quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | Vida – Bom elenco homenageia ‘Alien: O Oitavo Passageiro’

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Calvin, o sétimo passageiro

Alguns filmes são tão influentes para os gêneros aos quais pertencem, que décadas depois de seu lançamento continuam a ditar o que é feito dentro dele. É o caso com Alien: O Oitavo Passageiro (1979), obra-prima da ficção científica, dirigida por Ridley Scott, que moldou de forma insuperável tudo o que conhecemos no subgênero “casa mal-assombrada no espaço”.

De lá para cá, tudo o que o cinema nos apresentou soa como cópia carbono – a maioria sem um terço de seu brilho. Vida, nova ficção científica espacial da Sony, é mais um destes filhotes do filme de Scott. O diferencial? Atores renomados no elenco, e uma trama que se assemelha mais, ou tenta, com a realidade que temos hoje.



A primeira parte desta afirmação é provida pelas presenças de Jake Gyllenhaal (indicado ao Oscar por O Segredo de Brokeback Mountain), Ryan Reynolds (indicado ao Globo de Ouro por Deadpool) e Rebecca Ferguson, a sensação britânica do momento, de filmes como Missão: Impossível – Nação Secreta (2015) e A Garota no Trem (2016).

Apesar dos rostos bem reconhecíveis, destaque de forma equilibrada é dado para o resto do elenco (menos famoso), vide Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada e Olga Dihovichnaya, que completam o time de cientistas no espaço. Na trama, uma equipe de astronautas de diferentes nacionalidades (Japão, Rússia, Inglaterra e EUA) se depara com uma fonte de vida alienígena saída de Marte, que evolui de forma acelerada e impressionante.

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À primeira vista, a descoberta promete mudar positivamente a história da humanidade, mas como anunciado no primeiro parágrafo deste texto – assim como na sinopse do filme – sendo este uma cria de Alien, as coisas não sairão exatamente como esperado. Logo, os seis seres humanos inteligentes serão testados por uma entidade além de sua compreensão e uma verdadeira batalha por sobrevivência será travada, na qual as peças do jogo começam a ser eliminadas uma a uma.

Voltando ao segundo parágrafo, para o outro diferencial de Vida, o filme aborda de forma embasada como seria o fato, dando credibilidade a esta trama fantástica, com muito respaldo científico. Por exemplo, este é um dos poucos filmes espaciais no qual a gravidade zero permeia durante toda a projeção – o que inclui os líquidos corpóreos como sangue e lágrimas. Tais elementos se mostram eficientes na construção da atmosfera.

Na parte técnica, Vida é muito eficiente, criando a sensação de impulsionar-nos junto desta jornada. O clima construído é igualmente bem trabalhado, dando atenção aos detalhes e aos poucos reconhecendo a ameaça cada vez mais presente e maior do novo corpo ocupante da nave. Este é um daqueles filmes no qual sabemos que algo muito ruim está por vir e praticamos apenas o exercício de espera. O nível de tensão aqui é alto, e quando a primeira cena divisora de águas na história chega, promete dar pesadelos.

Existe uma sequência inteira, desde a revelação da ameaça, um ataque, culminando com a morte de um dos personagens, que é simplesmente de tirar o fôlego. Não por acaso, este é o ápice de Vida. Chega inclusive a ser injusto, pois ocorre um pouco antes da metade. Daí em diante nada mais se compara, embora o longa ainda reserve bons momentos gelados e inquietantes – como o trecho em que um dos personagens sai da nave.

O resultado final, no entanto, se situa em algum lugar entre o aceitável e o irregular, mas mantendo-se longe do que poderia vir a ser: um grande filme do gênero. A direção do sueco Daniel Espinosa cria a mesma expectativa de seus outros filmes – Protegendo o Inimigo (2012) e Crimes Ocultos (2015) – a esperança de obras memoráveis, terminando aquém. Há de se argumentar, no entanto, que Vida seja seu melhor filme.

O roteiro da dupla Rhett Reese e Paul Wernick, que já foi mais esperto (vide Deadpool e Zumbilândia), perde o gás no segundo ato, recaindo no piloto automático ao longo do caminho e se tornando um genérico sem identidade. O desfecho tenta ganhar pelo impacto, desferindo como golpe final uma reviravolta no mínimo intrigante, mas sem merecê-la muito. Traçando um paralelo entre o filme em si e sua criatura, carinhosamente batizada de Calvin, ambos ficam menos interessantes conforme seu desenvolvimento.

