domingo , 24 novembro , 2024

Crítica | Vidas à Deriva – Shailene Woodley brilha em drama trágico real

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Até o Fim

A carreira de determinados astros de Hollywood não segue exatamente o caminho planejado. Não importa quem seja seu agente, seus contatos dentro da indústria ou o tamanho de seu carisma, no fim das contas, tudo se resume à aceitação do público. Se seus filmes não caírem no gosto popular, seu destino como a nova grande estrela do cinema estará seriamente comprometido. Este é o caso com a jovem e talentosa atriz Shailene Woodley, que aos poucos vai dando a volta por cima e com este Vidas à Deriva dá mais um passo na recuperação de seu prestígio.

Quando surgiu para o mundo de forma mais relevante em Os Descendentes (2011), os especialistas pediam sua indicação ao Oscar como coadjuvante (e filha) de George Clooney. O longa de Alexander Payne recebeu 5 nomeações, mas Woodley ficou de fora. Duas atuações depois e a atriz era preparada para ser a nova queridinha da América – seguindo o rastro de Emma Watson (Harry Potter), Kristen Stewart (Crepúsculo) e Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes). Com dois longas lançados em 2014, a “cama” estava preparada para Woodley deitar.



A Culpa é das Estrelas (2014) cumpriu a missão de comover plateias pelo mundo, mas a saga Divergente cambaleou a cada novo episódio, se tornando um estorvo, ficando sem conclusão e manchando um pouco o nome da menina de 26 anos. Voltando às raízes, Woodley retornou à TV para uma minissérie vencedora. Big Little Lies se tornou sensação e promete abrir novas portas a todos os envolvidos. A segunda temporada já está em andamento.

Vidas à Deriva é baseado num livro, registro de uma tragédia real, escrito pela própria vítima do ocorrido, Tami Ashcraft. Woodley, percebendo o potencial da obra, assumiu pela primeira vez um papel em seu currículo cinematográfico: o de produtora. A jovem comprou a ideia e assumiu a persona da protagonista, mulher de fibra e de espírito livre, que durante uma viagem de veleiro ao lado do namorado (papel de Sam Claflin) luta para sobreviver após uma terrível tormenta deixá-los à deriva no mar, sem perspectivas de resgate por mais de quarenta dias.

Os espectadores em geral adoram uma história real edificante, daquelas que nos tiram de nossas rotinas egoístas e nos sacodem, mostrando que tudo pode e precisa significar mais. Desta forma, Vidas à Deriva pode ser um prato cheio. No entanto, não ache você, que não possui tolerância alguma para produções com “cheiro” de autoajuda ou tendências minimamente espirituais, que o longa segue tal linha. À primeira vista digno de grandes torcidas de nariz, o filme vai mostrando suas verdadeiras tintas e transcendendo à pieguice implícita devido ao empenho de seus realizadores.

O grande chamariz aqui é a presença de cena de Shailene Woodley. Desde sua revelação extremamente natural em Os Descendentes, a atriz nunca esteve tão bem quanto aqui, recuperando a aura  marcante e criando identificação. Para os desavisados pode não parecer muito, mas Woodley segura a obra com unhas e dentes numa performance verdadeiramente visceral. Seu empenho é impressionante. O ponto fraco é o roteiro, escrito a três mãos, que escorrega e falha em criar um relacionamento pulsante entre o casal – nas cenas de flashback. O que ganhamos são desenhos básicos que criam recortes de papelão, representando quaisquer dois jovens apaixonados sem personalidade ou muita graça. É somente nos trechos trágicos que a obra ganha vida – por comparação, veja o que foi alcançado na obra-prima Até o Fim (2013), de J.C. Chandor.

Por outro lado, o islandês Baltasar Kormákur, diretor do filme – especialista neste tipo de cinema catástrofe (sendo Evereste – de 2015 – seu longa mais famoso) – cria ótimos momentos narrativos, em sua maioria sem a utilização de diálogos. É sabido o pesadelo de filmar no mar, o que fortifica mais a qualidade da direção do cineasta. Indo contra todas as expectativas, Vidas à Deriva se mostra uma produção satisfatória, que guarda espaço para uma interessante reviravolta em sua trama e um desfecho mais emocionante do que estávamos preparados para receber. Na exibição para a imprensa, ganhamos lencinhos na entrada. Sintam-se à vontade para levá-los quando forem assistir, dependendo do seu nível de resistência.

