domingo , 22 dezembro , 2024

Denis Villeneuve: Diretor de ‘Duna’ se transformou em um dos Maiores Realizadores de Hollywood

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Com aproximação de próxima obra, diretor demonstra repertório ímpar na indústria

Conforme o final de 2020 se aproxima, se torna mais palpável também a chegada do mais novo filme do diretor canadense Denis Villeneuve; uma adaptação do clássico da ficção científica Duna. O primeiro livro, escrito por Frank Herbert ainda nos anos 60, se tornou famoso pela densidade do universo criado ali e pela consequente dificuldade de se produzir uma adaptação digna.



Em uma recente coletiva de imprensa feita à distância com o elenco do filme, Villeneuve ressaltou que a obra:  “é uma história humana muito poderosa”. Um tema que, aliás, permeia a filmografia do diretor há tempo considerável. Por anos, o realizador canadense fez parte do grupo de pequeno circuito do cinema, mais especificamente limitado ao público compatriota. Entretanto, o tema “humanidade” sempre foi recorrente.

Por exemplo, no filme de 2009 Polytechnique o diretor se debruçou sobre o massacre n’a École Polytechnique de Montréal em 1989, que teve uma motivação puramente misógina por parte do criminoso, para trabalhar a insegurança diária da mulher na sociedade. O canadense só adentrou no grande circuito com Os Suspeitos (2013), drama estrelado por Hugh Jackman sobre o sequestro de crianças e como isso afetou os pais delas.

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A estreia de Villeneuve no grande circuito com “Os Suspeitos” não poderia ter sido melhor

Novamente o fator humano é trabalhado aqui só que a partir do questionamento de “até onde um pai pode ir para proteger os filhos?” e conforme a trama vai se desenvolvendo o questionamento sobre limites deixa de ser feito pelo protagonista e passa a ser realizado pelo próprio público; ainda mais quando o personagem mentalmente instável interpretado por Paul Dano surge e acaba participando de situações bastante violentas.

Em seu filme seguinte, O Homem Duplicado, Villeneuve se manteve na área de estudo sobre a obsessão, porém, dessa vez ele utilizou muitos elementos surrealistas para construir a narrativa. O conflito da vez repousa na paranoia do personagem interpretado por Jake Gyllenhaal em descobrir quem é seu suposto duo (uma pessoa fisicamente idêntica a ele). O filme então é construído de uma forma que culmine em um clímax completamente interpretativo e simbólico.

Em entrevista concedida ao jornalista Andrew Jones do Vodzilla, Villeneuve argumenta que o ambiente urbano canadense presente na película foi cuidadosamente escolhido para ser daquela forma em prol da pegada psicológica da trama. “A questão é que a cidade tinha que ter esse tipo de personalidade, a paranoia, o sentimento opressor e eu estava procurando por essa paisagem, alguma coisa com pressão… eu estava procurando por uma cidade que não havia sido filmada… vimos muitas dessas cidades mas Toronto não costuma ser muito representada pelas câmeras… ”.

A obsessão é o que move o protagonista de Jake Gyllenhaal

Para seu próximo filme o canadense abandonou os simbolismo e apostou em algo mais factual. Em Sicario: Terra de Ninguém o foco passou a ser o cenário de guerra constante entre os cartéis de droga e as forças de segurança norte-americanas\mexicanas na fronteira dos dois países. Conflito esse que custa milhares de vidas por ano, seja como efeito colateral de civis ou de policiais e criminosos, bem como de milhões de dólares em propriedades e equipamentos.

O objeto de estudo em questão passa a ser a protagonista interpretada por Emily Blunt que movida por um ato de vingança contra um cartel que eliminou muitos de seus colegas decide integrar um esquadrão feito para desarmar o comando do grupo. Simulando um argumento utilizado em Polytechnique (e também em Silêncio dos Inocentes), o enredo foca em uma policial tentando conquistar seu espaço em uma equipe majoritariamente masculina bem como, do ponto de vista técnico, utiliza muitos dos recursos de Jonathan Demme  no clássico de 1991 para construiu a tensão, principalmente em momentos com ausência de luz.

Já com o filme A Chegada ele adentra em um terreno até então inédito mas que o alçou ao posto de referência do gênero ficção científica ao lado de nomes como Christopher Nolan e Neill Blomkamp. No filme protagonizado por Amy Adams ocorre uma desconstrução da temática de “encontro alienígena” (como visto em obras como Contatos Imediatos do Terceiro Grau ou Contato) no qual a comunicação estabelecida se dá por meios não verbais.

A capacidade de se comunicar salvará a humanidade

Aqui o tema “humanidade” é retratado por meio de sua necessidade de permanecer ligado ao conceito de passado, presente e futuro; partindo do pressuposto que certas espécies já ultrapassaram essa limitação mas entendem-na como uma forma de comunicação universal. Mais uma vez referenciando, o já mencionado Contato também trabalhou anteriormente a comunicação alienígena de forma não material e indireta, trocando apenas a forma de comunicação do conceito de tempo pela de trechos de transmissões de rádio.

