domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Trópico Fantasma – Quando o acaso abre nossos olhos para o mundo

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Escrito e dirigido pelo cineasta belga de 38 anos, Bas Devos, Trópico Fantasma, que estreia dia 20 de maio no ótimo streaming da Supo Mungam Plus, consegue em menos de 90 minutos ser intrigante em nos fazer encontrar sentido quando nada é o que parece. Somos testemunhas de uma metáfora social que complementa o preenchimento de espaço da vida, como tópicos contemplativos absortos de uma personagem que vira protagonista na vida de muitos dos que encontra pelo caminho. Planos longos, um abre alas e um desfecho estonteante, extático. Focado em uma personagem que está em um momento cogitabunda, andando pelas ruas frias da madrugada europeia, somos levados a uma viagem sobre a necessidade de conhecermos melhor o nosso entorno social.



Na trama, conhecemos uma esforçada trabalhadora, já com certa idade, chamada Khadija (Saadia Bentaïeb) que após sair do serviço tarde da noite acaba dormindo na condução de volta para casa e vai parar no ponto final da estação, dezenas de quilômetros de casa. Sem ter como sacar dinheiro e sem condução por causa do horário, resolve ir a pé pra casa e assim conhece e aprende mais sobre a vida através de outros personagens e situações que cruzam seu caminho. Um homem morando escondido em uma casa que a protagonista já trabalhou, um morador de rua desacordado e um cachorro perto do dono, uma atendente separada com uma filha pequena que trabalha em uma loja de conveniência, são alguns dos que passam pelos olhos da personagem principal.

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Dentro de um sensível olhar, colocando destaque para uma belíssima fotografia (tecnicamente o filme chama a atenção), percebemos a delicadeza em todos os cantos. Enxergamos esse universo através de Khadija, essa que vai descobrindo pelo trajeto transformações de uma cidade e também interagindo, com diálogos sempre com pontas sociais nas entrelinhas, com pessoas que nunca viu, serviços que nunca pediu. Uma faxineira, com dois filhos quase adultos que perdera seu marido faz 10 anos, se depara com pessoas e situações que a fazem pensar sobre a cidade que vive e um pouco também sobre a forma como vive seus dias quase sem tempo para si mesma, sem conseguir enxergar um novo mundo que está ali na sua frente.

Pode não ser um filme fácil para alguns, podem achar paradão, mas ao se conectar com ele o espectador recebe um grandioso e interessante presente que chega em forma de reflexão com os nossos paralelos cotidianos. Longe da vertente devaneadora, o que há mais de concreto em tudo que assistimos é a certeza de uma personagem em transformação tal qual o universo restrito (caminho de casa para o trabalho) que conhece ao seu redor.

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Na trama, conhecemos uma esforçada trabalhadora, já com certa idade, chamada Khadija (Saadia Bentaïeb) que após sair do serviço tarde da noite acaba dormindo na condução de volta para casa e vai parar no ponto final da estação, dezenas de quilômetros de casa. Sem ter como sacar dinheiro e sem condução por causa do horário, resolve ir a pé pra casa e assim conhece e aprende mais sobre a vida através de outros personagens e situações que cruzam seu caminho. Um homem morando escondido em uma casa que a protagonista já trabalhou, um morador de rua desacordado e um cachorro perto do dono, uma atendente separada com uma filha pequena que trabalha em uma loja de conveniência, são alguns dos que passam pelos olhos da personagem principal.

Dentro de um sensível olhar, colocando destaque para uma belíssima fotografia (tecnicamente o filme chama a atenção), percebemos a delicadeza em todos os cantos. Enxergamos esse universo através de Khadija, essa que vai descobrindo pelo trajeto transformações de uma cidade e também interagindo, com diálogos sempre com pontas sociais nas entrelinhas, com pessoas que nunca viu, serviços que nunca pediu. Uma faxineira, com dois filhos quase adultos que perdera seu marido faz 10 anos, se depara com pessoas e situações que a fazem pensar sobre a cidade que vive e um pouco também sobre a forma como vive seus dias quase sem tempo para si mesma, sem conseguir enxergar um novo mundo que está ali na sua frente.

Pode não ser um filme fácil para alguns, podem achar paradão, mas ao se conectar com ele o espectador recebe um grandioso e interessante presente que chega em forma de reflexão com os nossos paralelos cotidianos. Longe da vertente devaneadora, o que há mais de concreto em tudo que assistimos é a certeza de uma personagem em transformação tal qual o universo restrito (caminho de casa para o trabalho) que conhece ao seu redor.

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