domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Z: A Cidade Perdida – superprodução séria e exuberante

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Indiana Jones para adultos

Indo na contramão de cineastas que adoram trabalhar, vide Woody Allen (que bate ponto com um lançamento por ano), existem aqueles que levam bastante tempo entre uma obra e outra, considerados diretores bissextos. Um dos grandes exemplos na categoria é Terrence Malick – que até o indicado ao Oscar A Árvore da Vida (2011), sua produção mais conhecida, tinha cinco décadas de carreira e apenas cinco longas no currículo.

O nova yorkino James Gray, embora mais novo (48 anos), seguia pelo mesmo caminho. Sua carreira começou na década de 1990 e rendeu apenas cinco produções cinematográficas. Z: A Cidade Perdida é o sexto. Se formos apontar uma linha nas obras de Gray, ela seria o retrato de thrillers / dramas urbanos e sua melancolia implícita – o que inclui até mesmo o trabalho como roteirista em Laços de Sangue (2013), do francês Guillaume Canet. Até mesmo seu último trabalho como diretor, Era Uma Vez em Nova York (2013), embora seja um filme de época, trabalha com estas especificações.



Sendo assim, Z:A Cidade Perdida é um filme único em seu currículo (ou o chamado ponto fora da curva), e sua produção mais ambiciosa até o momento. Baseado no livro de David Grann, com roteiro adaptado pelo próprio Gray (como de costume), o filme relata a biografia de Percy Fawcett, condecorado herói militar britânico. O sujeito honrado e exímio profissional se deparou com barreiras devido a sua árvore genealógica e nunca conseguiu adentrar o círculo privado do alto escalão. Mesmo assim, foi selecionado a participar de um projeto, numa sociedade de exploradores, a fim de mapear territórios sul americanos desconhecidos, no Brasil e Bolívia.

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A aventura tem início e ao lado do protagonista, um talentoso rastreador chamado Henry Costin dará todo o respaldo necessário, além da amizade para uma vida. Como dito, Z:A Cidade Perdida é aventura à moda antiga, de antes deste tipo de cinema ser revitalizado com o subgênero das matinês. Remete aos grandes clássicos do gênero, nos quais percebemos o escopo da produção, através de suas locações, direção de arte, figurinos, fotografia, sempre impressionando pelo realismo. Ao contrário do recente O Regresso (2015), de Alejandro Inarritu, Z não possui a pretensão de capturar os jovens através de um estilo arrojado de filmagem, se tornando um filme de narrativa extremamente tradicionalista.

Filmes como Z estão cada vez mais raros e quase extintos, já que existe numa zona neutra, na qual não são produções enérgicas e tampouco pretensiosas para serem consideradas cinema de arte. Além do valor de entretenimento, Z parece trazer de volta valores primordiais para o homem, perdidos há muito, e levanta questões como o feminismo e o lugar da mulher (acredite), através de fervorosos diálogos entre o protagonista e sua esposa, papel da bela Sienna Miller – mostrando acima de tudo que tais dilemas não são novidade.

E se você ainda não foi compelido a assistir, talvez os atores façam esse trabalho. Charlie Hunnam vive Fawcett, e com dois filmes em cartaz nos cinemas atualmente (além deste, Rei Arthur: A Lenda da Espada), mostra que está pronto para se tornar um astro e adentrar o time A de Hollywood. Seu carisma é inegável. Quem se sai bem igualmente é Robert Pattinson, irreconhecível enterrado debaixo da pesada barba de Costin, o fiel escudeiro. Além da dupla, Tom Holland (o novo Homem-Aranha do cinema) também abrilhanta o elenco na pele do primogênito do protagonista. O astro Brad Pitt trabalha atrás das câmeras como produtor.

A direção de Gray é luxuosa, sem ser excessivamente chamativa. De fácil identificação, e com o carisma de seus atores, tira totalmente o que poderia ser um filme sonolento do terreno da apatia, lhe garantindo vida o suficiente para nos manter interessados nesta longa jornada – dentro e fora das telas, já que são 2h e 21 minutos de projeção. Apesar de alguns trechos se mostrarem desnecessários, Z:A Cidade Perdida flui de forma eficaz, garantindo o apreço dos aficionados pela história e amantes nostálgicos de uma era mais calma para o cinema.

