domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | ‘Totally Killer: Dezesseis Facadas’ pode não ter muita originalidade, mas é um bom entretenimento

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Nos últimos anos, o cenário audiovisual vem passando por uma urgência de misturas de gêneros que, em boa parte, funcionam. Dentre essas amálgamas, o terror cômico vem ganhando força descomunal – como visto em ‘A Morte Te Dá Parabéns’, ‘Freaky – No Corpo de um Assassino’ e ‘A Babá’. Agora, a diretora Nahnatchka Khan, conhecida por seu trabalho em ‘Young Rock’ e ‘Don’t Trust the B—- in Apartment 23’, nos convida para mais uma divertida aventura que toma forma com o título ‘Totally Killer: Dezesseis Facadas’, puxando elementos de outras produções que investem esforços no “terrir” e no sci-fi para uma jornada instigante (ainda que não traga nada de novo ao gênero).

Logo de início, percebemos uma gama de referências que se apoderam das estruturas técnicas e criativas do longa, desde ‘Halloween’ a ‘Sexta-Feira 13’ e até mesmo ‘Pânico’. Khan, que se apoia no roteiro assinado por David Matalon, Sasha Perl-Raver e Jen D’Angelo, nos apresenta à pequena cidade de Vernon – que carrega uma trágica história há mais de trinta anos. Afinal, em meados dos anos 1980, três adolescentes foram brutalmente mortas por um homicida mascarado conhecido como “Sweet Sixteen Killer”. O problema é que o responsável pelos assassinatos nunca foi pego e, três décadas e meia depois, ele retorna das sombras para continuar seu reinado de caos e de violência, escolhendo Pam (Julie Bowen), mãe da protagonista Jamie (Kiernan Shipka), como a nova vítima.



Após mais um banho de sangue ocorrer na cidade, Jamie se vê na responsabilidade de encontrar o serial killer e vingar a mãe – unindo forças com a melhor amiga, Amelia (Kelcey Mawema), para colocar um fim nesse massacre. Entretanto, ao ser atacada pelo assassino, ela acidentalmente entra no protótipo da máquina do tempo criada por Amelia e volta para 1987, antes das tragédias acontecerem; tentando se familiarizar com uma época muito diferente da que veio, Jamie acredita que pode impedir as tragédias e utiliza todo o conhecimento sobre o futuro (que, na verdade, é seu presente) para salvar quem conseguir. O que ela não imaginava é que sua própria presença ocasionaria uma mudança considerável no espaço-tempo que tornaria sua missão muito mais difícil – e perigosa.

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A verdadeira estrela do filme é, como podemos imaginar, Shipka: recém-saída de seu ótimo trabalho em ‘O Mundo Sombrio de Sabrina’ e de ‘Wilderness’, a atriz demonstra mais um lado de sua versatilidade que, apesar de encontrar alguns problemas no caminho, é bastante satisfatória. A construção blasé da personagem é ponto-chave para entender sua personalidade e suas ações no filme e, em suma, esse aspecto funciona muito bem. Olivia Holt também faz parte do elenco como a jovem Pam, irrompendo como uma versão mean girl de uma mulher superprotetora e que ainda carrega marcas de um passado traumático – e Holt, servindo como uma contraposição gritante com seu eu mais velho, se diverte ao interpretar uma personagem “sem noção”, mas com o coração no lugar certo (ao menos quando nos aproximamos do terceiro ato).

Os deslizes da produção são mais técnicos do que qualquer outra coisa; de certa maneira, a história poderia trilhar um caminho um pouco mais inovador, sem deixar de lado as múltiplas referências de clássicos do gênero, como já mencionado. Todavia, é notável como a equipe criativa resolve se apoiar nas fórmulas para não correr o risco de levar a história a sério demais e não se perder em meio a tantos eventos constantes – e, mesmo que a ideia seja compreensível, não podemos de nos sentir um pouco frustrados com a falta de ousadia do roteiro. Felizmente, a despreocupação é um ponto sólido da obra e permite que nos sentemos no sofá de casa e mergulhemos numa divertida e sangrenta jornada.

