quarta-feira , 18 dezembro , 2024

De Hereditário a Pearl | Ranqueamos TODOS os Filmes de Terror da famosa produtora cult A24

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Manter a reputação como a produtora de maior qualidade em seus filmes num mercado tão competitivo quanto o de Hollywood não é tarefa para qualquer um. Mas é exatamente isso que a produtora e distribuidora A24 vem fazendo há dez anos. Desde que inaugurou em 2012 com seu primeiro lançamento, a comédia alucinógena As Loucuras de Charlie (veículo que tentava – sem sucesso – colocar a carreira do errático Charlie Sheen novamente nos eixos), a empresa fundada por Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges não parou mais de lançar filmes, produção essa que não tem data para diminuir. São inúmeros sucessos de crítica, vide Ex-Machina, O Ano Mais Violento e Joias Brutas, e tantos outros filmes que chegaram até o Oscar, como O Quarto de Jack, Moonlight, Projeto Flórida, Lady Bird e O Artista do Desastre.

O segredo é ser uma produtora independente que pensa no lado artístico do cinema e acredita que boas histórias ainda podem ser contadas fora da caixinha. Essa percepção já ganhou seu público, e dentro deste nicho, os fãs muitas vezes transformam os lançamentos da A24 em sucessos de bilheteira – levando em conta o gasto de seu orçamento (é claro, jamais podendo competir com as maiores produções de Hollywood). A iniciativa tomada pela A24 é a total liberdade conferida aos cineastas que com eles trabalham, respeitando a visão do artista sem as algemas do cinema entretenimento / negócio lucrativo. A matemática é simples: gasta-se menos, espera-se menos. É claro que todo sucesso financeiro de bilheteria é bem-vindo.



Quando falamos de filmes de terror, a A24 guarda alguns dos mais interessantes e elogiados dos últimos anos. Justamente pela mesma equação: total liberdade criativa. Assim, a produtora cooptou nomes como Robert Eggers e Ari Aster em seu panteão, considerados dois “gigantes” do gênero. Pensando nisso e nos lançamentos dos recentes X – A Marca da Morte, Men – Faces do Medo, Morte Morte Morte e Pearl, resolvemos propor uma matéria ousada, ranqueando do PIOR ao MELHOR, TODOS os 25 filmes de terror da produtora A24 – usamos como referência as avaliações de tais filmes pelo grande público no IMDB. Confira abaixo.

25 | Slice (2018)

slice cinepop

No mesmo ano em que deu vida à heroína Domino em Deadpool 2, a estrela Zazie Beetz protagonizou este terror cômico que inaugura nosso ranking. Na trama, funcionários de uma pizzaria desconfiam que a loja tenha sido construída em cima de um local maldito – o que traz consequências sobrenaturais para a cidade.

24 | False Positive (2021)

false cinepop

A tensão de uma gravidez se eleva a níveis inimagináveis quando uma jovem começa a descobrir a verdade assustadora sobre seu médico de fertilidade. O grande nome do elenco é o eterno 007, Pierce Brosnan, que vive o tal doutor misterioso. A protagonista é vivida pela atriz Ilana Glazer, que também escreveu o roteiro.

23 | Tusk – A Transformação (2014)

tusk cinepop

Saído da mente do diretor Kevin Smith, este filme é um conto sádico que nasceu de uma história narrada no podcast do cineasta – desenvolvida por ele para o cinema. Na trama, um jovem (Justin Long) parte atrás de uma incrível história de um veterano canadense (Michael Parks). Chegando para entrevista-lo, o sujeito termina se tornando alvo do idoso insano.

22 | Um Monstro no Caminho (2016)

monster cinepop

Uma grande analogia para a conturbada relação de mãe e filha, quem estrela esse terror é Zoe Kazan. Ela vive a jovem mãe da menina Lizzy (Ella Ballentine). Enquanto a mãe é um verdadeiro trem desgovernado, alcoólatra e desestabilizada, a filha é a responsável da relação. As duas precisam se unir quando na estrada aparece um monstro de verdade – ou será apenas a projeção do relacionamento entre as duas?

21 | The Hole in the Ground (2019)

hole cinepop

Mãe e filho se mudam para uma propriedade rural na Irlanda. Logo, a mulher (Seána Kerslake) começa a suspeitar que o comportamento irreconhecível de seu pequeno filho (James Quinn Markey) possa ter relação com um gigantesco e misterioso buraco na floresta perto de sua casa.