A Chegada acaba por fim não sendo tanto sobre obsessão, que estava em alta nos filmes anteriores do diretor, mas sobre a capacidade humana para entender a outra parte por meio do diálogo e assim garantindo sua própria sobrevivência.

Mantendo-se no gênero Sci-fi em 2017, Villeneuve realizou uma empreitada audaciosa: produzir uma sequência para Blade Runner de 1982. A despeito de todo o risco relacionado à resposta negativa do público quando se mexe com um clássico, havia também o risco de abordagem. 

Blade Runner 2049 é muito sobre a ruína da humanidade por ser dependente de algo

O filme de Ridley Scott não só foi um comentário bem posicionado em seu tempo sobre a incontrolável invasão de novas tecnologias pessoais no final dos anos 70 e início dos 80 mas também, através de um ponto de vista técnico, foi uma história investigativa que pegou muitos elementos do gênero Noir, em especial o ritmo de desenvolvimento mais lento que não é algo facilmente digerido pela plateia.

A versão de 2017, se quisesse ser algo fiel ao que foi estabelecido anteriormente, teria que de alguma forma manter um ritmo que por si só não seria do agrado geral. Se ao invés disso ele entregasse um filme de ação mais corrido, enfrentaria o risco de ser criticado pelos adoradores do original. Fato é que Villeneuve manteve-se fiel ao ritmo lento original e apostou pesado em expandir aquele mundo, mostrando mais sobre como esse futuro techno distópico funciona e como a sociedade se autogere. 

Mesmo em um futuro totalmente automatizado, a necessidade humana por companhia permanece

Isso tudo sem perder de vista o tema primordial de sua filmografia que é o ser humano. Aqui ele levanta discussões tantas vezes vistas anteriormente sobre o que torna um indivíduo alguém único e, eventualmente quando se descobre que não havia ali aquela distinção especial, fica o questionamento de como seguir em frente. Em muitos aspectos Blade Runner 2049 conseguiu aprofundar em muitos campos o tema favorito de Villeneuve sem desrespeitar o que já havia sido feito antes relacionado a marca.

Portanto com Duna resta ver que tipo de visão humana as areias do famoso planeta desértico tem guardadas. Inclinação para a abordagem o material fonte já concede mas é totalmente plausível uma potencializada, conforme já foi prometida pelo diretor em entrevistas, voltada para discutir temas importantes para o mundo atual.

 

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Conforme o final de 2020 se aproxima, se torna mais palpável também a chegada do mais novo filme do diretor canadense Denis Villeneuve; uma adaptação do clássico da ficção científica Duna. O primeiro livro, escrito por Frank Herbert ainda nos anos 60, se tornou famoso pela densidade do universo criado ali e pela consequente dificuldade de se produzir uma adaptação digna.

Em uma recente coletiva de imprensa feita à distância com o elenco do filme, Villeneuve ressaltou que a obra:  “é uma história humana muito poderosa”. Um tema que, aliás, permeia a filmografia do diretor há tempo considerável. Por anos, o realizador canadense fez parte do grupo de pequeno circuito do cinema, mais especificamente limitado ao público compatriota. Entretanto, o tema “humanidade” sempre foi recorrente.

Por exemplo, no filme de 2009 Polytechnique o diretor se debruçou sobre o massacre n’a École Polytechnique de Montréal em 1989, que teve uma motivação puramente misógina por parte do criminoso, para trabalhar a insegurança diária da mulher na sociedade. O canadense só adentrou no grande circuito com Os Suspeitos (2013), drama estrelado por Hugh Jackman sobre o sequestro de crianças e como isso afetou os pais delas.

A estreia de Villeneuve no grande circuito com “Os Suspeitos” não poderia ter sido melhor

Novamente o fator humano é trabalhado aqui só que a partir do questionamento de “até onde um pai pode ir para proteger os filhos?” e conforme a trama vai se desenvolvendo o questionamento sobre limites deixa de ser feito pelo protagonista e passa a ser realizado pelo próprio público; ainda mais quando o personagem mentalmente instável interpretado por Paul Dano surge e acaba participando de situações bastante violentas.

Em seu filme seguinte, O Homem Duplicado, Villeneuve se manteve na área de estudo sobre a obsessão, porém, dessa vez ele utilizou muitos elementos surrealistas para construir a narrativa. O conflito da vez repousa na paranoia do personagem interpretado por Jake Gyllenhaal em descobrir quem é seu suposto duo (uma pessoa fisicamente idêntica a ele). O filme então é construído de uma forma que culmine em um clímax completamente interpretativo e simbólico.

