domingo , 24 novembro , 2024

Crítica | Viúva Negra é um eletrizante espetáculo de cenas de ação, com direito a assuntos bem complexos

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Talvez uma das maiores lacunas do Universo da Marvel, a história de origem da heroína Viúva Negra sempre permaneceu à deriva, entre comentários pouco explicativos e instantes reflexivos pouco explorados nas telonas. Sempre um mistério diante da audiência, Natasha Romanoff é aquela que nos foi introduzida ainda na fase embrionária do MCU, em Homem de Ferro 2. E após traçar toda a sua história como quem permeou tantos filmes de outros Vingadores, mas jamais teve o seu próprio momento, ela ganha o seu primeiro voo solo – ainda que ele tenha tardiamente vindo pouco depois de seu fim.



Com um background instigante, a personagem criada pelo icônico Stan Lee abre espaço para uma narrativa que facilmente flerta com o gênero de thriller sociopolítico. Nascida nos quadrinhos nos anos 60, em um cenário de Guerra Fria, ela é fruto das perigosas tensões existentes entre os Estados Unidos e a União Soviética. E no longa dirigido por Cate Shortland, vislumbres desse intenso entrave – que afetou diretamente o cinema dos anos 70 e 80 – podem ser vistos, fazendo pequenas referências diretas aos quadrinhos da heroína. Mas como quem busca também se comunicar com a contemporaneidade, o roteirista Eric Pearson tenta fazer de Viúva Negra um pequeno manifesto feminino, explorando a protagonista homônima, e todas as demais que a cercam, por uma ótica um pouco mais complexa. Aqui, garotinhas sem qualquer contexto familiar são “recrutadas” como pequenas escravas de um magnata russo, que as transforma em jovens assassinas sanguinárias manipuláveis.

As consequências dessa sucessão de abusos é o ponto central da história de origem de Natasha, brilhantemente interpretada por Scarlett Johansson. E à medida em que responde a antiga pergunta “o que raios aconteceu em Budapeste?”, a adaptação dos quadrinhos explana sobre como esse fatídico e até então secreto momento transformou a protagonista de forma permanente. Construindo uma jornada sobre traumas de infância, seio familiar desestruturado e subserviência compulsiva e doentia, o filme ainda sabe fazer uma união equilibrada entre um bom drama e muita ação, salpicado por doces alívios cômicos, que funcionam como um respiro na trama. E neste filme solo, não só Johansson pode protagonizar sua própria história – ao invés de ser coadjuvante de tantas outras -, como a produção traz ao centro um elenco feminino riquíssimo, sustentando pelas belíssimas Florence Pugh e Rachel Weisz, que fazem de suas coadjuvantes o elo perfeito com Natasha Romanoff.

Entregando um espetáculo visual com suas cenas de ação, Viúva Negra não brinca em serviço e sabe explorar o seu tempo de tela à la mode, fazendo aquilo que a Marvel Studios sabe melhor: Caprichar em explosões extravagantes, com coreografias de luta intensamente acrobáticas. Mas apenas arranhando a superfície de sua profunda história – que aqui é a espinha dorsal de toda a ação, o longa é uma experiência insaciável, que nos deixa esperando por muito mais de onde a complexa narrativa veio. E com a expectativa de que o filme solo ganhe uma nova sequência, nada mais justo que possamos mergulhar nos enormes traumas que cercaram as vidas de Natasha e Yelena (Pugh), que aqui poderiam ter ganhado o mesmo nível de catarse que nos cativou tanto em WandaVision.

Ainda assim, a Marvel Studios mais uma vez acerta de forma grandiosa. Com uma coletânea admirável de efeitos visuais ultra-realistas, o filme instantaneamente nos dá aquele sentimento nostálgico de querer estar dentro dos cinemas. Feito para ser experimentado diante de um público enorme – na maior tela possível, Viúva Negra é também uma memória deliciosa da última vez que estivemos diante dos Vingadores, ainda em 2019. Uma produção que se sustenta por si só com graciosidade e voracidade e com um elenco que nos entrega tudo em tela (David Harbour é uma surpresa maravilhosa!), o longa faz também aquela conexão direta com o universo expansivo de Kevin Feige, que tanto faz os fãs delirarem. Com direito a uma tocante e cômica cena pós-créditos, Viúva Negra consegue não apenas cobrir o passado da personagem homônima, como também introduz o futuro do MCU, tanto na Disney+, como nos cinemas.