20 | Vida Após Beth (2014)

beth cinepop

Protagonizado pelos queridinhos “indie” Aubrey Plaza e Dane DeHaan, esta foi uma das duas “comédias românticas de zumbis” lançada no ano de 2014 – fazendo coro com Enterrando Minha Ex (de Joe Dante, protagonizado por Anton Yelchin e Ashley Greene). Aqui, Plaza e DeHaan vivem um casal apaixonado. Que nem a morte dela é capaz de separar…

19 | High Life (2018)

high cinepop

Quem protagoniza aqui é o novo Batman do cinema, Robert Pattinson. Com direção da cultuada cineasta francesa Claire Denis (e roteiro da própria também), esta ficção científica com doses de terror mostra um pai e sua pequena filha tentando sobreviver isolados numa estação espacial bem longe da Terra – após a tripulação do local simplesmente desaparecer.

18 | A Enviada do Mal (2015)

black cinepop

Aqui temos uma espécie de Garota, Interrompida (1999) em versão terror, com uma trama passada num instituto sanatório para jovens mulheres, que pode esconder um terrível segredo sobre seus funcionários. O trio de jovens pacientes assustadas é protagonizado por Emma Roberts, Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody) e Kiernan Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina).

17 | Men – Faces do Medo (2022)

menjessie cinepop

Escrito e dirigido pelo mesmo Alex Garland de Ex-Machina (2015), o filme apresenta a protagonista Harper (Jessie Buckley), uma mulher que sofreu um grande trauma com a morte de seu marido. Pensando em uma forma de terapia, ela viaja até uma pousada no campo. No local, no entanto, estranhos acontecimentos começam a ocorrer. Uma das sacadas aqui é que todos os homens presentes na narrativa possuem o rosto do ator Rory Kinnear.

16 | Vestido Maldito (2018)

fabric cinepop

Comparado a uma mistura dos trabalhos de Dario Argento e David Lynch, este filme pode ser definido como um pesadelo da alta costura. Protagonizado por Marianne Jean-Baptiste, a atriz interpreta uma mulher se deparando e se apaixonando por um vestido vermelho para usar em um encontro. A vestimenta, assim como sua vendedora, porém, parecem saídos de um conto de bruxas – e situações para lá de bizarras e delirantes começam ocorrer em volta da roupa.

15 | Ao Cair da Noite (2017)

comes cinepop

Um dos filmes que ajudou a impulsionar a nova leva de produções conhecidas como “pós-terror” ou “terror de arte”, este longa com viés apocalíptico mostra uma família abrigada em sua casa, com medo do mundo exterior – possivelmente devido a um vírus devastador (três anos antes da Covid – o que faz do longa profético também). A dinâmica muda quando em sua porta aparece outra família em busca de abrigo.

14 | Sob a Pele (2013)

skin cinepop

Muito noticiado na época (e vendido) como o filme em que “Scarlett Johansson” aparece completamente nua, a musa vive uma criatura alienígena em nosso planeta, vestindo pele humana. Ela é uma verdadeira “predadora”, mas ao contrário do extraterrestre com cara de crustáceo, seu jogo de caça não inclui a violência física, e sim a arte da sedução. Neste sentido, podemos compará-lo até mais ao longa A Experiência (1995).

13 | Lamb (2021)

lamb cinepop

Produção islandesa que se tornou a maior bilheteria do país, este conto intrigante tem a estrela sueca Noomi Rapace como protagonista. Ela e Hilmir Snaer Guõnason vivem um casal donos de uma fazenda numa área rural do país. Suas vidas mudam quando eles descobrem um estranho bebê em sua propriedade e decidem cuidar dele como se fosse seu próprio filho. A criança em questão é uma aberração da natureza, meio homem, meio cordeiro.

12 | Morte Morte Morte (2022)

bodies cinepop

Um dos mais recentes lançamentos da A24, este terror que faz sátira aos slasher está atualmente em cartaz nos cinemas pelo mundo (incluindo no Brasil). Sendo uma produção da A24, não espere um filme tradicional do subgênero, no estilo Sexta-Feira 13 ou sequer Pânico. Aqui, um grupo de adolescentes ricos e mimados decide dar uma festa durante um furacão, quando sua diversão sai terrivelmente errado e eles precisam lutar por suas vidas.

