quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Último episódio de ‘Invasão Secreta’ traz final apressado e sensação de ser uma grande ‘pós-créditos’

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu o último episódio de Invasão Secreta, evite esta matéria, pois ela contém spoilers



Invasão Secreta chegou ao fim nesta quarta-feira (26) e trouxe um último capítulo corrido em todos os sentidos. Junto ao quarto capítulo, “Lar” teve a menor duração (aproximadamente 30 minutos) da série e, por isso, resolveu suas questões de forma apressada. Mas o que impressiona mais é perceber que não havia motivo para isso. Foi uma decisão puramente criativa, já que metade da série foi gravada em episódios de aproximadamente 1h, cada. Por que então correr justamente na reta final?

Bom, para não perder tempo, o último episódio já começa resolvendo o conflito entre Gravik e Nick Fury. Em uma das viradas mais legais da série, Fury entrega o DNA dos Vingadores coletado na batalha final de Vingadores: Ultimato (2019) para o rival, que tenta matá-lo dando início ao processo de absorção genética que o transformaria em Super Skrull. Então, Fury o surpreende ficando mais forte. Para a surpresa de Gravik, o agente era Gi’Ah disfarçada. Ou seja, o que deveria matar seu inimigo acabou aprimorando uma outra rival, que viria a destruí-lo momentos depois. É interessante que ele, que faz uso em vários momentos do vírus Extremis, crie seu próprio demônio. Quem lembra do infame Homem de Ferro 3 (2013), filme em que o Extremis foi introduzido, sabe que a base da história é a frase: “criamos nossos próprios demônios”.

Começa assim uma luta entre os dois Super Skrulls existentes, dando uma mostra muito maior de poder do que sua versão icônica dos quadrinhos. Nessa briga de CGI, vemos os adversários usando os poderes da Capitã Marvel, do Thanos, Drax, Groot, Fauce de Ébano, Mantis, Fantasma e afins. Claro que ambos contam com suas limitações, já que uma das características clássicas dos Super Skrulls é copiar esses poderes, mas não ostentarem a mesma resistência. Ainda assim, ter andando por aí uma criatura que tenha 40% dos poderes de Carol Danvers já é uma ameaça extremamente mortal. E a luta termina com Gi’Ah eliminando o rival, fazendo dela a única Super Skrull do universo até aqui. E agora sabemos que ela trabalhará com Sonya Falsworth em um projeto ainda não anunciado, mas que por alguns projetos anunciados por vir no MCU, pode ser que elas trabalhem juntas no MI13, um grupo secreto britânico dos quadrinhos.

Já o arco de James Rhodes termina do mesmo jeito que começou, mas com um agravante: além de insosso, vem com um retcon que já era esperado e acabou jogando as participações do personagem nos últimos sete anos no lixo. Sim, eles revelam que Rhodes era um Skrull desde que ficou paraplégico em Capitão América: Guerra Civil (2016). Com isso, ele não viu nada do que aconteceu nesses anos e sequer saber que Tony Stark, seu melhor amigo, se sacrificou para salvar o universo.

Agora, falando do ponto de vista funcional para esse universo, a troca de Rhodes permitiu que os Skrulls tivessem acesso praticamente ilimitado a tecnologias Stark revolucionárias. Pior ainda: o Agente Ross, que teve sua cópia Skrull morta no início do episódio, também estava lá. Se ele estiver preso desde a Guerra Civil, isso significa que todas as relações diplomáticas entre Wakanda e EUA foram intermediadas por um alienígena. E quem lembra de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022) sabe que a Shuri não estava tão distante assim dos ideais de seu primo Erik Killmonger. É algo que pode render problemas no futuro. No entanto, voltando ao arco do Rhodes, é meio frustrante que sua participação tenha acontecido praticamente para ser uma “cena pós-créditos” para Guerra das Armaduras. É possível até mesmo que eles integrem o corpo de James à armadura do Máquina de Combate, como é nos quadrinhos, agora que ele foi reanimado ainda sob efeitos da paraplegia.

