quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Wish: O Poder dos Desejos é a belíssima redenção da Disney após um difícil ano nas bilheterias mundiais

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Se na vida real as estrelas tiverem o mesmo poder que no colorido universo da fantasia, talvez Wish: O Poder dos Desejos possa genuinamente se tornar a grande redenção que a Disney tanto precisa em 2023, após um difícil ano nas bilheterias. Vivendo um momento de fadiga e estafo diante da opinião pública, a centenária Casa do Mickey encerra um ano tão emblemático e catártico com sua linda trajetória ofuscada por um presente e futuro incertos. Em meio à sombra do visionário Walt Disney, paira o fantasma de longas como Lightyear, Elementos e Mundo Estranho. E o que prometia ser um tempo promissor para a Pixar e Disney Animation foi reduzido à cinzas de um sucesso que jamais chegou.



Mas como a fada madrinha de Pinóquio bem nos ensinou lá nos idos dos anos 40, quando você faz um pedido a uma estrela, não importa quem você é e há sempre uma chance para que seu sonho se realize. E é nessa apaixonante poesia musicada que Wish alicerça a história de Asha e do reino de Rosas. Em uma terra de sonhos jamais realizados, a desajeitada jovem é a simples resposta para problemas tão mais complexos. Como um reflexo da simplicidade artística da era de ouro da Disney Animation, ela é uma memória do que torna as clássicas animações do estúdio tão preciosas e apaixonantes até hoje.

Longe de agendas político-sociais programáticas e concentrada apenas em contar uma boa história, honrando um extenso e intimidador legado, a protagonista originalmente dublada por Ariana DeBose é um frescor para um público cansado. Ainda que emane dezenas de icônicos protagonistas da Disney, ela é também a lembrança de um clássico que jamais envelhece e que segue sendo a grande procura pelas audiências contemporâneas. Delicada, destemida, corajosa, mas também fortemente vinculada a valores familiares, a mais nova personagem da Casa do Mickey caminha dentro do ideal tradicional que pavimentou a longeva trajetória de sucesso da gigante do entretenimento.

E com uma proposta mais singela, arraigada em décadas de longas de sucesso, os diretores Fawn Veerasunthorn e Chris Buck – que também co-assina o roteiro ao lado de Jennifer Lee e Allison Moore – decidem fazer o caminho inverso dos mais recentes lançamentos da Disney Animation e da Pixar. Na busca pelo resgate da encantadora magia que formou gerações de fãs, eles abrem mão da originalidade narrativa para fazer de Wish um manifesto perante o público, indicando o retorno dos mesmos elementos que outrora pautaram sucessos como Peter Pan, A Pequena Sereia, Branca de Neve, dentre tantos outros.

E embora o roteiro de Wish deixe a desejar no quesito autenticidade, ele não perde seu brilho, muito menos seu encantamento. Nos convidando para uma viagem nostálgica repleta de memórias afetivas – resgatadas por pequenos easter-eggs espalhados pela trama -, a animação musical é um vibrante e vívido sonho que instiga a audiência ao impossível, proporcionando uma jornada de cores e canções inspiradoras capazes de ativar em nós os sentidos mais enrijecidos. Com uma coletânea de hits que flertam com a música espanhola e instrumentos medievais, o filme é um deleite visual, que reluz aquarela em seus traços, lapidando a clássica animação 2D mais rudimentar dos anos 40 e 50 da Disney, para fazer uma homenagem a anos de histórias contadas em desenhos.

Com personagens mais caricatos, de fácil absorção pelo público infantil, a animação possui algo para cada um de seus públicos. Acalentando os corações de pais e tutores exaustos de filmes infantis que flertam com algum tipo de doutrinação sociocultural, Wish é uma resposta da Disney a anseios antigos. Buscando o mesmo fôlego e fascínio que tornou a Walt Disney Company a fortaleza cultural global que um dia ela foi, a produção é um aceno mercadológico e artístico que, à medida em que conversa com seus acionistas e executivos, gradativamente tenta atrair de volta os corações sedentos pelo puro entretenimento.

