sábado , 16 novembro , 2024

Dica | ‘A Chegada’ completa oito anos e segue a melhor ficção do século XXI

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Nesta semana, fui surpreendido com a informação de que o filme A Chegada completou oito anos de seu lançamento. O longa de Denis Villeneuve é uma obra-prima e provavelmente é a melhor ficção científica do século XXI, mas é também um grande exercício de empatia e particularmente me lembra de um momento muito curioso do Rio de Janeiro.

Em 2016, o Rio foi o centro do mundo com a realização das Olimpíadas. E o grande coração do evento foi o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca/ Curicica. Nesse mesmo ano, após a cerimônia de abertura encantar o planeta, e diversos ícones olímpicos desfilarem suas capacidades super-humanas nos estádios e arenas cariocas, o Festival do Rio decidiu aproveitar essa onda de atenção e melhorias no transporte urbano da Barra para levar seus grandes eventos para a Cidade das Artes, que fica no centro do bairro. E o filme de abertura daquele ano foi justamente A Chegada, que vinha sendo muito comentado no exterior, já que diversas críticas apontavam o longa como presença certa no Oscar.

Divulgação/ Prefeitura do Rio

O resultado disso foi uma sessão concorridíssima que, mesmo realizada em uma sala gigantesca, acabou não conseguindo atender a todos os interessados em ver a obra de Villeneuve. No fim das contas, a organização do Festival do Rio entendeu que não dava para se separar do Odeon, na região Central, e a realização do evento voltou para seu lar tradicional pouco tempo depois. Ainda assim, ficou essa marca da sessão abarrotada de gente ávida por assistir a ficção científica do século.



Para quem nunca assistiu, A Chegada é uma adaptação do livro História da sua vida e outros contos, de Ted Chiang. O texto desse conto é primoroso, não por acaso foi adaptado quase na íntegra. A história acompanha um planeta Terra aparentemente comum, cuja vida vira de ponta-cabeça com a chegada de 12 naves alienígenas espalhadas pelo mundo. Elas não fazem absolutamente nada além de ficarem paradas, flutuando numa paz terrível. Contudo, como são gigantescas, os exércitos do mundo convocam tropas para tentar a comunicação ou destruição dos OVNIs.

É interessante reparar como cada nação reage de forma distinta às naves, com alguns exércitos tentando bombardeá-las imediatamente, enquanto outras tentam estudá-las para evitar maiores danos.

Nesse contexto, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma professora universitária de linguística, é convocada para tentar decifrar o idioma dos alienígenas, fazendo com que ela embarque em uma jornada de empatia, autodescoberta e negociações, já que além de tentar dialogar com os aliens, ela ainda busca meios de intervir nas estratégias militares de destruição. E afinal, qual o objetivo desses alienígenas tão diferentes com o planeta Terra? Destruí-lo ou ensiná-lo?

Ostentando uma fotografia de tirar o fôlego – que trabalhou em grande parte com iluminação natural -, com uma trilha sonora fabulosa, um requinte estético muito interessante e uma construção de universo exemplar, A Chegada é um filme tecnicamente perfeito, mas que cativa, além de tudo, pela humanidade de seus personagens.

É impossível não se prender a essa corrida contra o tempo da Dra. Louise, e também não é possível não se emocionar com sua trajetória de vida, que é contada de forma não-linear. É um daqueles filmes que se você ainda não viu, vai ficar se questionando: “por que não vi isso antes?”. E se já tiver visto, vai poder rever e se encantar novamente pela poesia em forma de filme que Denis Villeneuve construiu e entregou ao mundo.

A Chegada está disponível no Paramount+.
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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Em 2016, o Rio foi o centro do mundo com a realização das Olimpíadas. E o grande coração do evento foi o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca/ Curicica. Nesse mesmo ano, após a cerimônia de abertura encantar o planeta, e diversos ícones olímpicos desfilarem suas capacidades super-humanas nos estádios e arenas cariocas, o Festival do Rio decidiu aproveitar essa onda de atenção e melhorias no transporte urbano da Barra para levar seus grandes eventos para a Cidade das Artes, que fica no centro do bairro. E o filme de abertura daquele ano foi justamente A Chegada, que vinha sendo muito comentado no exterior, já que diversas críticas apontavam o longa como presença certa no Oscar.

Divulgação/ Prefeitura do Rio

O resultado disso foi uma sessão concorridíssima que, mesmo realizada em uma sala gigantesca, acabou não conseguindo atender a todos os interessados em ver a obra de Villeneuve. No fim das contas, a organização do Festival do Rio entendeu que não dava para se separar do Odeon, na região Central, e a realização do evento voltou para seu lar tradicional pouco tempo depois. Ainda assim, ficou essa marca da sessão abarrotada de gente ávida por assistir a ficção científica do século.

Para quem nunca assistiu, A Chegada é uma adaptação do livro História da sua vida e outros contos, de Ted Chiang. O texto desse conto é primoroso, não por acaso foi adaptado quase na íntegra. A história acompanha um planeta Terra aparentemente comum, cuja vida vira de ponta-cabeça com a chegada de 12 naves alienígenas espalhadas pelo mundo. Elas não fazem absolutamente nada além de ficarem paradas, flutuando numa paz terrível. Contudo, como são gigantescas, os exércitos do mundo convocam tropas para tentar a comunicação ou destruição dos OVNIs.

É interessante reparar como cada nação reage de forma distinta às naves, com alguns exércitos tentando bombardeá-las imediatamente, enquanto outras tentam estudá-las para evitar maiores danos.

Nesse contexto, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma professora universitária de linguística, é convocada para tentar decifrar o idioma dos alienígenas, fazendo com que ela embarque em uma jornada de empatia, autodescoberta e negociações, já que além de tentar dialogar com os aliens, ela ainda busca meios de intervir nas estratégias militares de destruição. E afinal, qual o objetivo desses alienígenas tão diferentes com o planeta Terra? Destruí-lo ou ensiná-lo?

Ostentando uma fotografia de tirar o fôlego – que trabalhou em grande parte com iluminação natural -, com uma trilha sonora fabulosa, um requinte estético muito interessante e uma construção de universo exemplar, A Chegada é um filme tecnicamente perfeito, mas que cativa, além de tudo, pela humanidade de seus personagens.

É impossível não se prender a essa corrida contra o tempo da Dra. Louise, e também não é possível não se emocionar com sua trajetória de vida, que é contada de forma não-linear. É um daqueles filmes que se você ainda não viu, vai ficar se questionando: “por que não vi isso antes?”. E se já tiver visto, vai poder rever e se encantar novamente pela poesia em forma de filme que Denis Villeneuve construiu e entregou ao mundo.

A Chegada está disponível no Paramount+.
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