sexta-feira , 22 novembro , 2024

Dica das Férias | ‘A Múmia’: um clássico cult que sempre vale a pena revisitar

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Em 1999, a Universal Pictures contratava Stephen Sommers para comandar o remake do clássico filme de monstros A Múmia, de 1933 – um dos maiores ícones do gênero de terror, responsável por influenciar diversas produções cinematográficas. A história, dessa vez, nos transportaria para Tebas, onde Imhotep (Arnold Vosloo), braço-direito do faraó, seria condenado a uma dolorosa morte após ousar tocar na prometida do governante. Subjugado pelas forças divinas, ele estaria fadado a nunca cruzar para o outro lado – aguardando que alguém lhe trouxesse de volta à vida para trazer incontáveis pragas para a humanidade se reencontrar com a amada.

São poucas as pessoas que nunca ouviram falar do longa-metragem: estrelado por Brendan Fraser, Rachel Weisz e um elenco de peso, a história fez um sucesso gigantesco de público ao arrecadar mais de US$416 milhões ao redor do mundo e cair nas graças dos fãs – sendo recordado com carinho mesmo depois de duas décadas e meia desde seu lançamento; ora, não é surpresa que, apesar da recepção mista por parte da crítica internacional, o filme tenha adquirido um status cult que reitera sua atemporalidade. E, dentre os vários pontos positivos que observamos ao revisitar essa jornada, percebemos que sua crescente aceitação é em virtude da história não se levar a sério e não se preocupar em se configurar como um drama ou um terror – mas uma leve comédia aventuresca que cumpre exatamente com o que promete.



No enredo, Weisz interpreta Evelyn Carnahan, uma jovem bibliotecária com afeição para história antiga e arqueologia que coloca as mãos em um artefato que pode levá-la a Hamunaptra, a antiga Cidade dos Mortos do Egito (onde, é claro, Imhotep foi sepultado para a eternidade). Ao lado do irmão, Jonathan (John Hannah), Evelyn pede a ajuda de Rick O’Connell (Fraser), um ex-veterano de guerra que sabe como chegar lá e que vê na moça uma oportunidade de ser liberado da prisão e, talvez, recuperar a vida que outrora tinha. Assim, o trio cruza o Egito para encontrar a cidade perdida e o que se esconde por trás das ruínas.

O que eles não imaginavam era que essa pequena incursão pelo deserto os daria todos os elementos necessários para acordarem, sem querer, o antigo sacerdote – que, ao ser trazido de volta do mundo dos mortos, está sedento por vingança. Caçando um a um, ele teria apenas que oferecer um sacrifício para ter a amante de volta, Anck-su-namun (Patricia Velásquez), e se tornar o ser mais poderoso do planeta, capaz de cometer atos terríveis que prenunciariam o apocalipse e a queda do homem. E, considerando o escopo apresentado por Sommers (que também fica responsável pelo roteiro), era apenas de imaginar que seríamos agraciados com uma trama arrepiante. Mas, no final das contas, o teor que mais sobressai das telas é o clássico espírito de aventura de produções do gênero, uma mistura de ‘Indiana Jones’ com ‘Os Goonies’ que se aproveita da nostalgia para tirar o máximo proveito possível das fórmulas e das cartas que lhe são dadas.

Mesmo sem a intenção de trazer elementos novos – e sim valendo-se do saudosismo para recuperar a glória dos filmes do gênero, ainda mais ambientados em um passado remoto -, A Múmia carrega um legado considerável e que permanece sendo utilizado na atualidade. Temos, por exemplo, a construção de Rick como um “herói deturpado”, ou seja, incumbido com as características clássicas do tipo de personagem que representa, mas pincelado com inflexões cômicas que, ao mesmo tempo, aliviam o peso dramático e oferecem mais complexidade. Ele é passível de cometer erros e de “pisar na bola” – e por isso mesmo se aproxima do público. É possível encontrar referências promovidas por O’Connell em produções subsequentes como ‘A Lenda do Tesouro Perdido’ e, mais recentemente, ‘Enola Holmes’.

Evelyn não fica atrás e emerge como uma desconstrução do estereótipo da “donzela em perigo” e tem atuação considerável na narrativa: sendo versada em línguas antigas e conhecendo a história local, é ela quem leva o grupo a descobrir o sarcófago de Imhotep, o Livro dos Mortos e, por fim, o Livro de Amon-Rá (o único que contém a chave para derrotar o antagonista e mandá-lo de volta ao sofrimento eterno). Sua construção e sua personalidade, aliadas as de Rick, também foram emuladas em diversos longas-metragens futuros.