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A carreira de determinados astros de Hollywood não segue exatamente o caminho planejado. Não importa quem seja seu agente, seus contatos dentro da indústria ou o tamanho de seu carisma, no fim das contas, tudo se resume à aceitação do público. Se seus filmes não caírem no gosto popular, seu destino como a nova grande estrela do cinema estará seriamente comprometido. Este é o caso com a jovem e talentosa atriz Shailene Woodley, que aos poucos vai dando a volta por cima e com este Vidas à Deriva dá mais um passo na recuperação de seu prestígio.

Quando surgiu para o mundo de forma mais relevante em Os Descendentes (2011), os especialistas pediam sua indicação ao Oscar como coadjuvante (e filha) de George Clooney. O longa de Alexander Payne recebeu 5 nomeações, mas Woodley ficou de fora. Duas atuações depois e a atriz era preparada para ser a nova queridinha da América – seguindo o rastro de Emma Watson (Harry Potter), Kristen Stewart (Crepúsculo) e Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes). Com dois longas lançados em 2014, a “cama” estava preparada para Woodley deitar.

A Culpa é das Estrelas (2014) cumpriu a missão de comover plateias pelo mundo, mas a saga Divergente cambaleou a cada novo episódio, se tornando um estorvo, ficando sem conclusão e manchando um pouco o nome da menina de 26 anos. Voltando às raízes, Woodley retornou à TV para uma minissérie vencedora. Big Little Lies se tornou sensação e promete abrir novas portas a todos os envolvidos. A segunda temporada já está em andamento.

Vidas à Deriva é baseado num livro, registro de uma tragédia real, escrito pela própria vítima do ocorrido, Tami Ashcraft. Woodley, percebendo o potencial da obra, assumiu pela primeira vez um papel em seu currículo cinematográfico: o de produtora. A jovem comprou a ideia e assumiu a persona da protagonista, mulher de fibra e de espírito livre, que durante uma viagem de veleiro ao lado do namorado (papel de Sam Claflin) luta para sobreviver após uma terrível tormenta deixá-los à deriva no mar, sem perspectivas de resgate por mais de quarenta dias.

Os espectadores em geral adoram uma história real edificante, daquelas que nos tiram de nossas rotinas egoístas e nos sacodem, mostrando que tudo pode e precisa significar mais. Desta forma, Vidas à Deriva pode ser um prato cheio. No entanto, não ache você, que não possui tolerância alguma para produções com “cheiro” de autoajuda ou tendências minimamente espirituais, que o longa segue tal linha. À primeira vista digno de grandes torcidas de nariz, o filme vai mostrando suas verdadeiras tintas e transcendendo à pieguice implícita devido ao empenho de seus realizadores.

O grande chamariz aqui é a presença de cena de Shailene Woodley. Desde sua revelação extremamente natural em Os Descendentes, a atriz nunca esteve tão bem quanto aqui, recuperando a aura  marcante e criando identificação. Para os desavisados pode não parecer muito, mas Woodley segura a obra com unhas e dentes numa performance verdadeiramente visceral. Seu empenho é impressionante. O ponto fraco é o roteiro, escrito a três mãos, que escorrega e falha em criar um relacionamento pulsante entre o casal – nas cenas de flashback. O que ganhamos são desenhos básicos que criam recortes de papelão, representando quaisquer dois jovens apaixonados sem personalidade ou muita graça. É somente nos trechos trágicos que a obra ganha vida – por comparação, veja o que foi alcançado na obra-prima Até o Fim (2013), de J.C. Chandor.

Por outro lado, o islandês Baltasar Kormákur, diretor do filme – especialista neste tipo de cinema catástrofe (sendo Evereste – de 2015 – seu longa mais famoso) – cria ótimos momentos narrativos, em sua maioria sem a utilização de diálogos. É sabido o pesadelo de filmar no mar, o que fortifica mais a qualidade da direção do cineasta. Indo contra todas as expectativas, Vidas à Deriva se mostra uma produção satisfatória, que guarda espaço para uma interessante reviravolta em sua trama e um desfecho mais emocionante do que estávamos preparados para receber. Na exibição para a imprensa, ganhamos lencinhos na entrada. Sintam-se à vontade para levá-los quando forem assistir, dependendo do seu nível de resistência.

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