Em entrevista concedida ao jornalista Andrew Jones do Vodzilla, Villeneuve argumenta que o ambiente urbano canadense presente na película foi cuidadosamente escolhido para ser daquela forma em prol da pegada psicológica da trama. “A questão é que a cidade tinha que ter esse tipo de personalidade, a paranoia, o sentimento opressor e eu estava procurando por essa paisagem, alguma coisa com pressão… eu estava procurando por uma cidade que não havia sido filmada… vimos muitas dessas cidades mas Toronto não costuma ser muito representada pelas câmeras… ”.

A obsessão é o que move o protagonista de Jake Gyllenhaal

Para seu próximo filme o canadense abandonou os simbolismo e apostou em algo mais factual. Em Sicario: Terra de Ninguém o foco passou a ser o cenário de guerra constante entre os cartéis de droga e as forças de segurança norte-americanas\mexicanas na fronteira dos dois países. Conflito esse que custa milhares de vidas por ano, seja como efeito colateral de civis ou de policiais e criminosos, bem como de milhões de dólares em propriedades e equipamentos.

O objeto de estudo em questão passa a ser a protagonista interpretada por Emily Blunt que movida por um ato de vingança contra um cartel que eliminou muitos de seus colegas decide integrar um esquadrão feito para desarmar o comando do grupo. Simulando um argumento utilizado em Polytechnique (e também em Silêncio dos Inocentes), o enredo foca em uma policial tentando conquistar seu espaço em uma equipe majoritariamente masculina bem como, do ponto de vista técnico, utiliza muitos dos recursos de Jonathan Demme  no clássico de 1991 para construiu a tensão, principalmente em momentos com ausência de luz.

Já com o filme A Chegada ele adentra em um terreno até então inédito mas que o alçou ao posto de referência do gênero ficção científica ao lado de nomes como Christopher Nolan e Neill Blomkamp. No filme protagonizado por Amy Adams ocorre uma desconstrução da temática de “encontro alienígena” (como visto em obras como Contatos Imediatos do Terceiro Grau ou Contato) no qual a comunicação estabelecida se dá por meios não verbais.

A capacidade de se comunicar salvará a humanidade

Aqui o tema “humanidade” é retratado por meio de sua necessidade de permanecer ligado ao conceito de passado, presente e futuro; partindo do pressuposto que certas espécies já ultrapassaram essa limitação mas entendem-na como uma forma de comunicação universal. Mais uma vez referenciando, o já mencionado Contato também trabalhou anteriormente a comunicação alienígena de forma não material e indireta, trocando apenas a forma de comunicação do conceito de tempo pela de trechos de transmissões de rádio.

A Chegada acaba por fim não sendo tanto sobre obsessão, que estava em alta nos filmes anteriores do diretor, mas sobre a capacidade humana para entender a outra parte por meio do diálogo e assim garantindo sua própria sobrevivência.

Mantendo-se no gênero Sci-fi em 2017, Villeneuve realizou uma empreitada audaciosa: produzir uma sequência para Blade Runner de 1982. A despeito de todo o risco relacionado à resposta negativa do público quando se mexe com um clássico, havia também o risco de abordagem. 

Blade Runner 2049 é muito sobre a ruína da humanidade por ser dependente de algo

O filme de Ridley Scott não só foi um comentário bem posicionado em seu tempo sobre a incontrolável invasão de novas tecnologias pessoais no final dos anos 70 e início dos 80 mas também, através de um ponto de vista técnico, foi uma história investigativa que pegou muitos elementos do gênero Noir, em especial o ritmo de desenvolvimento mais lento que não é algo facilmente digerido pela plateia.

A versão de 2017, se quisesse ser algo fiel ao que foi estabelecido anteriormente, teria que de alguma forma manter um ritmo que por si só não seria do agrado geral. Se ao invés disso ele entregasse um filme de ação mais corrido, enfrentaria o risco de ser criticado pelos adoradores do original. Fato é que Villeneuve manteve-se fiel ao ritmo lento original e apostou pesado em expandir aquele mundo, mostrando mais sobre como esse futuro techno distópico funciona e como a sociedade se autogere. 

Mesmo em um futuro totalmente automatizado, a necessidade humana por companhia permanece

Isso tudo sem perder de vista o tema primordial de sua filmografia que é o ser humano. Aqui ele levanta discussões tantas vezes vistas anteriormente sobre o que torna um indivíduo alguém único e, eventualmente quando se descobre que não havia ali aquela distinção especial, fica o questionamento de como seguir em frente. Em muitos aspectos Blade Runner 2049 conseguiu aprofundar em muitos campos o tema favorito de Villeneuve sem desrespeitar o que já havia sido feito antes relacionado a marca.

Portanto com Duna resta ver que tipo de visão humana as areias do famoso planeta desértico tem guardadas. Inclinação para a abordagem o material fonte já concede mas é totalmente plausível uma potencializada, conforme já foi prometida pelo diretor em entrevistas, voltada para discutir temas importantes para o mundo atual.

 

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