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Com um background instigante, a personagem criada pelo icônico Stan Lee abre espaço para uma narrativa que facilmente flerta com o gênero de thriller sociopolítico. Nascida nos quadrinhos nos anos 60, em um cenário de Guerra Fria, ela é fruto das perigosas tensões existentes entre os Estados Unidos e a União Soviética. E no longa dirigido por Cate Shortland, vislumbres desse intenso entrave – que afetou diretamente o cinema dos anos 70 e 80 – podem ser vistos, fazendo pequenas referências diretas aos quadrinhos da heroína. Mas como quem busca também se comunicar com a contemporaneidade, o roteirista Eric Pearson tenta fazer de Viúva Negra um pequeno manifesto feminino, explorando a protagonista homônima, e todas as demais que a cercam, por uma ótica um pouco mais complexa. Aqui, garotinhas sem qualquer contexto familiar são “recrutadas” como pequenas escravas de um magnata russo, que as transforma em jovens assassinas sanguinárias manipuláveis.

As consequências dessa sucessão de abusos é o ponto central da história de origem de Natasha, brilhantemente interpretada por Scarlett Johansson. E à medida em que responde a antiga pergunta “o que raios aconteceu em Budapeste?”, a adaptação dos quadrinhos explana sobre como esse fatídico e até então secreto momento transformou a protagonista de forma permanente. Construindo uma jornada sobre traumas de infância, seio familiar desestruturado e subserviência compulsiva e doentia, o filme ainda sabe fazer uma união equilibrada entre um bom drama e muita ação, salpicado por doces alívios cômicos, que funcionam como um respiro na trama. E neste filme solo, não só Johansson pode protagonizar sua própria história – ao invés de ser coadjuvante de tantas outras -, como a produção traz ao centro um elenco feminino riquíssimo, sustentando pelas belíssimas Florence Pugh e Rachel Weisz, que fazem de suas coadjuvantes o elo perfeito com Natasha Romanoff.

Entregando um espetáculo visual com suas cenas de ação, Viúva Negra não brinca em serviço e sabe explorar o seu tempo de tela à la mode, fazendo aquilo que a Marvel Studios sabe melhor: Caprichar em explosões extravagantes, com coreografias de luta intensamente acrobáticas. Mas apenas arranhando a superfície de sua profunda história – que aqui é a espinha dorsal de toda a ação, o longa é uma experiência insaciável, que nos deixa esperando por muito mais de onde a complexa narrativa veio. E com a expectativa de que o filme solo ganhe uma nova sequência, nada mais justo que possamos mergulhar nos enormes traumas que cercaram as vidas de Natasha e Yelena (Pugh), que aqui poderiam ter ganhado o mesmo nível de catarse que nos cativou tanto em WandaVision.

Ainda assim, a Marvel Studios mais uma vez acerta de forma grandiosa. Com uma coletânea admirável de efeitos visuais ultra-realistas, o filme instantaneamente nos dá aquele sentimento nostálgico de querer estar dentro dos cinemas. Feito para ser experimentado diante de um público enorme – na maior tela possível, Viúva Negra é também uma memória deliciosa da última vez que estivemos diante dos Vingadores, ainda em 2019. Uma produção que se sustenta por si só com graciosidade e voracidade e com um elenco que nos entrega tudo em tela (David Harbour é uma surpresa maravilhosa!), o longa faz também aquela conexão direta com o universo expansivo de Kevin Feige, que tanto faz os fãs delirarem. Com direito a uma tocante e cômica cena pós-créditos, Viúva Negra consegue não apenas cobrir o passado da personagem homônima, como também introduz o futuro do MCU, tanto na Disney+, como nos cinemas.

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