terça-feira , 25 fevereiro , 2025

Crítica | Vidas à Deriva – Shailene Woodley brilha em drama trágico real


Até o Fim

A carreira de determinados astros de Hollywood não segue exatamente o caminho planejado. Não importa quem seja seu agente, seus contatos dentro da indústria ou o tamanho de seu carisma, no fim das contas, tudo se resume à aceitação do público. Se seus filmes não caírem no gosto popular, seu destino como a nova grande estrela do cinema estará seriamente comprometido. Este é o caso com a jovem e talentosa atriz Shailene Woodley, que aos poucos vai dando a volta por cima e com este Vidas à Deriva dá mais um passo na recuperação de seu prestígio.

Quando surgiu para o mundo de forma mais relevante em Os Descendentes (2011), os especialistas pediam sua indicação ao Oscar como coadjuvante (e filha) de George Clooney. O longa de Alexander Payne recebeu 5 nomeações, mas Woodley ficou de fora. Duas atuações depois e a atriz era preparada para ser a nova queridinha da América – seguindo o rastro de Emma Watson (Harry Potter), Kristen Stewart (Crepúsculo) e Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes). Com dois longas lançados em 2014, a “cama” estava preparada para Woodley deitar.



adrif cinepop2

A Culpa é das Estrelas (2014) cumpriu a missão de comover plateias pelo mundo, mas a saga Divergente cambaleou a cada novo episódio, se tornando um estorvo, ficando sem conclusão e manchando um pouco o nome da menina de 26 anos. Voltando às raízes, Woodley retornou à TV para uma minissérie vencedora. Big Little Lies se tornou sensação e promete abrir novas portas a todos os envolvidos. A segunda temporada já está em andamento.

Vidas à Deriva é baseado num livro, registro de uma tragédia real, escrito pela própria vítima do ocorrido, Tami Ashcraft. Woodley, percebendo o potencial da obra, assumiu pela primeira vez um papel em seu currículo cinematográfico: o de produtora. A jovem comprou a ideia e assumiu a persona da protagonista, mulher de fibra e de espírito livre, que durante uma viagem de veleiro ao lado do namorado (papel de Sam Claflin) luta para sobreviver após uma terrível tormenta deixá-los à deriva no mar, sem perspectivas de resgate por mais de quarenta dias.


adrif cinepop1

Os espectadores em geral adoram uma história real edificante, daquelas que nos tiram de nossas rotinas egoístas e nos sacodem, mostrando que tudo pode e precisa significar mais. Desta forma, Vidas à Deriva pode ser um prato cheio. No entanto, não ache você, que não possui tolerância alguma para produções com “cheiro” de autoajuda ou tendências minimamente espirituais, que o longa segue tal linha. À primeira vista digno de grandes torcidas de nariz, o filme vai mostrando suas verdadeiras tintas e transcendendo à pieguice implícita devido ao empenho de seus realizadores.

adrif cinepop

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O grande chamariz aqui é a presença de cena de Shailene Woodley. Desde sua revelação extremamente natural em Os Descendentes, a atriz nunca esteve tão bem quanto aqui, recuperando a aura  marcante e criando identificação. Para os desavisados pode não parecer muito, mas Woodley segura a obra com unhas e dentes numa performance verdadeiramente visceral. Seu empenho é impressionante. O ponto fraco é o roteiro, escrito a três mãos, que escorrega e falha em criar um relacionamento pulsante entre o casal – nas cenas de flashback. O que ganhamos são desenhos básicos que criam recortes de papelão, representando quaisquer dois jovens apaixonados sem personalidade ou muita graça. É somente nos trechos trágicos que a obra ganha vida – por comparação, veja o que foi alcançado na obra-prima Até o Fim (2013), de J.C. Chandor.

Por outro lado, o islandês Baltasar Kormákur, diretor do filme – especialista neste tipo de cinema catástrofe (sendo Evereste – de 2015 – seu longa mais famoso) – cria ótimos momentos narrativos, em sua maioria sem a utilização de diálogos. É sabido o pesadelo de filmar no mar, o que fortifica mais a qualidade da direção do cineasta. Indo contra todas as expectativas, Vidas à Deriva se mostra uma produção satisfatória, que guarda espaço para uma interessante reviravolta em sua trama e um desfecho mais emocionante do que estávamos preparados para receber. Na exibição para a imprensa, ganhamos lencinhos na entrada. Sintam-se à vontade para levá-los quando forem assistir, dependendo do seu nível de resistência.


