a bela paisagem da Toscana (que, aqui, se resume basicamente ao mencionado castelo e sua vista) e a bela fotografia dos pratos culinários que desfilam em cena: estes, sim, roubam os holofotes! A iluminação, o ângulo e a posição da câmera faz com que tudo pareça apetitoso ao espectador, ainda que contenha flores e folhas de enfeite. Para quem curte filmes gastronômicos, ‘Toscana’ é um prato cheio – com o perdão do trocadilho.

Deslocado no romance, ‘Toscana’ encanta pelo nível culinário que traz para os espectadores. Traz a sensação de que os roteiristas não dominam muito essa tal arte do amor e tentaram colocar ali uma história que só pareceu boa na cabeça deles. Felizmente, há muitas cenas na cozinha para fazer o espectador salivar e comer o filme com os olhos, já que a história mesmo não convence.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Theo (Anders Matthesen) é um ranzinza chef de cozinha que se importa apenas em entregar pratos meticulosamente calculados com produtos da mais alta qualidade, mesmo que isso signifique destratar seus funcionários. Quando uma carta chega contando sobre o falecimento de seu pai na Itália e a consequente herança de seu castelo na Toscana, Theo decide ir até o local na esperança de agilizar a papelada e vender o imóvel rapidamente, pois quer pegar o dinheiro e investir em um segundo restaurante na Dinamarca. Porém, ao chegar no local e conhecer Sophie (Christina Dell’Anna) e Pino (Andrea Bosca) e a forma carinhosa com que falam de seu pai, Theo começa a descobrir uma nova relação com a comida, que estudo nenhum antes pôde lhe proporcionar.

Com uma hora e meia de duração, ‘Toscana’ é um filme de romance sem graça e esquisito. Claramente com a proposta de ser uma co-produção DinamarcaItália, além de a história sequer focar no romance, o diretor Mehdi Avaz ainda elenca dois protagonistas/atores sem química nenhuma. Na real, lá pelas tantas a gente até meio que desiste de um possível envolvimento amoroso entre os dois, afinal, o longa não só dá algumas pistas acerca da impossibilidade de isso acontecer, como também os próprios atores/personagens não parecem interessados nisso. E estaria tudo bem, afinal, os dois são mau humorados, não se bicam e claramente pertencem a duas realidades que não só não são a mesma, como também seria muita forçação fazer com que se convergissem. Bom, mas é o que no final das contas o roteiro de Mehdi Avaz e Nikolaj Scherfig faz acontecer – para a nossa confusão.

Os grandes chamarizes deste filme são, claro, a bela paisagem da Toscana (que, aqui, se resume basicamente ao mencionado castelo e sua vista) e a bela fotografia dos pratos culinários que desfilam em cena: estes, sim, roubam os holofotes! A iluminação, o ângulo e a posição da câmera faz com que tudo pareça apetitoso ao espectador, ainda que contenha flores e folhas de enfeite. Para quem curte filmes gastronômicos, ‘Toscana’ é um prato cheio – com o perdão do trocadilho.

Deslocado no romance, ‘Toscana’ encanta pelo nível culinário que traz para os espectadores. Traz a sensação de que os roteiristas não dominam muito essa tal arte do amor e tentaram colocar ali uma história que só pareceu boa na cabeça deles. Felizmente, há muitas cenas na cozinha para fazer o espectador salivar e comer o filme com os olhos, já que a história mesmo não convence.

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