quarta-feira, abril 24, 2024

Crítica | UglyDolls – animação ganha na ideia, mas perde na execução

As animações são o típico entretenimento que serve para toda a família. Enquanto as crianças se divertem e aprendem algumas coisas importantes, os adultos captam a história e o que tem por trás daqueles bonecos e/ou animais falantes. Normalmente, esse gênero conta com canções para melhor prender a atenção dos pequeninos assistindo, afinal, qual criança não ama uma música?

Bom, com UglyDolls não é muito diferente, a produção mostra as UglyDolls – bonecas feias – que decidem se arriscar numa aventura para chegar ao mundo real, entretanto, no meio do percurso elas descobrem um outro grupo que são as chamadas bonecas bonitas. Neste lugar, os residentes passam por um treinamento para conseguir chegar ao mundo real e serem amados pelas crianças. As UglyDolls decidem, então, participar e precisam encarar o tirano Lou ( ano original e João Côrtes na versão dublada).

O roteiro é assinado por Alison Peck e conta com uma dramaturgia que tenta passar um importante ensinamento sobre as diferenças entre os seres, mas falha em algumas partes da construção da trama. A jornada dos personagens, por vezes, parece faltar informação ou detalhes que poderiam fazer toda a diferença. O arco do vilão acontece rápido demais e sem uma explicação mais elaborada para suas atitudes. Ademais, certas palavras usadas e reafirmadas mesmo após o triunfo dos mocinhos poderiam buscar uma outra maneira de tratar do assunto.

A animação busca apresentar as diferenças como algo positivo, como algo que constrói quem cada um é e que é preciso respeitar isso. Em pleno 2019, é uma história fundamental, especialmente quando o assunto são os mais pequenos. Contudo, ao mesmo tempo em que tenta propagar essa mensagem, o filme falha na sua base construtiva perdendo a atenção tanto da criança quanto do adulto. Um dos pontos mais negativos se encontra na dublagem que soa falsa em muitas das vezes, e na hora da interpretação das canções perde o espectador por completo. É como se o ritmo e as vozes não conseguissem se alinhar.

No quesito de construção de personagem, Moxy (Kelly Clarkson no original e Aline Wirley na versão em português) é a protagonista que lidera a trama. Ela demonstra, desde o princípio, seu desconforto em ficar presa na sua cidade e decide convencer os amigos a partir numa aventura. Os tons de inocência da mesma e dos outros que compõem a dramaturgia são evidentes e importantes quando encaram o choque de realidade ao chegar na outra suposta cidade. A jornada, entretanto, é falha, faltando um pouco mais de argumento.

Uglydog (Pitbull no original e Rincón Sapiência em português) é o mais divertido dentre todos. O cachorro de pelúcia está sempre pronto para soltar alguma piada ou alívio cômico, prometendo conseguir agradar todos os públicos. E Babo (na dublagem original Gabriel Iglesias) é o grandão que dá vontade de abraçar de tão cuidadoso que é. Os secundários não possuem grandes desenvolvimentos e parecem estar ali somente para acompanhar a principal. Contudo, Mandy (Janelle Monaè no original e Paula Lima em português) é quem mais recebe destaque depois de Moxy, além de possuir um arco mais interessante que o da protagonista.

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Em relação ao antagonista Lou, ele é facilmente detestável para os adultos devido ao seu egocentrismo elevado, o que leva os pequeninos aos poucos, juntamente aos outros que fazem parte da história, ir descobrindo quem ele é de verdade. Apesar de suas falhas, UglyDolls entrega um bom desfecho para o personagem em questão.

A direção é de Kelly Asbury (Shrek 2),  que entrega um trabalho que se adapta ao que o roteiro exige. Não espere surpresas ou inovações por aqui. Do outro lado, a trilha sonora peca devido às dublagens e também por causa das traduções das músicas ao tentar colocar gírias demais nas letras como uma tentativa de se aproximar da realidade, o que causa o oposto porque nem todas elas são de total conhecimento dos pequenos ou soam bem dentro das canções.

No geral, UglyDolls é uma animação que possui o mérito por tentar contar uma história que fala sobre a importância de respeitarmos as diferenças, entretanto, poderia ter um roteiro mais rico para que a produção fosse mais atraente.

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