Após uma lista de vazamentos com os supostos títulos dos episódios da terceira temporada de What If…? vazar na internet, muitos fãs criaram expectativas enormes para a temporada final da série. Porém, quando a lista com os títulos oficiais foi divulgada, uma boa parte dos fãs ficou decepcionada, já que os episódios falsos pareciam mais interessantes. Ainda assim, houve um episódio oficial, cujo título despertou o interesse dos fãs desde o início: o quinto episódio desta temporada.
O título prometia mostrar o que aconteceria se o Celestial que foi inserido no núcleo da Terra despertasse e não fosse impedido pelos Eternos, destruindo o planeta. A trama, com essa pegada de ficção científica, parecia ser a mais promissora de toda a temporada. No entanto, o episódio acabou sendo meio que mais do mesmo. Afinal, quantas vezes ao longo das três temporadas os capítulos não foram focados em resistências em meio a um futuro de tópico? Assim, é legal da primeira vez, pode até entreter da segunda, mas a partir da terceira já fica cansativo.
Em vez de focar no processo de destruição ou na luta que termina com a derrota dos heróis, conforme alguns imaginavam que seria o episódio, ele decide focar efetivamente na consequência da destruição do planeta. Em uma Terra despedaçada, os heróis morreram e um grande ditador tomou o controle por meio de uma das armas mais cruéis possíveis de serem usadas em um cenário de causas destruição: as ilusões. Sim, o grande vilão desta terra é o Mysterio, que assumiu o controle das Indústrias Stark, após o mundo ir para as cucuias.
Nesse ponto, foi muito interessante trazer de volta o vilão do Homem-Aranha para assumir um papel de protagonista. Acredito que eles tenham acertado na essência do que o What If…? ao dar a esse vilão, introduzido teoricamente como alguém de segundo escalão, uma oportunidade para brilhar como uma grande ameaça. Foi até mesmo surpreendente vê-lo nesse papel. Inclusive, há um momento bem tenso inspirado diretamente em um dos momentos mais traumáticos de sua trajetória nos quadrinhos, que é uma chocante sequência em Velho Logan.
O problema mesmo está no time dos heróis. A tal resistência que sobreviveu ao ataque do celestial é composta pelo grupo menos interessante possível de personagens secundários do MCU. Sério, são tantos coadjuvantes sem apelo que fica a sensação de que o Xaveco da Turma da Mônica vai aparecer a qualquer momento. Tanto que eles quase chegam a ofuscar o brilho da protagonista: Riri Williams. Sua abordagem neste episódio é mais interessante do que a escolhida na versão live action, introduzida em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre. Ela é mostrada como uma jovem que não desiste nunca, mas fadada ao fracasso em todos os universos possíveis. Mesmo assim, ela tenta resolver os problemas na base de sua inteligência e habilidade para construir armaduras.
Vale destacar que esse episódio parece mais uma grande propaganda para as próximas produções da Marvel. Ou vocês acham que foi acaso do destino eles terem escolhido o Visão Branco e a Riri, protagonistas de Vision Quest e Coração de Ferro, respectivamente, para rivalizarem nas principais cenas de luta deste capítulo? Eles aproveitaram a oportunidade para fazer este chamariz para suas próximas séries.
No fim das contas, o episódio tem momentos de altos e baixos. Acredito que vá dividir opiniões. Na minha, os momentos altos não compensam os baixos, fazendo dele mais um capítulo bem maçante.
Ah sim, é importante ressaltar que o episódio também traz toda uma estrutura para direcionar a série para o fim. Parte importante da trama recai sobre o Vigia. Parte fundamental do credo desta raça alienígena é presenciar eventos históricos sem interferir nos mesmos. No entanto, como já visto ao longo das duas últimas temporadas, Uatu interfere bastante nas histórias que presencia.
Neste episódio, inclusive, ele se revolta em sempre ver a Riri perdendo, apesar de seus esforços, e interfere novamente para que ela possa vencer ao menos uma vez (obs: até quando a Marvel vai seguir apostando nesse cliché terrível de uma mensagem motivacional ser o bastante para virar o jogo contra um vilão mega preparado? Cê já foi feito em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e rendeu sérias críticas. Por que decidiram repetir isso aqui?). Essa atitude revolta o Conselho dos Vigias, que decide banir Uatu de suas funções. Isso, claro, será o grande problema a ser resolvido nos episódios finais. A ver como vão desenvolver essa história nos próximos episódios.