domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Velozes & Furiosos: Hobbs e Shaw é divertido e descartável

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Sem nutrientes, um lanche rápido e gostoso

Nem é preciso mais ser dito a esta altura que a franquia Velozes e Furiosos é fast food para o cérebro. Então, se você é do tipo que gosta de comer saudável e valoriza exclusivamente alimentos nutritivos, já sabe que deve passar bem longe desta “rede de lanchonetes”. Não, este não é o filme para você. No entanto, se você gosta de saborear um cheeseburger bem gorduroso, com camadas de bacon e quer saber o quão suculento realmente é este prato, te digo abaixo.

Primeiro derivado da franquia que começou com uma trama sobre rachas de carro pelas ruas de Los Angeles (e que sem vergonha alguma reciclou o roteiro de Caçadores de Emoção, 1991), viveu para gerar (inacreditáveis) sete continuações e se tornar uma verdadeira potência do cinema – atualmente é uma das marcas mais rentáveis de Hollywood, com mais de US$5 bilhões em caixa para os cofres da Universal. São números que não podem ser ignorados e praticamente equiparados. Ou seja, Hobbs & Shaw precisa se manter à altura de sua contraparte.



Apostando em dois personagens que entraram neste universo aos 45 do segundo tempo – e por isso mesmo são os mais “desligáveis” do resto -, o novo Velozes e Furiosos (que já deixou de ser apenas sobre a cultura de carros há muito tempo) segue de perto a cartilha do que tem se mostrado eficiente nestas produções: ação desenfreada e cada vez mais cartunesca, lutas, coreografias, explosões, destruição, locações de cair o queixo ao redor do globo, vilões saídos diretamente de HQs e uma ameaça cataclísmica – esta saída diretamente de um filme de James Bond.

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Na história, o policial Luke Hobbs (Dwayne ‘The Rock’ Johnson) e o agente renegado Deckard Shaw (Jason Statham) precisam se unir à contragosto para uma missão: recuperar um vírus capaz de dizimar a humanidade, e derrotar o criminoso Brixton (Idris Elba), outro espião britânico que trocou de lado. O sujeito trabalha inclusive para uma organização nos moldes da SPECTRE – para quem é familiarizado com a mitologia de 007. No caminho, entre uma participação especial de um astro amigo do diretor (David Leitch) aqui, e uma ponta de um amigo e colaborador em dois filmes do protagonista ali; Hobbs & Shaw fala de… família. E o que mais? Esse vem sendo o tema e o lema dos filmes da franquia e o derivado não se afasta desta ligação.

Sim, já que o mote é família, temos a volta da Dama Helen Mirren como Queenie, a mãe de Shaw. Mas não apenas isso, uma das personagens centrais (a terceira eu diria, depois dos protagonistas) é Hattie (Vanessa Kirby), a irmã do ex-vilão. Mas os elos familiares não recaem só para um, e neste episódio, a filha de Hobbs, Sam (Eliana Sua), deseja saber mais sobre seus parentes. Assim, no terceiro ato, Hobbs leva a briga até sua família na ilha de Samoa, onde é forçado a fazer às pazes com o irmão (interpretado por Cliff Curtis, num papel planejado para Jason Momoa, que precisou recusar por motivos de agenda).

Pois bem, Hobbs & Shaw é exatamente o que você espera dele, e isto é também seu calcanhar de Aquiles. É um blockbuster sem surpresas e por vezes (muitas vezes) genérico. Uma trama reciclada e sem muita personalidade, extraída do mais B dos filmes de espionagem galhofa e injetada com os anabolizantes de Dwayne Johnson, que também produz o longa oficializado pelo sindicato dos produtores americanos, através de sua companhia, a Seven Bucks. O vilão de Idris Elba – geralmente um ator acima da média – é sem graça, e ele não se mostra muito interessado em ser qualquer coisa além da figura robótica escrita nas páginas (o sujeito é literalmente um ciborgue, mostrando que o longa jogou pro alto qualquer vestígio de seriedade).

E adivinhe o que vende e funciona? Acertou, o carisma de The Rock e Statham, e as inúmeras picuinhas entre os dois, que garantem muitas tiradas cômicas e trocas de testosterona dignas das conversas de vestiário. Esta tal química está afinadíssima! Ah sim, no terreno das novidades bem-vindas, o filme mostra que a loirinha Vanessa Kirby, que já havia sido vista, sem o mesmo barulho, em Missão: Impossível – Efeito Fallout (2018), está pronta para ser uma estrela. Sua presença em cena se equivale à dos grandalhões e ela chega junto no quesito carisma e atitude. Mesma sorte não tem a graciosa Eiza González (Em Ritmo de Fuga, 2017), que amarga “três frases” em apenas uma cena. É piscou, perdeu.

