sábado, abril 27, 2024

Crítica | Uma Vida – Anthony Hopkins Protagoniza Emocionante História Real Estilo ‘A Lista de Schindler’

Há cerca de cem anos, a segunda guerra mundial começava a se expandir no território europeu. Os países estavam sendo invadidos e ocupados pelo exército de Adolf Hitler, centenas de milhares de pessoas procuravam escapar do cerco, sobreviver às investidas nazistas e ter uma perspectiva de vida.

Enquanto uns lutavam nas linhas de frente da guerra, outras pessoas, os heróis anônimos, buscavam maneiras para conseguir driblar o acirrado controle militar para fazer chegar mantimentos, remédios e esperança àqueles que buscavam sobreviver. E houve aqueles, também, que arriscaram a própria vida e tudo o que tinham para salvar as pessoas perseguidas pelos nazistas. Ainda hoje muitas dessas histórias permanecem desconhecidas do grande público, e, aos poucos, vêm ganhando conhecimento, como ocorre com o filme ‘Uma Vida’, que estreia na semana pós-Oscar aos cinemas brasileiros.

Nicky Winton (Anthony Hopkins) é um senhor de cerca de noventa anos de idade cuja filha está prestes a dar à luz. Enquanto sua esposa, Grete (Lena Olin), viaja para acompanhar o parto, Nicky fica incumbido da missão de organizar a casa, desfazendo-se da papelada acumulada. Porém, o mais difícil para Nicky será desfazer-se de uma maleta, que contém fotografias e dados de centenas de crianças judias às quais ajudara a migrar para Londres no início da segunda guerra mundial, às vésperas da invasão alemã à Checoslováquia quando ele, um mero corretor financeiro, visitara o país na tentativa de prover ajuda humanitária. Mexer nessa documentação desperta memórias em Nicky, e o faz pensar não só nas crianças que sobreviveram, mas principalmente naquelas que não conseguiram escapar.

Inspirado na história real de Sir Nicky Winton (e interpretada por outro Sir, Sir Anthony Hopkins), o filme de James Hawes (que dirigiu episódios de ‘Black Mirror’ e ‘Expresso do Amanhã’) tem ares de Oscar, mas não se aprofunda no melodrama, como o fez ‘A Lista de Schindler’. Aqui acompanhamos a trama do embarque das crianças no trem e temos nossas emoções medidas de igual modo: o espectador embarca nessa jornada, mas é apenas na chegada que a emoção fica um pouco maior.

O roteiro de Lucinda Coxon, Nick Drake e Barbara Winton faz uma acertada escolha em não retratar graficamente as violências sofridas pelas crianças. Por outro lado, o vai e vem temporal da história impede o aprofundamento dos sentimentos do espectador, pois enquanto o Nicky do passado (interpretado por Johnny Flynn) é um cara de classe média que se surpreende com o horror da guerra e busca fazer algo a respeito (com a ajuda da mãe, interpretada por uma contida Helena Bonham Carter), o Nicky do presente é um idosinho com uma rotina que não acrescenta na trama, não até o fim.

A produção orgulhosamente comunica ao fim que algumas das refugiadas salvas por Nicky e seus aliados hoje são pessoas adultas e que participaram do filme, e isso é deveras emocionante. Dado o contexto mundial atual, é um filme importante para a urgência de salvar principalmente as crianças em situação de guerra no mundo inteiro – de todas as guerras – para que haja futuro e esperança nesses países. Para que histórias como ‘Uma Vida’ fiquem na ficção, é preciso que nenhuma criança viva os horrores da guerra. Para tal, filmes como ‘Uma Vida’ nos lembra que, enquanto civis, podemos e devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para salvar a quem precisa, sem distinção.

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