Encerrando o ano, a última temporada de What If…? chegou ao fim neste domingo (29). Dando continuidade ao episódio anterior, este capítulo mostra o embate entre Uatu e os outros vigias, contando com o apoio das Exiladas.
Assim como naqueles filmes cujo último capítulo é dividido em duas partes, a equipe criativa de What If…? optou por deixar a parte um com mais história, deixando a ação para a parte final. Aqui, vemos as consequências das exiladas irem atrás do amigo. Ele estava sendo torturado, quando viu suas companheiras chegarem para salvar o dia.
Apesar de ser um grupo diverso, elas ganham um upgrade que nivela seus poderes com os dos adversários. Narrativamente falando, é uma opção excelente, mas acaba perdendo uma grande oportunidade de explorar ainda melhor os poderes individuais de cada super-heroína. Não que chegue a incomodar, só que havia duas personagens originais que poderiam mostrar um pouquinho mais, principalmente a Byrdie.
A ideia de colocar o próprio vigia para compartilhar seus poderes, fazendo com que o grupo aceite o juramento e se integre ao credo, é muito interessante. Apesar de que ser um finalzinho redondinho, ficou, sim, aquela vontade de ver um pouco mais deste novo grupo que vaga pelo Multiverso. E mesmo que a Capitã Carter tenha se sacrificado, é pouquíssimo provável que essa tenha sido a última vez que o público a viu em tela.
O episódio também abre a possibilidade de vermos os vigias novamente, assim como outros personagens queridos da série. Na verdade, é um episódio muito competente de conclusão de série. Porém, ele também flerta muito com a frustração que escolhas da própria equipe criativa para a temporada na hora de escolher as histórias para desenvolver em episódios.
A cena final que mostra outras realidades e possíveis personagens existentes é um cuspi na cara dos fãs que realmente queriam a ousadia do What If…? Dos quadrinhos. Afinal, para que mostrar a imagem de um Motoqueiro Fantasma Samurai ou de um Blade possuído pelo Khonshu, de Cavaleiro da Lua, se a própria série passou longe de oferecer algo próximo a isso? Mais do que isso, existe a imagem de um Thanos submetido ao projeto Arma X, que dê poderes ao Wolverine. Enquanto isso, a série trouxe para os fãs episódios que mostravam heróis usando robôs ou Howard, O Pato se casando. Fica a sensação de que eles podiam fazer muito melhor, mas inexplicavelmente optaram por tramas fracas e linhas do tempo bestas. É como se apontassem para a cara dos fãs e rissem.
Enfim, após três temporadas, o What If…? chegou ao fim. Vai deixar saudades? Talvez, mas parece difícil. Por escolhas da própria equipe criativa, a série sempre jogou seguro demais, algo que não combina com a proposta de imaginar novos universos e novas versões de heróis consagrados. Em muitos momentos, a série pareceu muito mais um derivado de Capitã Carter — o grande legado da produção para o Universo Cinematográfico Marvel — do que especificamente do selo What If…?. Para muitos fãs que não conseguem largar séries pela metade, é um alívio que essa tenha terminado, porque apesar de ter alguns episódios muito bons, o saldo negativo.