Mas o ponto principal desse episódio é justamente o que ele estabelece para o futuro desse universo. Com o discurso final do presidente dos EUA, declarando todas as espécies não nascidas na Terra como inimigas, abriu-se um precedente de ódio muito grande no MCU legitimado pela paranoia. Como o próprio Fury disse a ele, essa ação não vai garantir sua reeleição. No entanto, o estrago já foi feito. A “sementinha do ódio” já foi plantada nos cidadãos, que começaram a matar Skrulls e humanos que eles achavam ser Skrulls. Essa sensação de desconfiança constante só incentiva mais o ódio, o que provavelmente levará o General Ross (Harrison Ford) à presidência. Afinal, ele é um fanático cheio de ódio, mas que conhece a diplomacia por trás de seu cargo chefiando a segurança dos EUA. Ou seja, é um falso moderado. Mais do que isso, vale lembrar que os Asgardianos refugiados em Nova Asgard não são nascidos na Terra. Isso faz deles inimigos também? E convenhamos que essa corrente de ódio ao diferente já é praticamente um primeiro passo para mudar essa sociedade do MCU para deixá-la mais próxima de um mundo capaz de odiar os mutantes que estão vindo por aí.

Por fim, Nick Fury deixa a Terra rumo ao espaço com a situação dos Skrulls teoricamente controlada, para ajudar na trama de As Marvels. Ele diz que o povo Kree propõe um tratado de paz. No entanto, como a vilã do novo filme, Dar-Benn, é uma Acusadora Kree, já dá pra esperar que essa trégua aí não vai dar em nada. Fury viaja com sua esposa que enfim assume sua aparência verdadeira e meio que ganha uma nova chance com ela. Isso será explorado no filme? Provavelmente não. É bem provável que ela morra ou que eles só apareçam com a situação resolvida depois, mas a ideia foi plantada.

Ou seja, o episódio final de Invasão Secreta foi tudo aquilo que a própria Marvel tirou sarro no último capítulo de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis (2022). Trama corrida? Confere! Luta de CGI questionável? Confere! Vilão sendo descartado sem mais nem menos? Confere! Ganchos para próximas produções mais interessantes que o próprio episódio? Confere! Pois é, a Disney sabe bem o que a crítica e o público pensa, só que ainda assim decidiu apelar para um final mais padrão para uma série que tentou ser diferente no início e foi encerrada como qualquer outra. Isso quer dizer que foi um episódio ruim? De forma alguma. Ele respondeu praticamente todas as perguntas que precisava (e que queríamos ter as respostas) e definiu alguns rumos para suas próximas produções. Comercialmente falando, cumpriu sua função. No entanto, podia ter sido menos corrido e mais equilibrado.

O último episódio de Invasão Secreta está disponível no Disney+

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Invasão Secreta chegou ao fim nesta quarta-feira (26) e trouxe um último capítulo corrido em todos os sentidos. Junto ao quarto capítulo, “Lar” teve a menor duração (aproximadamente 30 minutos) da série e, por isso, resolveu suas questões de forma apressada. Mas o que impressiona mais é perceber que não havia motivo para isso. Foi uma decisão puramente criativa, já que metade da série foi gravada em episódios de aproximadamente 1h, cada. Por que então correr justamente na reta final?

Bom, para não perder tempo, o último episódio já começa resolvendo o conflito entre Gravik e Nick Fury. Em uma das viradas mais legais da série, Fury entrega o DNA dos Vingadores coletado na batalha final de Vingadores: Ultimato (2019) para o rival, que tenta matá-lo dando início ao processo de absorção genética que o transformaria em Super Skrull. Então, Fury o surpreende ficando mais forte. Para a surpresa de Gravik, o agente era Gi’Ah disfarçada. Ou seja, o que deveria matar seu inimigo acabou aprimorando uma outra rival, que viria a destruí-lo momentos depois. É interessante que ele, que faz uso em vários momentos do vírus Extremis, crie seu próprio demônio. Quem lembra do infame Homem de Ferro 3 (2013), filme em que o Extremis foi introduzido, sabe que a base da história é a frase: “criamos nossos próprios demônios”.

Começa assim uma luta entre os dois Super Skrulls existentes, dando uma mostra muito maior de poder do que sua versão icônica dos quadrinhos. Nessa briga de CGI, vemos os adversários usando os poderes da Capitã Marvel, do Thanos, Drax, Groot, Fauce de Ébano, Mantis, Fantasma e afins. Claro que ambos contam com suas limitações, já que uma das características clássicas dos Super Skrulls é copiar esses poderes, mas não ostentarem a mesma resistência. Ainda assim, ter andando por aí uma criatura que tenha 40% dos poderes de Carol Danvers já é uma ameaça extremamente mortal. E a luta termina com Gi’Ah eliminando o rival, fazendo dela a única Super Skrull do universo até aqui. E agora sabemos que ela trabalhará com Sonya Falsworth em um projeto ainda não anunciado, mas que por alguns projetos anunciados por vir no MCU, pode ser que elas trabalhem juntas no MI13, um grupo secreto britânico dos quadrinhos.