Celebrando o visionário Walt Disney em toda sua criatividade pueril, enquanto reverencia todos os caminhos trilhados por ele na construção de seu próprio sonho, Wish: O Poder dos Desejos pode não ser a animação que alguns esperavam, mas é – sem sombra de dúvidas- aquela que mais desejávamos em 2023. Como um prenúncio do retorno de velhos novos ventos na direção artística da empresa, a aguardada animação – que só chega ao Brasil em janeiro de 2024 -, é o aroma de uma simplicidade eficaz, que capta nossa atenção, captura nossas almas e nos instiga para um tempo onde o entretenimento infantil volte a ser tão valioso quanto um dia foi nas mãos de Walt. Tomara que esse desejo realmente se realize.

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Mas como a fada madrinha de Pinóquio bem nos ensinou lá nos idos dos anos 40, quando você faz um pedido a uma estrela, não importa quem você é e há sempre uma chance para que seu sonho se realize. E é nessa apaixonante poesia musicada que Wish alicerça a história de Asha e do reino de Rosas. Em uma terra de sonhos jamais realizados, a desajeitada jovem é a simples resposta para problemas tão mais complexos. Como um reflexo da simplicidade artística da era de ouro da Disney Animation, ela é uma memória do que torna as clássicas animações do estúdio tão preciosas e apaixonantes até hoje.

Longe de agendas político-sociais programáticas e concentrada apenas em contar uma boa história, honrando um extenso e intimidador legado, a protagonista originalmente dublada por Ariana DeBose é um frescor para um público cansado. Ainda que emane dezenas de icônicos protagonistas da Disney, ela é também a lembrança de um clássico que jamais envelhece e que segue sendo a grande procura pelas audiências contemporâneas. Delicada, destemida, corajosa, mas também fortemente vinculada a valores familiares, a mais nova personagem da Casa do Mickey caminha dentro do ideal tradicional que pavimentou a longeva trajetória de sucesso da gigante do entretenimento.

E com uma proposta mais singela, arraigada em décadas de longas de sucesso, os diretores Fawn Veerasunthorn e Chris Buck – que também co-assina o roteiro ao lado de Jennifer Lee e Allison Moore – decidem fazer o caminho inverso dos mais recentes lançamentos da Disney Animation e da Pixar. Na busca pelo resgate da encantadora magia que formou gerações de fãs, eles abrem mão da originalidade narrativa para fazer de Wish um manifesto perante o público, indicando o retorno dos mesmos elementos que outrora pautaram sucessos como Peter Pan, A Pequena Sereia, Branca de Neve, dentre tantos outros.

E embora o roteiro de Wish deixe a desejar no quesito autenticidade, ele não perde seu brilho, muito menos seu encantamento. Nos convidando para uma viagem nostálgica repleta de memórias afetivas – resgatadas por pequenos easter-eggs espalhados pela trama -, a animação musical é um vibrante e vívido sonho que instiga a audiência ao impossível, proporcionando uma jornada de cores e canções inspiradoras capazes de ativar em nós os sentidos mais enrijecidos. Com uma coletânea de hits que flertam com a música espanhola e instrumentos medievais, o filme é um deleite visual, que reluz aquarela em seus traços, lapidando a clássica animação 2D mais rudimentar dos anos 40 e 50 da Disney, para fazer uma homenagem a anos de histórias contadas em desenhos.

Com personagens mais caricatos, de fácil absorção pelo público infantil, a animação possui algo para cada um de seus públicos. Acalentando os corações de pais e tutores exaustos de filmes infantis que flertam com algum tipo de doutrinação sociocultural, Wish é uma resposta da Disney a anseios antigos. Buscando o mesmo fôlego e fascínio que tornou a Walt Disney Company a fortaleza cultural global que um dia ela foi, a produção é um aceno mercadológico e artístico que, à medida em que conversa com seus acionistas e executivos, gradativamente tenta atrair de volta os corações sedentos pelo puro entretenimento.

Celebrando o visionário Walt Disney em toda sua criatividade pueril, enquanto reverencia todos os caminhos trilhados por ele na construção de seu próprio sonho, Wish: O Poder dos Desejos pode não ser a animação que alguns esperavam, mas é – sem sombra de dúvidas- aquela que mais desejávamos em 2023. Como um prenúncio do retorno de velhos novos ventos na direção artística da empresa, a aguardada animação – que só chega ao Brasil em janeiro de 2024 -, é o aroma de uma simplicidade eficaz, que capta nossa atenção, captura nossas almas e nos instiga para um tempo onde o entretenimento infantil volte a ser tão valioso quanto um dia foi nas mãos de Walt. Tomara que esse desejo realmente se realize.

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