11 | X – A Marca da Morte (2022)

x cinepop 1

Mais um terror recente, lançado este ano, chega à lista. Ao contrário do item acima que dividiu a opinião dos críticos e do público, X é um terror unânime, que rapidamente se tornou um dos maiores sucessos do ano. Na trama passada na década de 1970, uma equipe de filmagem decide realizar um filme pornô numa propriedade rural. Mas logo estranhos eventos começam a ocorrer e colocar suas vidas em risco.

10 | Saint Maud (2019)

maud cinepop

Elogiadíssimo terror “religioso”, o longa conta sobre uma enfermeira (papel Morfydd Clark) fanática religiosa, que também é extremamente perturbada. Suas boas intenções em relação às suas pacientes logo se transformam em terror quando ele leva a interpretação de sua fé a níveis assustadores.

09 | Clímax (2018)

climax cinepop

Baseado em eventos reais, muitos podem não creditar Clímax como um terror propriamente. Para começar aqui não existem elementos sobrenaturais ou sequer um assassino perseguindo os personagens. Através de circunstâncias infelizes, uma festa sai terrivelmente do controle. Dirigido pelo intrigante Gaspar Noé, o filme narra a comemoração de uma equipe de dança durante numa festa em um galpão. Quem comanda o elenco é a dançarina da vida real e atriz, Sofia Boutella. Quando alguém tem a brilhante ideia de jogar LSD na bebida, todos os convidados começar a ter alucinações perigosas.

08 | O Homem Duplicado (2013)

enemy cinepop

Baseado no livro do autor português José Saramago, O Homem Duplicado é um terror psicológico. O filme traz um show de atuação do jovem talentoso Jake Gyllenhaal no papel de um professor universitário que um belo dia descobre que existe outra pessoa idêntica a ele por aí, uma versão mais bem sucedida. Esse foi o primeiro filme internacional do cineasta sensação Denis Villeneuve.

07 | A Bruxa (2015)

witch cinepop

Como mencionado no início do texto, uma das aquisições mais bem-sucedidas da A24 foi a parceria com o diretor Robert Eggers, revelado ao mundo graças a este filme. Sucesso em festivais de cinema, o terror logo caiu também nas graças do público, se tornando uma obra cult. Além disso, serviu para revelar o talento da jovem Anya Taylor-Joy, a transformando numa estrela. A trama se passa nos anos 1600, e mostra uma família vivendo numa área rural e sendo atormentada por forças sobrenaturais e magia negra.

06 | Sala Verde (2015)

green cinepop

Um dos últimos trabalhos do saudoso Anton Yelchin, o ator interpreta o líder e vocalista de uma banda de punk rock, se apresentando num lugar perigoso: um bar de skinheads neonazistas. Como se o ambiente não fosse hostil o suficiente, ele e sua banda testemunham o assassinato de uma pessoa no local, e se tornam alvo dos donos do bar. O chamariz é a presença do sempre “bonzinho” Patrick Stewart vivendo um vilão de primeira.

05 | O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)

deer cinepop

A parceria entre o diretor grego Yorgos Lanthimos e a A24 já havia rendido o elogiadíssimo O Lagosta (2015). Dois anos depois, estúdio e diretor se reencontram, escalando novamente Colin Farrell como protagonista para um papel bem diferente aqui. Ele vive um médico, chefe de família, que percebe a ameaça do novo namorado de sua filha – o que o leva a tomar medidas extremamente drásticas. Nicole Kidman interpreta sua esposa.

04 | Midsommar – O Mal Não Espera a Noite (2019)

midsommar cinepop

Depois de Robert Eggers, outro queridinho do cinema de terror independente chega à lista. Ari Aster em pouco tempo conseguiu escrever seu nome no panteão do gênero e ao lado do citado Eggers e de Jordan Peele se tornou referência quando falamos de terror. Em seu segundo filme, Aster entrega uma proposta completamente diferente de seu filme de estreia – trazendo o horror à luz do dia. A trama se passa num festival pagão do norte da Europa, onde um casal abalado irá viver a experiência mais chocante de suas vidas.

03 | Hereditário (2018)

hereditary cinepop

Agora com a medalha de bronze dos melhores filmes de terror da A24 temos a volta de Ari Aster ao pódio. Esse foi seu primeiro trabalho como diretor e o que podemos dizer é que o cineasta chegou chutando a porta, e entregando uma obra digna de O Exorcista (1973), tamanho foi seu impacto na cultura pop. Um filme sombrio sobre uma família abalada por tragédias, que parece amaldiçoada devido aos segredos de um de seus membros. Essas revelações começam a vir à tona após a morte de tal matriarca, o que gera uma sequência de desgraças envolvendo os integrantes.