Hobbs & Shaw acerta aonde tinha que acertar e por isso não decepciona. Fica apenas o desejo de que para a continuação tentem escrever um roteiro para o filme. Afinal, nenhum cheeseburger sai prejudicado quando acompanhado de uma salada.

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Primeiro derivado da franquia que começou com uma trama sobre rachas de carro pelas ruas de Los Angeles (e que sem vergonha alguma reciclou o roteiro de Caçadores de Emoção, 1991), viveu para gerar (inacreditáveis) sete continuações e se tornar uma verdadeira potência do cinema – atualmente é uma das marcas mais rentáveis de Hollywood, com mais de US$5 bilhões em caixa para os cofres da Universal. São números que não podem ser ignorados e praticamente equiparados. Ou seja, Hobbs & Shaw precisa se manter à altura de sua contraparte.

Apostando em dois personagens que entraram neste universo aos 45 do segundo tempo – e por isso mesmo são os mais “desligáveis” do resto -, o novo Velozes e Furiosos (que já deixou de ser apenas sobre a cultura de carros há muito tempo) segue de perto a cartilha do que tem se mostrado eficiente nestas produções: ação desenfreada e cada vez mais cartunesca, lutas, coreografias, explosões, destruição, locações de cair o queixo ao redor do globo, vilões saídos diretamente de HQs e uma ameaça cataclísmica – esta saída diretamente de um filme de James Bond.

Na história, o policial Luke Hobbs (Dwayne ‘The Rock’ Johnson) e o agente renegado Deckard Shaw (Jason Statham) precisam se unir à contragosto para uma missão: recuperar um vírus capaz de dizimar a humanidade, e derrotar o criminoso Brixton (Idris Elba), outro espião britânico que trocou de lado. O sujeito trabalha inclusive para uma organização nos moldes da SPECTRE – para quem é familiarizado com a mitologia de 007. No caminho, entre uma participação especial de um astro amigo do diretor (David Leitch) aqui, e uma ponta de um amigo e colaborador em dois filmes do protagonista ali; Hobbs & Shaw fala de… família. E o que mais? Esse vem sendo o tema e o lema dos filmes da franquia e o derivado não se afasta desta ligação.

Sim, já que o mote é família, temos a volta da Dama Helen Mirren como Queenie, a mãe de Shaw. Mas não apenas isso, uma das personagens centrais (a terceira eu diria, depois dos protagonistas) é Hattie (Vanessa Kirby), a irmã do ex-vilão. Mas os elos familiares não recaem só para um, e neste episódio, a filha de Hobbs, Sam (Eliana Sua), deseja saber mais sobre seus parentes. Assim, no terceiro ato, Hobbs leva a briga até sua família na ilha de Samoa, onde é forçado a fazer às pazes com o irmão (interpretado por Cliff Curtis, num papel planejado para Jason Momoa, que precisou recusar por motivos de agenda).

Pois bem, Hobbs & Shaw é exatamente o que você espera dele, e isto é também seu calcanhar de Aquiles. É um blockbuster sem surpresas e por vezes (muitas vezes) genérico. Uma trama reciclada e sem muita personalidade, extraída do mais B dos filmes de espionagem galhofa e injetada com os anabolizantes de Dwayne Johnson, que também produz o longa oficializado pelo sindicato dos produtores americanos, através de sua companhia, a Seven Bucks. O vilão de Idris Elba – geralmente um ator acima da média – é sem graça, e ele não se mostra muito interessado em ser qualquer coisa além da figura robótica escrita nas páginas (o sujeito é literalmente um ciborgue, mostrando que o longa jogou pro alto qualquer vestígio de seriedade).

E adivinhe o que vende e funciona? Acertou, o carisma de The Rock e Statham, e as inúmeras picuinhas entre os dois, que garantem muitas tiradas cômicas e trocas de testosterona dignas das conversas de vestiário. Esta tal química está afinadíssima! Ah sim, no terreno das novidades bem-vindas, o filme mostra que a loirinha Vanessa Kirby, que já havia sido vista, sem o mesmo barulho, em Missão: Impossível – Efeito Fallout (2018), está pronta para ser uma estrela. Sua presença em cena se equivale à dos grandalhões e ela chega junto no quesito carisma e atitude. Mesma sorte não tem a graciosa Eiza González (Em Ritmo de Fuga, 2017), que amarga “três frases” em apenas uma cena. É piscou, perdeu.

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