Já o arco de James Rhodes termina do mesmo jeito que começou, mas com um agravante: além de insosso, vem com um retcon que já era esperado e acabou jogando as participações do personagem nos últimos sete anos no lixo. Sim, eles revelam que Rhodes era um Skrull desde que ficou paraplégico em Capitão América: Guerra Civil (2016). Com isso, ele não viu nada do que aconteceu nesses anos e sequer saber que Tony Stark, seu melhor amigo, se sacrificou para salvar o universo.

Agora, falando do ponto de vista funcional para esse universo, a troca de Rhodes permitiu que os Skrulls tivessem acesso praticamente ilimitado a tecnologias Stark revolucionárias. Pior ainda: o Agente Ross, que teve sua cópia Skrull morta no início do episódio, também estava lá. Se ele estiver preso desde a Guerra Civil, isso significa que todas as relações diplomáticas entre Wakanda e EUA foram intermediadas por um alienígena. E quem lembra de Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022) sabe que a Shuri não estava tão distante assim dos ideais de seu primo Erik Killmonger. É algo que pode render problemas no futuro. No entanto, voltando ao arco do Rhodes, é meio frustrante que sua participação tenha acontecido praticamente para ser uma “cena pós-créditos” para Guerra das Armaduras. É possível até mesmo que eles integrem o corpo de James à armadura do Máquina de Combate, como é nos quadrinhos, agora que ele foi reanimado ainda sob efeitos da paraplegia.

Mas o ponto principal desse episódio é justamente o que ele estabelece para o futuro desse universo. Com o discurso final do presidente dos EUA, declarando todas as espécies não nascidas na Terra como inimigas, abriu-se um precedente de ódio muito grande no MCU legitimado pela paranoia. Como o próprio Fury disse a ele, essa ação não vai garantir sua reeleição. No entanto, o estrago já foi feito. A “sementinha do ódio” já foi plantada nos cidadãos, que começaram a matar Skrulls e humanos que eles achavam ser Skrulls. Essa sensação de desconfiança constante só incentiva mais o ódio, o que provavelmente levará o General Ross (Harrison Ford) à presidência. Afinal, ele é um fanático cheio de ódio, mas que conhece a diplomacia por trás de seu cargo chefiando a segurança dos EUA. Ou seja, é um falso moderado. Mais do que isso, vale lembrar que os Asgardianos refugiados em Nova Asgard não são nascidos na Terra. Isso faz deles inimigos também? E convenhamos que essa corrente de ódio ao diferente já é praticamente um primeiro passo para mudar essa sociedade do MCU para deixá-la mais próxima de um mundo capaz de odiar os mutantes que estão vindo por aí.

Por fim, Nick Fury deixa a Terra rumo ao espaço com a situação dos Skrulls teoricamente controlada, para ajudar na trama de As Marvels. Ele diz que o povo Kree propõe um tratado de paz. No entanto, como a vilã do novo filme, Dar-Benn, é uma Acusadora Kree, já dá pra esperar que essa trégua aí não vai dar em nada. Fury viaja com sua esposa que enfim assume sua aparência verdadeira e meio que ganha uma nova chance com ela. Isso será explorado no filme? Provavelmente não. É bem provável que ela morra ou que eles só apareçam com a situação resolvida depois, mas a ideia foi plantada.

Ou seja, o episódio final de Invasão Secreta foi tudo aquilo que a própria Marvel tirou sarro no último capítulo de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis (2022). Trama corrida? Confere! Luta de CGI questionável? Confere! Vilão sendo descartado sem mais nem menos? Confere! Ganchos para próximas produções mais interessantes que o próprio episódio? Confere! Pois é, a Disney sabe bem o que a crítica e o público pensa, só que ainda assim decidiu apelar para um final mais padrão para uma série que tentou ser diferente no início e foi encerrada como qualquer outra. Isso quer dizer que foi um episódio ruim? De forma alguma. Ele respondeu praticamente todas as perguntas que precisava (e que queríamos ter as respostas) e definiu alguns rumos para suas próximas produções. Comercialmente falando, cumpriu sua função. No entanto, podia ter sido menos corrido e mais equilibrado.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
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