02 | O Farol (2019)

lighthouse cinepop

Depois de Aster, agora temos o retorno de Robert Eggers, em seu segundo trabalho. Essa escolha de colocar O Farol em segunda posição dos melhores filmes de terror da A24 é bem polêmica, já que esta é um filme que dividiu em especial grande parte do público e dos fãs, com muitos sequer o percebendo como um terror. Ainda mais quando é colocado acima de A Bruxa. Mas é preciso lembrar que esta lista é baseada na avaliação do grande público, de forma democrática, e desta maneira os fãs o elegeram em segunda posição. Aqui temos um tour de force de ambos Robert Pattinson e Willem Dafoe como dois faroleiros, um novato e um veterano, perdendo a cabeça e dando espaço para a insanidade durante uma temporada isolados numa ilha.

01 | Pearl (2022)

pearl cinepop

Pearl: Uma História de Origem ‘X’ chega aqui como uma história de origem não necessária, mas inegavelmente espetacular. Explicando quem foi a maldita vilã que nos revirou o estômago com mortes tão gráficas, a prequel de ‘X: A Marca da Morte‘ não é aquele clássico terror de jumpscares, mas é definitivamente um impecável ensaio sobre um surto psicótico. A realidade de Pearl (Mia Goth) poderia ser de enlouquecer qualquer um. Com seu esposo no fronte de batalha, ela dedica seus dias de volta à casa de seus pais, onde deve cuidar do seu pai – que segue em estado vegetativo -, enquanto é constantemente humilhada e maltratada por sua mãe. Entre os afazeres da fazenda e os cuidados paliativos que lhe tomam a energia, ela sonha com a vida de uma vedete nos palcos e nos cinemas. Sempre entre a mais pura e alucinante fantasia e uma dura realidade jamais desejada, ela tenta traçar seus caminhos em direção ao sucesso, fama e beleza plástica. O que não lhe disseram é que em uma terra árida, os sonhos nascidos do campo não tendem a florescer.

E sob uma estética bem technicolor, que remonta o formato dos filmes dos anos 50 e 60, West entrega outro brilhante terror que vai muito mais além do combo de sustos que normalmente nos aguarda em um terror slasher. Pearl é de fato uma espiral caótica de uma jovem à deriva de sua própria existência, que perece em uma vida medíocre onde sua identidade e personalidade são abafadas e sucumbidas pelas pressões de uma matriarca agressiva, insensível e indiferente. Mas independente do contexto familiar que nos trouxe Pearl, é inegável que a vilania já habitava nela, como West faz questão de mostrar em sua tortuosa forma de sacrificar animais indefesos. E essa construção é fundamental para tornar a idosa Pearl de ‘X‘ em uma criatura cruel e monstruosa aos olhos dos personagens e, obviamente, da audiência.

Conectando ambos os filmes de forma natural e quase imperceptível, Pearl é um derivado que caminha por suas próprias pernas e em diversos momentos nada se assemelha a ‘X‘. Com uma abordagem levemente metalinguística e um desenvolvimento narrativo diferente, o longa concentra-se na jornada autodestrutiva de uma jovem que enlouquece diante de sua realidade e da impossibilidade de seus sonhos. Trazendo uma performance poderosa de Mia Goth, o longa mostra uma vez mais a versatilidade da atriz em navegar em três personagens distintas em uma mesma franquia: Maxine – atriz de filmes adultos; a idosa Pearl em seu estado moribundo; e a jovem Pearl – uma garota entre a inocência e a insanidade histérica que a leva em uma epifania de assassinatos.

Caprichando em seu segundo ato com uma sanguinolência de encher os olhos dos mais famintos pelos slasherPearl ainda abre espaço para um toque de humor e brinca com as oscilações emocionais de sua protagonista, transformando-na em uma pequena mistura entre o horror e um sarcasmo de um humor ácido e cortante. Violento, mas nada assustador, o mais novo filme de Ti West é uma espécie de jornada do vilão. E embora não acrescente nada genuinamente novo à X: A Marca da MortePearl é o tipo de horror conceitual que é tão meticulosamente bem feito, que merece ser desfrutado até mesmo como uma experiência única sobre uma jovem frente à frente com a pior versão de si mesma.

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De Hereditário a Pearl | Ranqueamos TODOS os Filmes de Terror da famosa produtora cult A24

Manter a reputação como a produtora de maior qualidade em seus filmes num mercado tão competitivo quanto o de Hollywood não é tarefa para qualquer um. Mas é exatamente isso que a produtora e distribuidora A24 vem fazendo há dez anos. Desde que inaugurou em 2012 com seu primeiro lançamento, a comédia alucinógena As Loucuras de Charlie (veículo que tentava – sem sucesso – colocar a carreira do errático Charlie Sheen novamente nos eixos), a empresa fundada por Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges não parou mais de lançar filmes, produção essa que não tem data para diminuir. São inúmeros sucessos de crítica, vide Ex-Machina, O Ano Mais Violento e Joias Brutas, e tantos outros filmes que chegaram até o Oscar, como O Quarto de Jack, Moonlight, Projeto Flórida, Lady Bird e O Artista do Desastre.

O segredo é ser uma produtora independente que pensa no lado artístico do cinema e acredita que boas histórias ainda podem ser contadas fora da caixinha. Essa percepção já ganhou seu público, e dentro deste nicho, os fãs muitas vezes transformam os lançamentos da A24 em sucessos de bilheteira – levando em conta o gasto de seu orçamento (é claro, jamais podendo competir com as maiores produções de Hollywood). A iniciativa tomada pela A24 é a total liberdade conferida aos cineastas que com eles trabalham, respeitando a visão do artista sem as algemas do cinema entretenimento / negócio lucrativo. A matemática é simples: gasta-se menos, espera-se menos. É claro que todo sucesso financeiro de bilheteria é bem-vindo.

Quando falamos de filmes de terror, a A24 guarda alguns dos mais interessantes e elogiados dos últimos anos. Justamente pela mesma equação: total liberdade criativa. Assim, a produtora cooptou nomes como Robert Eggers e Ari Aster em seu panteão, considerados dois “gigantes” do gênero. Pensando nisso e nos lançamentos dos recentes X – A Marca da Morte, Men – Faces do Medo, Morte Morte Morte e Pearl, resolvemos propor uma matéria ousada, ranqueando do PIOR ao MELHOR, TODOS os 25 filmes de terror da produtora A24 – usamos como referência as avaliações de tais filmes pelo grande público no IMDB. Confira abaixo.

25 | Slice (2018)

slice cinepop

No mesmo ano em que deu vida à heroína Domino em Deadpool 2, a estrela Zazie Beetz protagonizou este terror cômico que inaugura nosso ranking. Na trama, funcionários de uma pizzaria desconfiam que a loja tenha sido construída em cima de um local maldito – o que traz consequências sobrenaturais para a cidade.

24 | False Positive (2021)

false cinepop

A tensão de uma gravidez se eleva a níveis inimagináveis quando uma jovem começa a descobrir a verdade assustadora sobre seu médico de fertilidade. O grande nome do elenco é o eterno 007, Pierce Brosnan, que vive o tal doutor misterioso. A protagonista é vivida pela atriz Ilana Glazer, que também escreveu o roteiro.

23 | Tusk – A Transformação (2014)

tusk cinepop

Saído da mente do diretor Kevin Smith, este filme é um conto sádico que nasceu de uma história narrada no podcast do cineasta – desenvolvida por ele para o cinema. Na trama, um jovem (Justin Long) parte atrás de uma incrível história de um veterano canadense (Michael Parks). Chegando para entrevista-lo, o sujeito termina se tornando alvo do idoso insano.

22 | Um Monstro no Caminho (2016)

monster cinepop

Uma grande analogia para a conturbada relação de mãe e filha, quem estrela esse terror é Zoe Kazan. Ela vive a jovem mãe da menina Lizzy (Ella Ballentine). Enquanto a mãe é um verdadeiro trem desgovernado, alcoólatra e desestabilizada, a filha é a responsável da relação. As duas precisam se unir quando na estrada aparece um monstro de verdade – ou será apenas a projeção do relacionamento entre as duas?

21 | The Hole in the Ground (2019)

hole cinepop

Mãe e filho se mudam para uma propriedade rural na Irlanda. Logo, a mulher (Seána Kerslake) começa a suspeitar que o comportamento irreconhecível de seu pequeno filho (James Quinn Markey) possa ter relação com um gigantesco e misterioso buraco na floresta perto de sua casa.

20 | Vida Após Beth (2014)

beth cinepop

Protagonizado pelos queridinhos “indie” Aubrey Plaza e Dane DeHaan, esta foi uma das duas “comédias românticas de zumbis” lançada no ano de 2014 – fazendo coro com Enterrando Minha Ex (de Joe Dante, protagonizado por Anton Yelchin e Ashley Greene). Aqui, Plaza e DeHaan vivem um casal apaixonado. Que nem a morte dela é capaz de separar…

19 | High Life (2018)

high cinepop

Quem protagoniza aqui é o novo Batman do cinema, Robert Pattinson. Com direção da cultuada cineasta francesa Claire Denis (e roteiro da própria também), esta ficção científica com doses de terror mostra um pai e sua pequena filha tentando sobreviver isolados numa estação espacial bem longe da Terra – após a tripulação do local simplesmente desaparecer.

18 | A Enviada do Mal (2015)

black cinepop

Aqui temos uma espécie de Garota, Interrompida (1999) em versão terror, com uma trama passada num instituto sanatório para jovens mulheres, que pode esconder um terrível segredo sobre seus funcionários. O trio de jovens pacientes assustadas é protagonizado por Emma Roberts, Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody) e Kiernan Shipka (O Mundo Sombrio de Sabrina).

17 | Men – Faces do Medo (2022)

menjessie cinepop

Escrito e dirigido pelo mesmo Alex Garland de Ex-Machina (2015), o filme apresenta a protagonista Harper (Jessie Buckley), uma mulher que sofreu um grande trauma com a morte de seu marido. Pensando em uma forma de terapia, ela viaja até uma pousada no campo. No local, no entanto, estranhos acontecimentos começam a ocorrer. Uma das sacadas aqui é que todos os homens presentes na narrativa possuem o rosto do ator Rory Kinnear.

16 | Vestido Maldito (2018)

fabric cinepop

Comparado a uma mistura dos trabalhos de Dario Argento e David Lynch, este filme pode ser definido como um pesadelo da alta costura. Protagonizado por Marianne Jean-Baptiste, a atriz interpreta uma mulher se deparando e se apaixonando por um vestido vermelho para usar em um encontro. A vestimenta, assim como sua vendedora, porém, parecem saídos de um conto de bruxas – e situações para lá de bizarras e delirantes começam ocorrer em volta da roupa.

15 | Ao Cair da Noite (2017)

comes cinepop

Um dos filmes que ajudou a impulsionar a nova leva de produções conhecidas como “pós-terror” ou “terror de arte”, este longa com viés apocalíptico mostra uma família abrigada em sua casa, com medo do mundo exterior – possivelmente devido a um vírus devastador (três anos antes da Covid – o que faz do longa profético também). A dinâmica muda quando em sua porta aparece outra família em busca de abrigo.

14 | Sob a Pele (2013)

skin cinepop

Muito noticiado na época (e vendido) como o filme em que “Scarlett Johansson” aparece completamente nua, a musa vive uma criatura alienígena em nosso planeta, vestindo pele humana. Ela é uma verdadeira “predadora”, mas ao contrário do extraterrestre com cara de crustáceo, seu jogo de caça não inclui a violência física, e sim a arte da sedução. Neste sentido, podemos compará-lo até mais ao longa A Experiência (1995).

13 | Lamb (2021)

lamb cinepop

Produção islandesa que se tornou a maior bilheteria do país, este conto intrigante tem a estrela sueca Noomi Rapace como protagonista. Ela e Hilmir Snaer Guõnason vivem um casal donos de uma fazenda numa área rural do país. Suas vidas mudam quando eles descobrem um estranho bebê em sua propriedade e decidem cuidar dele como se fosse seu próprio filho. A criança em questão é uma aberração da natureza, meio homem, meio cordeiro.

12 | Morte Morte Morte (2022)

bodies cinepop

Um dos mais recentes lançamentos da A24, este terror que faz sátira aos slasher está atualmente em cartaz nos cinemas pelo mundo (incluindo no Brasil). Sendo uma produção da A24, não espere um filme tradicional do subgênero, no estilo Sexta-Feira 13 ou sequer Pânico. Aqui, um grupo de adolescentes ricos e mimados decide dar uma festa durante um furacão, quando sua diversão sai terrivelmente errado e eles precisam lutar por suas vidas.