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Alguns filmes são tão influentes para os gêneros aos quais pertencem, que décadas depois de seu lançamento continuam a ditar o que é feito dentro dele. É o caso com Alien: O Oitavo Passageiro (1979), obra-prima da ficção científica, dirigida por Ridley Scott, que moldou de forma insuperável tudo o que conhecemos no subgênero “casa mal-assombrada no espaço”.

De lá para cá, tudo o que o cinema nos apresentou soa como cópia carbono – a maioria sem um terço de seu brilho. Vida, nova ficção científica espacial da Sony, é mais um destes filhotes do filme de Scott. O diferencial? Atores renomados no elenco, e uma trama que se assemelha mais, ou tenta, com a realidade que temos hoje.

A primeira parte desta afirmação é provida pelas presenças de Jake Gyllenhaal (indicado ao Oscar por O Segredo de Brokeback Mountain), Ryan Reynolds (indicado ao Globo de Ouro por Deadpool) e Rebecca Ferguson, a sensação britânica do momento, de filmes como Missão: Impossível – Nação Secreta (2015) e A Garota no Trem (2016).

Apesar dos rostos bem reconhecíveis, destaque de forma equilibrada é dado para o resto do elenco (menos famoso), vide Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada e Olga Dihovichnaya, que completam o time de cientistas no espaço. Na trama, uma equipe de astronautas de diferentes nacionalidades (Japão, Rússia, Inglaterra e EUA) se depara com uma fonte de vida alienígena saída de Marte, que evolui de forma acelerada e impressionante.

À primeira vista, a descoberta promete mudar positivamente a história da humanidade, mas como anunciado no primeiro parágrafo deste texto – assim como na sinopse do filme – sendo este uma cria de Alien, as coisas não sairão exatamente como esperado. Logo, os seis seres humanos inteligentes serão testados por uma entidade além de sua compreensão e uma verdadeira batalha por sobrevivência será travada, na qual as peças do jogo começam a ser eliminadas uma a uma.

Voltando ao segundo parágrafo, para o outro diferencial de Vida, o filme aborda de forma embasada como seria o fato, dando credibilidade a esta trama fantástica, com muito respaldo científico. Por exemplo, este é um dos poucos filmes espaciais no qual a gravidade zero permeia durante toda a projeção – o que inclui os líquidos corpóreos como sangue e lágrimas. Tais elementos se mostram eficientes na construção da atmosfera.

Na parte técnica, Vida é muito eficiente, criando a sensação de impulsionar-nos junto desta jornada. O clima construído é igualmente bem trabalhado, dando atenção aos detalhes e aos poucos reconhecendo a ameaça cada vez mais presente e maior do novo corpo ocupante da nave. Este é um daqueles filmes no qual sabemos que algo muito ruim está por vir e praticamos apenas o exercício de espera. O nível de tensão aqui é alto, e quando a primeira cena divisora de águas na história chega, promete dar pesadelos.

Existe uma sequência inteira, desde a revelação da ameaça, um ataque, culminando com a morte de um dos personagens, que é simplesmente de tirar o fôlego. Não por acaso, este é o ápice de Vida. Chega inclusive a ser injusto, pois ocorre um pouco antes da metade. Daí em diante nada mais se compara, embora o longa ainda reserve bons momentos gelados e inquietantes – como o trecho em que um dos personagens sai da nave.

O resultado final, no entanto, se situa em algum lugar entre o aceitável e o irregular, mas mantendo-se longe do que poderia vir a ser: um grande filme do gênero. A direção do sueco Daniel Espinosa cria a mesma expectativa de seus outros filmes – Protegendo o Inimigo (2012) e Crimes Ocultos (2015) – a esperança de obras memoráveis, terminando aquém. Há de se argumentar, no entanto, que Vida seja seu melhor filme.

O roteiro da dupla Rhett Reese e Paul Wernick, que já foi mais esperto (vide Deadpool e Zumbilândia), perde o gás no segundo ato, recaindo no piloto automático ao longo do caminho e se tornando um genérico sem identidade. O desfecho tenta ganhar pelo impacto, desferindo como golpe final uma reviravolta no mínimo intrigante, mas sem merecê-la muito. Traçando um paralelo entre o filme em si e sua criatura, carinhosamente batizada de Calvin, ambos ficam menos interessantes conforme seu desenvolvimento.

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