quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica Netflix | Velvet Buzzsaw – Sátira ao mundo das artes com pinceladas de terror

YouTube video

Apresentado no Festival de Sundance e lançado ao público pela Netflix, Velvet Buzzsaw surpreende à primeira vista pelo elenco composto por Jake Gyllenhaal, Rene Russo e Toni Collette e, ainda mais, por ser tratar de um filme satírico sobre a milionária e esnobe esfera social dos merchants e um seletíssimo grupo de artistas sob a forma do gênero terror, especificamente, com a franquia Premonição (2000, 2003, 2006, 2009, 2011).

Com um bom começo, o filme apresenta os personagens em suas posições sociais de desprezo, soberba e poder. Encabeçados pelo petulante crítico de arte Morf Vandewalt (Jake Gyllenhaal), a gente navega com eles sobre perspectivas de julgamento e ilusão do valor de obra que demanda fazer as pessoas sentirem novas experiência.



A composição de Gyllenhaal para o crítico bissexual Morf é admirável, ele consegue mostrar soberania e fragilidade, além de extremos tiques e manejos, mas não se compara à sua atuação anterior com o mesmo diretor Dan Gilroy, em O Abutre (2014). Mais uma vez, Gilroy cria uma um panorama de perdição em frente à  ambição humana, mas ao invés de um psicopata, agora é um espírito vingador que traz a sua mensagem.

Se compararmos ambos, a psicopatia de Gyllenhaal é mais assustadora que todas as mortes nesta mistura de comédia com assombração maligna e mortes esdrúxulas. As melhores sacadas da produção, entretanto, está no jogo entre os personagens e na exaltação exacerbada  às obras das galerias de arte, além da relação, no mínimo, bizarra entre Morf e Josephina (Zawe Ashton).

Com um elenco ótimo em uma história comicamente trash, Zawe Ashton destoa pela sua falta de expressão, passando de semblantes mórbidos a pávidos. Depois de colocadas as peças no tabuleiro, Gilroy começa a teia de maldição a partir da morte súbita de um vizinho de Josephina. O desconhecido deixa uma coleção incrível das obras de Vetril Dease, um artista desconhecido que arrebata a todos à primeira vista.

Ambicioso, Morf já planeja uma biografia e começa a pesquisa sobre a origem e vida do anônimo talento, enquanto busca informações a atmosfera ao redor começa a mudar e a primeira vítima é o instalador da galeria Bryson (Billy Magnussen), dado como desaparecido após sofrer um estranho acidente. Conforme a popularidade das obras de Dease espalha-se, as mortes também começam a ocorrer uma atrás da outra.

Se em Premonição, a morte agia das formas mais inusitada para dragar a vida das pessoas, em Velvet Buzzsaw os contextos tentam ser engraçados e menos trash, mas concebem cenas sem suspense ou graça. Se focarmos apenas nas esquisitices dos personagens artísticos, tal como Mapa para as Estrelas (2014), de David Cronenberg, a obra seria mais interessante, sem a parte do terror burlesco.

YouTube video

Mais notícias...

Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Crítica Netflix | Velvet Buzzsaw – Sátira ao mundo das artes com pinceladas de terror

YouTube video

Apresentado no Festival de Sundance e lançado ao público pela Netflix, Velvet Buzzsaw surpreende à primeira vista pelo elenco composto por Jake Gyllenhaal, Rene Russo e Toni Collette e, ainda mais, por ser tratar de um filme satírico sobre a milionária e esnobe esfera social dos merchants e um seletíssimo grupo de artistas sob a forma do gênero terror, especificamente, com a franquia Premonição (2000, 2003, 2006, 2009, 2011).

Com um bom começo, o filme apresenta os personagens em suas posições sociais de desprezo, soberba e poder. Encabeçados pelo petulante crítico de arte Morf Vandewalt (Jake Gyllenhaal), a gente navega com eles sobre perspectivas de julgamento e ilusão do valor de obra que demanda fazer as pessoas sentirem novas experiência.

A composição de Gyllenhaal para o crítico bissexual Morf é admirável, ele consegue mostrar soberania e fragilidade, além de extremos tiques e manejos, mas não se compara à sua atuação anterior com o mesmo diretor Dan Gilroy, em O Abutre (2014). Mais uma vez, Gilroy cria uma um panorama de perdição em frente à  ambição humana, mas ao invés de um psicopata, agora é um espírito vingador que traz a sua mensagem.

Se compararmos ambos, a psicopatia de Gyllenhaal é mais assustadora que todas as mortes nesta mistura de comédia com assombração maligna e mortes esdrúxulas. As melhores sacadas da produção, entretanto, está no jogo entre os personagens e na exaltação exacerbada  às obras das galerias de arte, além da relação, no mínimo, bizarra entre Morf e Josephina (Zawe Ashton).

Com um elenco ótimo em uma história comicamente trash, Zawe Ashton destoa pela sua falta de expressão, passando de semblantes mórbidos a pávidos. Depois de colocadas as peças no tabuleiro, Gilroy começa a teia de maldição a partir da morte súbita de um vizinho de Josephina. O desconhecido deixa uma coleção incrível das obras de Vetril Dease, um artista desconhecido que arrebata a todos à primeira vista.

Ambicioso, Morf já planeja uma biografia e começa a pesquisa sobre a origem e vida do anônimo talento, enquanto busca informações a atmosfera ao redor começa a mudar e a primeira vítima é o instalador da galeria Bryson (Billy Magnussen), dado como desaparecido após sofrer um estranho acidente. Conforme a popularidade das obras de Dease espalha-se, as mortes também começam a ocorrer uma atrás da outra.

Se em Premonição, a morte agia das formas mais inusitada para dragar a vida das pessoas, em Velvet Buzzsaw os contextos tentam ser engraçados e menos trash, mas concebem cenas sem suspense ou graça. Se focarmos apenas nas esquisitices dos personagens artísticos, tal como Mapa para as Estrelas (2014), de David Cronenberg, a obra seria mais interessante, sem a parte do terror burlesco.

YouTube video
Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS