quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Demolidor | Série Completa 6 Anos e ainda se mantém como a grande pérola da Marvel

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Seriado fez história e é lembrado até hoje

Em tempos onde os serviços de streaming cada vez mais anunciam novas produções para competirem entre si ao mesmo tempo que cavam os direitos de adaptação de quaisquer histórias de editoras fora do eixo DC\Marvel é interessante voltar para uma outra época, mais simples até.



Em 2014 o mercado de produções televisivas era completamente diferente, com a tradicional força dos canais a cabo perdurando. Foi a época em que HBO e AMC digladiavam diretamente para definir qual das duas poderia produzir os seriados de maior qualidade e dignos de reconhecimentos; enquanto que a primeira via seu grande sucesso Game of Thrones bater recordes de audiência a cada episódio e elevar o nível técnico de seriados para a TV; a segunda tinha terminado Breaking Bad com níveis de aclamação gigantescos enquanto que Mad Men entrava em sua reta final.

No cinema a Marvel Studios solidificou sua liderança na indústria de adaptações de quadrinhos com o sucesso de Vingadores dois anos antes e seguia firme e forte na execução da fase 2 de seu universo (MCU). Já a DC arriscava um primeiro passo para tentar encurtar a distância com Homem de Aço em 2013 e o anúncio durante a Comic-Con da sequência, Batman vs Superman.

“Mad Men” foi um dos pilares do mais recente período dourado da televisão norte-americana.

A presença da Casa das Ideias no campo televisivo ainda era bastante tímida, tendo lançado em 2013 a série Agents of S.H.I.E.L.D pelo canal ABC (que pertence à Disney) com a proposta de acompanhar um grupo de agentes da mencionada organização tendo que lidar com desafios impostos por supervilões. Desde seu início, o projeto estava ligado ao MCU por meio de referências pontuais e pela presença de Clark Gregg (o recorrente agente Coulson da fase 1) como principal nome.

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Mesmo assim, apesar de atrair inicialmente um certo número de espectadores motivados sobretudo pela curiosidade, o programa dava indícios evidentes de que não seria capaz de carregar a marca da editora sozinho por muito mais tempo. Ao mesmo tempo, no ainda não mapeado e misterioso campo dos streamings a Netflix causava o primeiro grande impacto. Por volta de 2013 o serviço lançou seu primeiro seriado original chamado House of Cards, trazendo à frente do projeto o nome gigante do diretor David Fincher e a dupla Kevin Spacey (antes das acusações) e Robin Wright como protagonistas.

Aclamado logo de saída, o drama político chamou a atenção para esse crescente mercado digital, bem como quebrou o conceito de que apenas canais de televisão consolidados poderiam entregar produções de alto nível. Foi no final de 2013 que a Marvel Television (cuja inclinação era voltada mais para animações do que qualquer outra coisa) junto a ABC se aproximaram da Netflix lhe oferecendo quatro personagens: Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro; com o intuito de produzir o crossover dos Defensores.

A revolução de “House of Cards” foi provar que os recém nascidos streamings poderiam entregar grandes produções.

Após definir que a primeira produção seria a do Demolidor foi a hora de ir atrás de um produtor para comandar o seriado. Nessa hora, o nome de Drew Goddard foi escolhido; até aquele momento sua experiência como produtor de seriados se resumia a Lost e Alias. O cineasta, porém, não pôde ficar até o final da primeira temporada e entregou o posto para Steven S. DeKnight (atualmente comandando O Legado de Júpiter).

Após assumir o show, o produtor foi direto em não desejar que o seriado fosse uma adaptação literal de alguma história ou arco do personagem nos quadrinhos; seus elementos mais conhecidos e estabelecidos serviriam de base para a execução mas as decisões criativas quanto ao roteiro deveriam ser de total autonomia e ser sua a palavra final.

Certamente a influência de algumas histórias se sobressaem visualmente à total autonomia da equipe criativa, principalmente na primeira temporada focada na origem do vigilante bem ao estilo de Homem sem Medo de Frank Miller; decisões de figurino também corroboram para essa linha graças ao vestuário escolhido para ser o “protótipo” do famoso traje. A série também dispara algumas ligações aos filmes da Marvel, mais especificamente Vingadores, como uma maneira de deixar por perto a possibilidade de uma fusão que até o momento não aconteceu.

O traje estilo ninja proposto por Frank Miller durante sua fase nos quadrinhos do vigilante está na série.

O que torna Demolidor um exemplar completamente diferentes de outros da Marvel, na TV e cinema, são alguns fatores técnicos e outros de roteiro. O primeiro reside no visual e como a série trabalha de maneira primorosa o uso de sombras das ruas de Nova York, principalmente à noite, como algo que visualmente parece consumir todo o entorno dos personagens e como elas eventualmente estão ligadas ao próprio Demolidor.

A série acaba então escapando de algumas das maiores críticas aos filmes da Marvel que é o visual muito parecido entre todos os filmes, não existindo uma grande variação de uso de iluminação ou questões estéticas entre eles. Homem sem Medo foi escrito nos anos 80 tendo em mente a Nova York daquele período; já Demolidor traz para a cidade em tempos atuais a mesma sensação de caos e perigo presente no passado. Esse resultado é obtido através do trabalho conjunto da mencionada fotografia com a opção por locações em bairros como Hell’s Kitchen e a ausência quase total (com exceção das cenas com Fisk) de locais mais famosos de Manhattan.

Já sobre o roteiro ele vem com a função inicial de mostrar que seu protagonista é um ser humano; com sua fé; dúvidas; angústias e medo. Por mais que ele seja um vigilante com habilidades únicas, é estabelecido desde cedo que ele vai errar e sofrerá por isso. Ainda assim, é feito um trabalho para mostrar que ele possui pessoas com quem se importa e que elas serão tanto uma motivação quanto uma preocupação.

A fotografia é algo importante para qualquer filme e “Demolidor” provou que ela também o é para um seriado.

Em concordância é notável a atenção concedida a Wilson Fisk, havendo um trabalho em mostrar sua crescente no crime sob a mentalidade de que ele o faz para salvar a cidade que lhe é preciosa, tornando sua jornada muito mais sobre ele perceber que o que faz não é pela cidade, e sim por ele mesmo – do que simplesmente apresentar uma jornada de ascensão ao estilo Scarface. Nesse sentido Fisk e Matt são muito parecidos e o conflito nasce justamente da oposição dos métodos aplicados por ambos.

Demolidor durou três temporadas, sendo subitamente cancelado após a Disney anunciar o investimento em séries da Marvel. Mesmo assim a produção ainda mantém uma comunidade de admiradores que percebem nela uma ambição diferente de muitas séries de quadrinhos que tem aparecido a todo momento; algo muito maior e que lhe garantirá um lugar na história quando todas as outras forem esquecidas.  

 

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Em 2014 o mercado de produções televisivas era completamente diferente, com a tradicional força dos canais a cabo perdurando. Foi a época em que HBO e AMC digladiavam diretamente para definir qual das duas poderia produzir os seriados de maior qualidade e dignos de reconhecimentos; enquanto que a primeira via seu grande sucesso Game of Thrones bater recordes de audiência a cada episódio e elevar o nível técnico de seriados para a TV; a segunda tinha terminado Breaking Bad com níveis de aclamação gigantescos enquanto que Mad Men entrava em sua reta final.

No cinema a Marvel Studios solidificou sua liderança na indústria de adaptações de quadrinhos com o sucesso de Vingadores dois anos antes e seguia firme e forte na execução da fase 2 de seu universo (MCU). Já a DC arriscava um primeiro passo para tentar encurtar a distância com Homem de Aço em 2013 e o anúncio durante a Comic-Con da sequência, Batman vs Superman.

“Mad Men” foi um dos pilares do mais recente período dourado da televisão norte-americana.

A presença da Casa das Ideias no campo televisivo ainda era bastante tímida, tendo lançado em 2013 a série Agents of S.H.I.E.L.D pelo canal ABC (que pertence à Disney) com a proposta de acompanhar um grupo de agentes da mencionada organização tendo que lidar com desafios impostos por supervilões. Desde seu início, o projeto estava ligado ao MCU por meio de referências pontuais e pela presença de Clark Gregg (o recorrente agente Coulson da fase 1) como principal nome.

Mesmo assim, apesar de atrair inicialmente um certo número de espectadores motivados sobretudo pela curiosidade, o programa dava indícios evidentes de que não seria capaz de carregar a marca da editora sozinho por muito mais tempo. Ao mesmo tempo, no ainda não mapeado e misterioso campo dos streamings a Netflix causava o primeiro grande impacto. Por volta de 2013 o serviço lançou seu primeiro seriado original chamado House of Cards, trazendo à frente do projeto o nome gigante do diretor David Fincher e a dupla Kevin Spacey (antes das acusações) e Robin Wright como protagonistas.

