Parece que o jogo virou, não? Pois é! A Netflix chegou em março com uma série cheia de homens gostosos e sarados strippers e mulheres detentoras de muito poder. Estamos falando de ‘Toy Boy’, a série de 13 episódios que há semanas se mantém em primeiro lugar dentre os mais vistos do Brasil (e, talvez, do mundo inteiro).
Hugo Beltrán (Jesús Mosquera, hola que tal sósia do Cauã Reymond?! <3) é um jovem stripper na boate Inferno, em Marbella, na Costa Sol da Espanha. Ele adora dançar e tem um relacionamento meio sério com a milionária Macarena Medina (Cristina Castaño, que no primeiro episódio parece meio fraca, mas evolui muito ao longo dos episódios). Um dia os dois participam de uma orgia (!!), Hugo é completamente drogado e, quando acorda horas depois, tem um corpo carbonizado em seu barco e a polícia o pega em flagrante. Hugo passa sete anos na prisão até ser surpreendido pela jovem advogada Triana Marín (María Pedraza, que parece até jovem demais pro papel, mas aos poucos a gente vai entendendo que é tudo proposital e que sua atuação é ótima), que reabre o caso e começa a lutar para provar a inocência dele.
Embora essa seja a trama principal, os ‘Toy Boy’ são cinco rapazes, e a série encontra espaço para desenvolver a história particular de três deles: Hugo, Iván (José de la Torre, o melhor amigo e dono do bar) e seu rolo com traficantes bolivianos, e Jairo (Carlo Costanzia, olho nele gente!). Aliás, o personagem Jairo é o que mais queridinho: ele é um stripper gay, que sai com homens mais velhos por dinheiro até começar a se interessar por Andrea (Juajo Almeida). Mencionei que Jairo também é mudo? O núcleo desses dois personagens é a coisa mais fofa.
Ao mesmo tempo que ‘Toy Boy’ objetifica o corpo masculino e se baseia nos gominhos dos abdomens dos rapazes para atrair o público feminino, a série também retrata todas as mulheres em posições de poder: temos a prefeita; a CEO da empresa MedinaCon; a senhora investidora da empresa concorrente; a esposa do personagem que está na cadeia; a dona do escritório de advocacia e a própria advogada. Aliás, Triana, a advogada, é a mesma atriz que fez a Alison em ‘La Casa de Papel’ e a Marina em ‘Élite’.
A construção do roteiro geral e dos episódios é muito… interessante. Juan Carlos Cueto e Rocío Martínez, que assinam a criação da série e também o roteiro, conseguem construir ao mesmo tempo um suspense dramático instigante mesclado com diálogos cafonas e belas paisagens. Assim, ao mesmo tempo que temos um pano de fundo interessante para acompanhar (o que aconteceu na orgia? Quem é o assassino? etc), temos cenas que beiram o novelão mexicano, com direito a marcações cronometradas de entrada e saída de personagens. A gente fica sem saber se ri ou se chora.
Mas e daí né? Ninguém aqui vai ver ‘Toy Boy’ pensando “nossa, que falta de continuidade nessa cena, em que num momento a advogada está no maior oba-oba e, dois momentos depois, está se encontrando com a mesma pessoa que a acompanha para entregar uma papelada pra ela – com a mesma roupa, como se não tivesse acontecido nada”. Ninguém tá se importando né? O que importa é que, mesmo com capítulos longos, ‘Toy Boy’ é uma série boa, viciante, e que literalmente começa e termina todos os episódios com uma apresentação dos meninos tirando a roupa (para o nosso delírio!), e nenhuma é repetida.
Portanto, em tempos de quarentena, chama o crush pra ir na sua casa assistir ‘Toy Boy’ – é certo que o tempo vai passar mais rápido! 😉
Aliás, fica aqui meu agradecimento ao editor chefe do CinePOP, Renato Marafon, por ter me incumbido de fazer a crítica dessa série: foi um trabalho árduo, tive que voltar várias vezes as cenas para poder entregar uma crítica à altura de tanto… talento. E mando também um beijo pro meu namorado, Rafael, por todas as vezes que eu estava assistindo a série e respondia “desculpa amor, é trabalho” rsrsrs. Ossos do ofício! (Obrigada Netflix, já pode mandar a 2ª temporada tá?)