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O nova yorkino James Gray, embora mais novo (48 anos), seguia pelo mesmo caminho. Sua carreira começou na década de 1990 e rendeu apenas cinco produções cinematográficas. Z: A Cidade Perdida é o sexto. Se formos apontar uma linha nas obras de Gray, ela seria o retrato de thrillers / dramas urbanos e sua melancolia implícita – o que inclui até mesmo o trabalho como roteirista em Laços de Sangue (2013), do francês Guillaume Canet. Até mesmo seu último trabalho como diretor, Era Uma Vez em Nova York (2013), embora seja um filme de época, trabalha com estas especificações.

Sendo assim, Z:A Cidade Perdida é um filme único em seu currículo (ou o chamado ponto fora da curva), e sua produção mais ambiciosa até o momento. Baseado no livro de David Grann, com roteiro adaptado pelo próprio Gray (como de costume), o filme relata a biografia de Percy Fawcett, condecorado herói militar britânico. O sujeito honrado e exímio profissional se deparou com barreiras devido a sua árvore genealógica e nunca conseguiu adentrar o círculo privado do alto escalão. Mesmo assim, foi selecionado a participar de um projeto, numa sociedade de exploradores, a fim de mapear territórios sul americanos desconhecidos, no Brasil e Bolívia.

A aventura tem início e ao lado do protagonista, um talentoso rastreador chamado Henry Costin dará todo o respaldo necessário, além da amizade para uma vida. Como dito, Z:A Cidade Perdida é aventura à moda antiga, de antes deste tipo de cinema ser revitalizado com o subgênero das matinês. Remete aos grandes clássicos do gênero, nos quais percebemos o escopo da produção, através de suas locações, direção de arte, figurinos, fotografia, sempre impressionando pelo realismo. Ao contrário do recente O Regresso (2015), de Alejandro Inarritu, Z não possui a pretensão de capturar os jovens através de um estilo arrojado de filmagem, se tornando um filme de narrativa extremamente tradicionalista.

Filmes como Z estão cada vez mais raros e quase extintos, já que existe numa zona neutra, na qual não são produções enérgicas e tampouco pretensiosas para serem consideradas cinema de arte. Além do valor de entretenimento, Z parece trazer de volta valores primordiais para o homem, perdidos há muito, e levanta questões como o feminismo e o lugar da mulher (acredite), através de fervorosos diálogos entre o protagonista e sua esposa, papel da bela Sienna Miller – mostrando acima de tudo que tais dilemas não são novidade.

E se você ainda não foi compelido a assistir, talvez os atores façam esse trabalho. Charlie Hunnam vive Fawcett, e com dois filmes em cartaz nos cinemas atualmente (além deste, Rei Arthur: A Lenda da Espada), mostra que está pronto para se tornar um astro e adentrar o time A de Hollywood. Seu carisma é inegável. Quem se sai bem igualmente é Robert Pattinson, irreconhecível enterrado debaixo da pesada barba de Costin, o fiel escudeiro. Além da dupla, Tom Holland (o novo Homem-Aranha do cinema) também abrilhanta o elenco na pele do primogênito do protagonista. O astro Brad Pitt trabalha atrás das câmeras como produtor.

A direção de Gray é luxuosa, sem ser excessivamente chamativa. De fácil identificação, e com o carisma de seus atores, tira totalmente o que poderia ser um filme sonolento do terreno da apatia, lhe garantindo vida o suficiente para nos manter interessados nesta longa jornada – dentro e fora das telas, já que são 2h e 21 minutos de projeção. Apesar de alguns trechos se mostrarem desnecessários, Z:A Cidade Perdida flui de forma eficaz, garantindo o apreço dos aficionados pela história e amantes nostálgicos de uma era mais calma para o cinema.

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