Com o sucesso estrondoso de Ainda Estou Aqui, o cinema nacional vive um ano memorável e que despertou no brasileiro o sonho de ver o país representado novamente no Oscar. O filme de Walter Salles está cotado como um dos favoritos na categoria de melhor filme internacional, podendo surpreender também com uma possível indicação a melhor atriz para Fernanda Torres.
Pensando nisso, o CinePOP escolheu para última dica de fim de semana de 2024, cinco filmes nacionais completamente manjados para você conferir. Se você procura algum longa obscuro ou algum menos conhecido, veio ao lugar errado. As dicas de hoje são daqueles filmes que todo mundo cita como seus favoritos quando o assunto é cinema nacional nas rodas de conversa. E o melhor: todos estão disponíveis na Netflix. Então, se você ainda não assistiu, a hora é agora. Confira!
Central do Brasil
Também dirigido por Walter Salles, esse filme é um classiquíssimo do Brasil Que brilhou no exterior, conquistando as tão sonhadas indicações ao Oscar. Estrelado por Fernanda Montenegro, o filme conta a história de uma professora que agora ganha vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Porém, sua vida muda de uma vez por todas quando ela conhece o menino Josué, uma criança cuja mãe acabou de ser atropelada em frente à estação. Ela reluta em ajudar o menino, mas acaba embarcando com ele em uma jornada emocionante e dramática rumo ao nordeste brasileiro, onde eles vão tentar encontrar o pai da criança.
Cidade de Deus
Obra-prima de Fernando Meirelles, Cidade de Deus também concorreu ao Oscar, mas foi boicotado pela Academia. O longa é considerado internacionalmente como um dos filmes mais bem dirigidos de todos os tempos e foi o principal responsável por popularizar o gênero conhecido como favela movie ao redor do mundo. A história acompanha a formação da comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro por meio das histórias de um jovem fotógrafo e seus antepassados, pela trajetória de um traficante conhecido como Zé Pequeno, e pela jornada de perdição de um ex-militar conhecido como Mané Galinha. Os caminhos desses três se cruzam, conduzindo a uma história repleta de violência, personagens lendários e até mesmo um tipo mórbido de humor.
Carandiru
Baseado nas memórias do Dr. Drauzio Varella, Carandiru é um filme que se inspira no cinema novo para contar A fria realidade daquele que foi o maior presídio da América Latina. A trama acompanha o jovem Drauzio Varella, um médico sanitarista que foi designado para trabalhar nas campanhas de prevenção à AIDS no presídio do Carandiru. Filmado no próprio presídio, o filme conta diversas histórias dos detentos que lá estavam. Uma curiosidade é que grande parte dos atores, na verdade eram presidiários. E, como imaginado, o longa também retrata o sanguinário massacre do Carandiru.
Tropa de Elite
Lançado em 2007, Tropa de Elite se tornou não-oficialmente o filme favorito de todos os pais do Brasil. Impulsionado pelos Memes na internet, o longa conseguiu furar bolhas e virou parte intrínseca da cultura pop nacional, por mais violenta e mórbida que seja a história retratada. A trama é situada no Rio de Janeiro, durante a visita do Papa João Paulo II à Cidade Maravilhosa. Ela é centrada na figura do Capitão Nascimento, líder do Batalhão de Operações Policiais Especiais. Ele está prestes a se aposentar, mas antes precisa escolher o seu substituto, além de garantir a segurança do papa, que decidiu se hospedar em uma das comunidades mais perigosas da época. O filme aborda a crueldade as quais os moradores de comunidades são submetidos, os absurdos dos treinamentos policiais e, claro, toda a corrupção que permeia estas organizações.
Que Horas Ela Volta?
Filme mais recente da lista, Que Horas Ela Volta? Deu o que falar quando chegou aos cinemas em 2015. Inspirado pelo debate que tomava as conversas de classe média da época sobre as melhorias das condições de trabalho e salário das empregadas domésticas, o filme conta a história de Val, uma mulher nordestina que trabalha na casa de uma família de classe média-alta de São Paulo, que teoricamente a considera como parte da família. Ela é responsável por arrumar a casa, fazer a comida, fazer compras e cuidar do filho dos patrões. Porém, tudo muda quando a filha de Val se hospeda na casa dos patrões para fazer o vestibular. No período em que ela fica por lá, diversos problemas cotidianos do imaginário popular brasileiro acontecem, escancarando para Val e sua filha de que a ideia de que elas são da família não passa de uma grande balela, ancorada exclusivamente pela necessidade dos patrões em contar com os serviços de Val. É um drama de mão cheia que é abado pela melhor atuação da carreira de Regina Casé.