11 | X – A Marca da Morte (2022)

x cinepop 1

Mais um terror recente, lançado este ano, chega à lista. Ao contrário do item acima que dividiu a opinião dos críticos e do público, X é um terror unânime, que rapidamente se tornou um dos maiores sucessos do ano. Na trama passada na década de 1970, uma equipe de filmagem decide realizar um filme pornô numa propriedade rural. Mas logo estranhos eventos começam a ocorrer e colocar suas vidas em risco.

10 | Saint Maud (2019)

maud cinepop

Elogiadíssimo terror “religioso”, o longa conta sobre uma enfermeira (papel Morfydd Clark) fanática religiosa, que também é extremamente perturbada. Suas boas intenções em relação às suas pacientes logo se transformam em terror quando ele leva a interpretação de sua fé a níveis assustadores.

09 | Clímax (2018)

climax cinepop

Baseado em eventos reais, muitos podem não creditar Clímax como um terror propriamente. Para começar aqui não existem elementos sobrenaturais ou sequer um assassino perseguindo os personagens. Através de circunstâncias infelizes, uma festa sai terrivelmente do controle. Dirigido pelo intrigante Gaspar Noé, o filme narra a comemoração de uma equipe de dança durante numa festa em um galpão. Quem comanda o elenco é a dançarina da vida real e atriz, Sofia Boutella. Quando alguém tem a brilhante ideia de jogar LSD na bebida, todos os convidados começar a ter alucinações perigosas.

08 | O Homem Duplicado (2013)

enemy cinepop

Baseado no livro do autor português José Saramago, O Homem Duplicado é um terror psicológico. O filme traz um show de atuação do jovem talentoso Jake Gyllenhaal no papel de um professor universitário que um belo dia descobre que existe outra pessoa idêntica a ele por aí, uma versão mais bem sucedida. Esse foi o primeiro filme internacional do cineasta sensação Denis Villeneuve.

07 | A Bruxa (2015)

witch cinepop

Como mencionado no início do texto, uma das aquisições mais bem-sucedidas da A24 foi a parceria com o diretor Robert Eggers, revelado ao mundo graças a este filme. Sucesso em festivais de cinema, o terror logo caiu também nas graças do público, se tornando uma obra cult. Além disso, serviu para revelar o talento da jovem Anya Taylor-Joy, a transformando numa estrela. A trama se passa nos anos 1600, e mostra uma família vivendo numa área rural e sendo atormentada por forças sobrenaturais e magia negra.

06 | Sala Verde (2015)

green cinepop

Um dos últimos trabalhos do saudoso Anton Yelchin, o ator interpreta o líder e vocalista de uma banda de punk rock, se apresentando num lugar perigoso: um bar de skinheads neonazistas. Como se o ambiente não fosse hostil o suficiente, ele e sua banda testemunham o assassinato de uma pessoa no local, e se tornam alvo dos donos do bar. O chamariz é a presença do sempre “bonzinho” Patrick Stewart vivendo um vilão de primeira.

05 | O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)

deer cinepop

A parceria entre o diretor grego Yorgos Lanthimos e a A24 já havia rendido o elogiadíssimo O Lagosta (2015). Dois anos depois, estúdio e diretor se reencontram, escalando novamente Colin Farrell como protagonista para um papel bem diferente aqui. Ele vive um médico, chefe de família, que percebe a ameaça do novo namorado de sua filha – o que o leva a tomar medidas extremamente drásticas. Nicole Kidman interpreta sua esposa.

04 | Midsommar – O Mal Não Espera a Noite (2019)

midsommar cinepop

Depois de Robert Eggers, outro queridinho do cinema de terror independente chega à lista. Ari Aster em pouco tempo conseguiu escrever seu nome no panteão do gênero e ao lado do citado Eggers e de Jordan Peele se tornou referência quando falamos de terror. Em seu segundo filme, Aster entrega uma proposta completamente diferente de seu filme de estreia – trazendo o horror à luz do dia. A trama se passa num festival pagão do norte da Europa, onde um casal abalado irá viver a experiência mais chocante de suas vidas.

03 | Hereditário (2018)

hereditary cinepop

Agora com a medalha de bronze dos melhores filmes de terror da A24 temos a volta de Ari Aster ao pódio. Esse foi seu primeiro trabalho como diretor e o que podemos dizer é que o cineasta chegou chutando a porta, e entregando uma obra digna de O Exorcista (1973), tamanho foi seu impacto na cultura pop. Um filme sombrio sobre uma família abalada por tragédias, que parece amaldiçoada devido aos segredos de um de seus membros. Essas revelações começam a vir à tona após a morte de tal matriarca, o que gera uma sequência de desgraças envolvendo os integrantes.