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Quando surgiu para o mundo de forma mais relevante em Os Descendentes (2011), os especialistas pediam sua indicação ao Oscar como coadjuvante (e filha) de George Clooney. O longa de Alexander Payne recebeu 5 nomeações, mas Woodley ficou de fora. Duas atuações depois e a atriz era preparada para ser a nova queridinha da América – seguindo o rastro de Emma Watson (Harry Potter), Kristen Stewart (Crepúsculo) e Jennifer Lawrence (Jogos Vorazes). Com dois longas lançados em 2014, a “cama” estava preparada para Woodley deitar.

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A Culpa é das Estrelas (2014) cumpriu a missão de comover plateias pelo mundo, mas a saga Divergente cambaleou a cada novo episódio, se tornando um estorvo, ficando sem conclusão e manchando um pouco o nome da menina de 26 anos. Voltando às raízes, Woodley retornou à TV para uma minissérie vencedora. Big Little Lies se tornou sensação e promete abrir novas portas a todos os envolvidos. A segunda temporada já está em andamento.

Vidas à Deriva é baseado num livro, registro de uma tragédia real, escrito pela própria vítima do ocorrido, Tami Ashcraft. Woodley, percebendo o potencial da obra, assumiu pela primeira vez um papel em seu currículo cinematográfico: o de produtora. A jovem comprou a ideia e assumiu a persona da protagonista, mulher de fibra e de espírito livre, que durante uma viagem de veleiro ao lado do namorado (papel de Sam Claflin) luta para sobreviver após uma terrível tormenta deixá-los à deriva no mar, sem perspectivas de resgate por mais de quarenta dias.

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Os espectadores em geral adoram uma história real edificante, daquelas que nos tiram de nossas rotinas egoístas e nos sacodem, mostrando que tudo pode e precisa significar mais. Desta forma, Vidas à Deriva pode ser um prato cheio. No entanto, não ache você, que não possui tolerância alguma para produções com “cheiro” de autoajuda ou tendências minimamente espirituais, que o longa segue tal linha. À primeira vista digno de grandes torcidas de nariz, o filme vai mostrando suas verdadeiras tintas e transcendendo à pieguice implícita devido ao empenho de seus realizadores.

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O grande chamariz aqui é a presença de cena de Shailene Woodley. Desde sua revelação extremamente natural em Os Descendentes, a atriz nunca esteve tão bem quanto aqui, recuperando a aura  marcante e criando identificação. Para os desavisados pode não parecer muito, mas Woodley segura a obra com unhas e dentes numa performance verdadeiramente visceral. Seu empenho é impressionante. O ponto fraco é o roteiro, escrito a três mãos, que escorrega e falha em criar um relacionamento pulsante entre o casal – nas cenas de flashback. O que ganhamos são desenhos básicos que criam recortes de papelão, representando quaisquer dois jovens apaixonados sem personalidade ou muita graça. É somente nos trechos trágicos que a obra ganha vida – por comparação, veja o que foi alcançado na obra-prima Até o Fim (2013), de J.C. Chandor.

Por outro lado, o islandês Baltasar Kormákur, diretor do filme – especialista neste tipo de cinema catástrofe (sendo Evereste – de 2015 – seu longa mais famoso) – cria ótimos momentos narrativos, em sua maioria sem a utilização de diálogos. É sabido o pesadelo de filmar no mar, o que fortifica mais a qualidade da direção do cineasta. Indo contra todas as expectativas, Vidas à Deriva se mostra uma produção satisfatória, que guarda espaço para uma interessante reviravolta em sua trama e um desfecho mais emocionante do que estávamos preparados para receber. Na exibição para a imprensa, ganhamos lencinhos na entrada. Sintam-se à vontade para levá-los quando forem assistir, dependendo do seu nível de resistência.

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