Aclamado logo de saída, o drama político chamou a atenção para esse crescente mercado digital, bem como quebrou o conceito de que apenas canais de televisão consolidados poderiam entregar produções de alto nível. Foi no final de 2013 que a Marvel Television (cuja inclinação era voltada mais para animações do que qualquer outra coisa) junto a ABC se aproximaram da Netflix lhe oferecendo quatro personagens: Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro; com o intuito de produzir o crossover dos Defensores.

A revolução de “House of Cards” foi provar que os recém nascidos streamings poderiam entregar grandes produções.

Após definir que a primeira produção seria a do Demolidor foi a hora de ir atrás de um produtor para comandar o seriado. Nessa hora, o nome de Drew Goddard foi escolhido; até aquele momento sua experiência como produtor de seriados se resumia a Lost e Alias. O cineasta, porém, não pôde ficar até o final da primeira temporada e entregou o posto para Steven S. DeKnight (atualmente comandando O Legado de Júpiter).

Após assumir o show, o produtor foi direto em não desejar que o seriado fosse uma adaptação literal de alguma história ou arco do personagem nos quadrinhos; seus elementos mais conhecidos e estabelecidos serviriam de base para a execução mas as decisões criativas quanto ao roteiro deveriam ser de total autonomia e ser sua a palavra final.

Certamente a influência de algumas histórias se sobressaem visualmente à total autonomia da equipe criativa, principalmente na primeira temporada focada na origem do vigilante bem ao estilo de Homem sem Medo de Frank Miller; decisões de figurino também corroboram para essa linha graças ao vestuário escolhido para ser o “protótipo” do famoso traje. A série também dispara algumas ligações aos filmes da Marvel, mais especificamente Vingadores, como uma maneira de deixar por perto a possibilidade de uma fusão que até o momento não aconteceu.

O traje estilo ninja proposto por Frank Miller durante sua fase nos quadrinhos do vigilante está na série.

O que torna Demolidor um exemplar completamente diferentes de outros da Marvel, na TV e cinema, são alguns fatores técnicos e outros de roteiro. O primeiro reside no visual e como a série trabalha de maneira primorosa o uso de sombras das ruas de Nova York, principalmente à noite, como algo que visualmente parece consumir todo o entorno dos personagens e como elas eventualmente estão ligadas ao próprio Demolidor.

A série acaba então escapando de algumas das maiores críticas aos filmes da Marvel que é o visual muito parecido entre todos os filmes, não existindo uma grande variação de uso de iluminação ou questões estéticas entre eles. Homem sem Medo foi escrito nos anos 80 tendo em mente a Nova York daquele período; já Demolidor traz para a cidade em tempos atuais a mesma sensação de caos e perigo presente no passado. Esse resultado é obtido através do trabalho conjunto da mencionada fotografia com a opção por locações em bairros como Hell’s Kitchen e a ausência quase total (com exceção das cenas com Fisk) de locais mais famosos de Manhattan.

Já sobre o roteiro ele vem com a função inicial de mostrar que seu protagonista é um ser humano; com sua fé; dúvidas; angústias e medo. Por mais que ele seja um vigilante com habilidades únicas, é estabelecido desde cedo que ele vai errar e sofrerá por isso. Ainda assim, é feito um trabalho para mostrar que ele possui pessoas com quem se importa e que elas serão tanto uma motivação quanto uma preocupação.

A fotografia é algo importante para qualquer filme e “Demolidor” provou que ela também o é para um seriado.

Em concordância é notável a atenção concedida a Wilson Fisk, havendo um trabalho em mostrar sua crescente no crime sob a mentalidade de que ele o faz para salvar a cidade que lhe é preciosa, tornando sua jornada muito mais sobre ele perceber que o que faz não é pela cidade, e sim por ele mesmo – do que simplesmente apresentar uma jornada de ascensão ao estilo Scarface. Nesse sentido Fisk e Matt são muito parecidos e o conflito nasce justamente da oposição dos métodos aplicados por ambos.

Demolidor durou três temporadas, sendo subitamente cancelado após a Disney anunciar o investimento em séries da Marvel. Mesmo assim a produção ainda mantém uma comunidade de admiradores que percebem nela uma ambição diferente de muitas séries de quadrinhos que tem aparecido a todo momento; algo muito maior e que lhe garantirá um lugar na história quando todas as outras forem esquecidas.  

 

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