quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Veja Por Mim – Jovem Cega Tenta Sobreviver à Invasão em novo Suspense Indie

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Os gêneros do suspense e do terror vêm buscado se inovar na última década, a partir do momento em que começou a perceber que mais aterrorizante do que ser perseguido pelo Bicho Papão era estar nessa situação com algum tipo de deficiência em relação aos demais. A partir daí, temos visto uma safra boa de protagonistas PCD em filmes de terror e suspense que precisam sobreviver nas condições em que se encontram apesar das deficiências que possuem – ou até mesmo, tirando forças a partir delas. Porque afinal, ser privado de um dos cinco sentidos já é muito assustador no dia a dia, que dirá numa situação de extrema tensão! Nessa pegada, o mais novo lançamento desse grupo é ‘Veja Por Mim’, que chega no próximo dia 16 de junho às salas de cinema brasileiras.



Sophie (Skyler Davenport) é uma jovem atleta de alta performance no esqui, mas, após um acidente fatal, ela perde completamente a visão, enxergando apenas vultos de luz. Desde então, tenta ao máximo ser independente e se virar sozinha fazendo as coisas, porém sua mãe (Natalie Brown) tenta protegê-la, forçando um capacitismo que a irrita. Quando Sophie consegue um trabalho de cuidadora de gatos para uma mulher rica que sairá de viagem, ela se muda para a casa desta, de modo a cuidar do animalzinho e também da casa. Só que ela não esperava que bandidos malvados estivessem planejando invadir a casa dessa mulher naquela mesma noite, imaginando que estaria vazia, e agora Sophie precisará que os olhos de alguém no aplicativo de ajuda ‘Veja Por Mim’ a auxilie a enxergar para conseguir lutar por sua própria vida.

Em suma, ‘Veja Por Mim’ não traz nada exatamente novo, uma vez que já vimos uma bem-sucedida história de uma pessoa cega confinada em uma casa enquanto ela está sendo invadida por ladrões em ‘O Homem nas Trevas’. As diferenças aqui são trazer o protagonismo para uma pessoa mais jovem versus ladrões mais velhos e também elencar uma atriz agênero que de fato tem deficiência visual na vida real para o papel principal. Este segundo ponto confere autenticidade tanto na angústia quanto na irritação da protagonista ao se deparar com pessoas que acham que precisam fazer as coisas por ela; nesse sentido, o filme serve como um alerta sobre a necessidade de autonomia das pessoas PCD.

Fora esse serviço, o longa de Randall Okita não consegue construir uma imersiva sensação de suspense, muito por conta, também, da não idoneidade da própria protagonista – e aí recai um pouco no roteiro de Adam Yorke e Tommy Gushue, que ao mesmo tempo quer que sintamos empatia pela personagem PCD, também nos mostra que ela não é boa gente. Complicado né.

Com pouco suspense e nadinha de terror, ‘Veja Por Mim’ se apoia no drama pessoal da protagonista somatizado com uma situação atípica que provoca o espectador a se colocar no lugar dela e imaginar o que poderia acontecer. Não chega a dar susto, mas é uma produção bem realizada e traz uma atriz cuja carreira devemos ficar de olho para os próximos anos.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Sophie (Skyler Davenport) é uma jovem atleta de alta performance no esqui, mas, após um acidente fatal, ela perde completamente a visão, enxergando apenas vultos de luz. Desde então, tenta ao máximo ser independente e se virar sozinha fazendo as coisas, porém sua mãe (Natalie Brown) tenta protegê-la, forçando um capacitismo que a irrita. Quando Sophie consegue um trabalho de cuidadora de gatos para uma mulher rica que sairá de viagem, ela se muda para a casa desta, de modo a cuidar do animalzinho e também da casa. Só que ela não esperava que bandidos malvados estivessem planejando invadir a casa dessa mulher naquela mesma noite, imaginando que estaria vazia, e agora Sophie precisará que os olhos de alguém no aplicativo de ajuda ‘Veja Por Mim’ a auxilie a enxergar para conseguir lutar por sua própria vida.

Em suma, ‘Veja Por Mim’ não traz nada exatamente novo, uma vez que já vimos uma bem-sucedida história de uma pessoa cega confinada em uma casa enquanto ela está sendo invadida por ladrões em ‘O Homem nas Trevas’. As diferenças aqui são trazer o protagonismo para uma pessoa mais jovem versus ladrões mais velhos e também elencar uma atriz agênero que de fato tem deficiência visual na vida real para o papel principal. Este segundo ponto confere autenticidade tanto na angústia quanto na irritação da protagonista ao se deparar com pessoas que acham que precisam fazer as coisas por ela; nesse sentido, o filme serve como um alerta sobre a necessidade de autonomia das pessoas PCD.

Fora esse serviço, o longa de Randall Okita não consegue construir uma imersiva sensação de suspense, muito por conta, também, da não idoneidade da própria protagonista – e aí recai um pouco no roteiro de Adam Yorke e Tommy Gushue, que ao mesmo tempo quer que sintamos empatia pela personagem PCD, também nos mostra que ela não é boa gente. Complicado né.

Com pouco suspense e nadinha de terror, ‘Veja Por Mim’ se apoia no drama pessoal da protagonista somatizado com uma situação atípica que provoca o espectador a se colocar no lugar dela e imaginar o que poderia acontecer. Não chega a dar susto, mas é uma produção bem realizada e traz uma atriz cuja carreira devemos ficar de olho para os próximos anos.

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