Facilmente um dos filmes mais revisitados de todos os tempos, A Múmia não parece envelhecer – nem mesmo os efeitos especiais, que inclusive ganharam uma indicação ao Oscar. É sempre uma boa pedida revisitá-lo, seja para relembrar a exemplar química emanada pelo elenco, ou pela singela e sincera história de que se vale.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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São poucas as pessoas que nunca ouviram falar do longa-metragem: estrelado por Brendan Fraser, Rachel Weisz e um elenco de peso, a história fez um sucesso gigantesco de público ao arrecadar mais de US$416 milhões ao redor do mundo e cair nas graças dos fãs – sendo recordado com carinho mesmo depois de duas décadas e meia desde seu lançamento; ora, não é surpresa que, apesar da recepção mista por parte da crítica internacional, o filme tenha adquirido um status cult que reitera sua atemporalidade. E, dentre os vários pontos positivos que observamos ao revisitar essa jornada, percebemos que sua crescente aceitação é em virtude da história não se levar a sério e não se preocupar em se configurar como um drama ou um terror – mas uma leve comédia aventuresca que cumpre exatamente com o que promete.

No enredo, Weisz interpreta Evelyn Carnahan, uma jovem bibliotecária com afeição para história antiga e arqueologia que coloca as mãos em um artefato que pode levá-la a Hamunaptra, a antiga Cidade dos Mortos do Egito (onde, é claro, Imhotep foi sepultado para a eternidade). Ao lado do irmão, Jonathan (John Hannah), Evelyn pede a ajuda de Rick O’Connell (Fraser), um ex-veterano de guerra que sabe como chegar lá e que vê na moça uma oportunidade de ser liberado da prisão e, talvez, recuperar a vida que outrora tinha. Assim, o trio cruza o Egito para encontrar a cidade perdida e o que se esconde por trás das ruínas.

O que eles não imaginavam era que essa pequena incursão pelo deserto os daria todos os elementos necessários para acordarem, sem querer, o antigo sacerdote – que, ao ser trazido de volta do mundo dos mortos, está sedento por vingança. Caçando um a um, ele teria apenas que oferecer um sacrifício para ter a amante de volta, Anck-su-namun (Patricia Velásquez), e se tornar o ser mais poderoso do planeta, capaz de cometer atos terríveis que prenunciariam o apocalipse e a queda do homem. E, considerando o escopo apresentado por Sommers (que também fica responsável pelo roteiro), era apenas de imaginar que seríamos agraciados com uma trama arrepiante. Mas, no final das contas, o teor que mais sobressai das telas é o clássico espírito de aventura de produções do gênero, uma mistura de ‘Indiana Jones’ com ‘Os Goonies’ que se aproveita da nostalgia para tirar o máximo proveito possível das fórmulas e das cartas que lhe são dadas.

Mesmo sem a intenção de trazer elementos novos – e sim valendo-se do saudosismo para recuperar a glória dos filmes do gênero, ainda mais ambientados em um passado remoto -, A Múmia carrega um legado considerável e que permanece sendo utilizado na atualidade. Temos, por exemplo, a construção de Rick como um “herói deturpado”, ou seja, incumbido com as características clássicas do tipo de personagem que representa, mas pincelado com inflexões cômicas que, ao mesmo tempo, aliviam o peso dramático e oferecem mais complexidade. Ele é passível de cometer erros e de “pisar na bola” – e por isso mesmo se aproxima do público. É possível encontrar referências promovidas por O’Connell em produções subsequentes como ‘A Lenda do Tesouro Perdido’ e, mais recentemente, ‘Enola Holmes’.

Evelyn não fica atrás e emerge como uma desconstrução do estereótipo da “donzela em perigo” e tem atuação considerável na narrativa: sendo versada em línguas antigas e conhecendo a história local, é ela quem leva o grupo a descobrir o sarcófago de Imhotep, o Livro dos Mortos e, por fim, o Livro de Amon-Rá (o único que contém a chave para derrotar o antagonista e mandá-lo de volta ao sofrimento eterno). Sua construção e sua personalidade, aliadas as de Rick, também foram emuladas em diversos longas-metragens futuros.

Facilmente um dos filmes mais revisitados de todos os tempos, A Múmia não parece envelhecer – nem mesmo os efeitos especiais, que inclusive ganharam uma indicação ao Oscar. É sempre uma boa pedida revisitá-lo, seja para relembrar a exemplar química emanada pelo elenco, ou pela singela e sincera história de que se vale.

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