Considerando que ‘Totally Killer’ bebe do gênero sci-fi – e faz menções quase exaustivas sobre ‘De Volta para o Futuro’ -, o resultado poderia ser uma grande bagunça estilística. Mas não é isso o que acontece: apesar de tropeçar várias vezes, o resultado é satisfatório, contando com atuações sólidas e uma metalinguagem que quebra as barreiras entre os tipos de narrativa cinematográficas e que entrega aquilo que promete.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Logo de início, percebemos uma gama de referências que se apoderam das estruturas técnicas e criativas do longa, desde ‘Halloween’ a ‘Sexta-Feira 13’ e até mesmo ‘Pânico’. Khan, que se apoia no roteiro assinado por David Matalon, Sasha Perl-Raver e Jen D’Angelo, nos apresenta à pequena cidade de Vernon – que carrega uma trágica história há mais de trinta anos. Afinal, em meados dos anos 1980, três adolescentes foram brutalmente mortas por um homicida mascarado conhecido como “Sweet Sixteen Killer”. O problema é que o responsável pelos assassinatos nunca foi pego e, três décadas e meia depois, ele retorna das sombras para continuar seu reinado de caos e de violência, escolhendo Pam (Julie Bowen), mãe da protagonista Jamie (Kiernan Shipka), como a nova vítima.

Após mais um banho de sangue ocorrer na cidade, Jamie se vê na responsabilidade de encontrar o serial killer e vingar a mãe – unindo forças com a melhor amiga, Amelia (Kelcey Mawema), para colocar um fim nesse massacre. Entretanto, ao ser atacada pelo assassino, ela acidentalmente entra no protótipo da máquina do tempo criada por Amelia e volta para 1987, antes das tragédias acontecerem; tentando se familiarizar com uma época muito diferente da que veio, Jamie acredita que pode impedir as tragédias e utiliza todo o conhecimento sobre o futuro (que, na verdade, é seu presente) para salvar quem conseguir. O que ela não imaginava é que sua própria presença ocasionaria uma mudança considerável no espaço-tempo que tornaria sua missão muito mais difícil – e perigosa.

A verdadeira estrela do filme é, como podemos imaginar, Shipka: recém-saída de seu ótimo trabalho em ‘O Mundo Sombrio de Sabrina’ e de ‘Wilderness’, a atriz demonstra mais um lado de sua versatilidade que, apesar de encontrar alguns problemas no caminho, é bastante satisfatória. A construção blasé da personagem é ponto-chave para entender sua personalidade e suas ações no filme e, em suma, esse aspecto funciona muito bem. Olivia Holt também faz parte do elenco como a jovem Pam, irrompendo como uma versão mean girl de uma mulher superprotetora e que ainda carrega marcas de um passado traumático – e Holt, servindo como uma contraposição gritante com seu eu mais velho, se diverte ao interpretar uma personagem “sem noção”, mas com o coração no lugar certo (ao menos quando nos aproximamos do terceiro ato).

Os deslizes da produção são mais técnicos do que qualquer outra coisa; de certa maneira, a história poderia trilhar um caminho um pouco mais inovador, sem deixar de lado as múltiplas referências de clássicos do gênero, como já mencionado. Todavia, é notável como a equipe criativa resolve se apoiar nas fórmulas para não correr o risco de levar a história a sério demais e não se perder em meio a tantos eventos constantes – e, mesmo que a ideia seja compreensível, não podemos de nos sentir um pouco frustrados com a falta de ousadia do roteiro. Felizmente, a despreocupação é um ponto sólido da obra e permite que nos sentemos no sofá de casa e mergulhemos numa divertida e sangrenta jornada.

Considerando que ‘Totally Killer’ bebe do gênero sci-fi – e faz menções quase exaustivas sobre ‘De Volta para o Futuro’ -, o resultado poderia ser uma grande bagunça estilística. Mas não é isso o que acontece: apesar de tropeçar várias vezes, o resultado é satisfatório, contando com atuações sólidas e uma metalinguagem que quebra as barreiras entre os tipos de narrativa cinematográficas e que entrega aquilo que promete.

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