02 | O Farol (2019)

lighthouse cinepop

Depois de Aster, agora temos o retorno de Robert Eggers, em seu segundo trabalho. Essa escolha de colocar O Farol em segunda posição dos melhores filmes de terror da A24 é bem polêmica, já que esta é um filme que dividiu em especial grande parte do público e dos fãs, com muitos sequer o percebendo como um terror. Ainda mais quando é colocado acima de A Bruxa. Mas é preciso lembrar que esta lista é baseada na avaliação do grande público, de forma democrática, e desta maneira os fãs o elegeram em segunda posição. Aqui temos um tour de force de ambos Robert Pattinson e Willem Dafoe como dois faroleiros, um novato e um veterano, perdendo a cabeça e dando espaço para a insanidade durante uma temporada isolados numa ilha.

01 | Pearl (2022)

pearl cinepop

Pearl: Uma História de Origem ‘X’ chega aqui como uma história de origem não necessária, mas inegavelmente espetacular. Explicando quem foi a maldita vilã que nos revirou o estômago com mortes tão gráficas, a prequel de ‘X: A Marca da Morte‘ não é aquele clássico terror de jumpscares, mas é definitivamente um impecável ensaio sobre um surto psicótico. A realidade de Pearl (Mia Goth) poderia ser de enlouquecer qualquer um. Com seu esposo no fronte de batalha, ela dedica seus dias de volta à casa de seus pais, onde deve cuidar do seu pai – que segue em estado vegetativo -, enquanto é constantemente humilhada e maltratada por sua mãe. Entre os afazeres da fazenda e os cuidados paliativos que lhe tomam a energia, ela sonha com a vida de uma vedete nos palcos e nos cinemas. Sempre entre a mais pura e alucinante fantasia e uma dura realidade jamais desejada, ela tenta traçar seus caminhos em direção ao sucesso, fama e beleza plástica. O que não lhe disseram é que em uma terra árida, os sonhos nascidos do campo não tendem a florescer.

E sob uma estética bem technicolor, que remonta o formato dos filmes dos anos 50 e 60, West entrega outro brilhante terror que vai muito mais além do combo de sustos que normalmente nos aguarda em um terror slasher. Pearl é de fato uma espiral caótica de uma jovem à deriva de sua própria existência, que perece em uma vida medíocre onde sua identidade e personalidade são abafadas e sucumbidas pelas pressões de uma matriarca agressiva, insensível e indiferente. Mas independente do contexto familiar que nos trouxe Pearl, é inegável que a vilania já habitava nela, como West faz questão de mostrar em sua tortuosa forma de sacrificar animais indefesos. E essa construção é fundamental para tornar a idosa Pearl de ‘X‘ em uma criatura cruel e monstruosa aos olhos dos personagens e, obviamente, da audiência.

Conectando ambos os filmes de forma natural e quase imperceptível, Pearl é um derivado que caminha por suas próprias pernas e em diversos momentos nada se assemelha a ‘X‘. Com uma abordagem levemente metalinguística e um desenvolvimento narrativo diferente, o longa concentra-se na jornada autodestrutiva de uma jovem que enlouquece diante de sua realidade e da impossibilidade de seus sonhos. Trazendo uma performance poderosa de Mia Goth, o longa mostra uma vez mais a versatilidade da atriz em navegar em três personagens distintas em uma mesma franquia: Maxine – atriz de filmes adultos; a idosa Pearl em seu estado moribundo; e a jovem Pearl – uma garota entre a inocência e a insanidade histérica que a leva em uma epifania de assassinatos.

Caprichando em seu segundo ato com uma sanguinolência de encher os olhos dos mais famintos pelos slasherPearl ainda abre espaço para um toque de humor e brinca com as oscilações emocionais de sua protagonista, transformando-na em uma pequena mistura entre o horror e um sarcasmo de um humor ácido e cortante. Violento, mas nada assustador, o mais novo filme de Ti West é uma espécie de jornada do vilão. E embora não acrescente nada genuinamente novo à X: A Marca da MortePearl é o tipo de horror conceitual que é tão meticulosamente bem feito, que merece ser desfrutado até mesmo como uma experiência única sobre uma jovem frente à frente com a pior versão de si mesma.

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