domingo , 22 dezembro , 2024

Dica ‘Festival do Rio’ | Não perca a chance de ver ‘Super/Man’ nos últimos dias do festival

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O Festival do Rio está chegando a suas últimas sessões. E um filme que não vem recebendo a devida atenção é Super/Man: A História de Christopher Reeve. Já lançado lá fora, o filme é considerado o primeiro projeto do Universo DC de James Gunn. Vale destacar, porém, que o filme não foi produzido pela DC, mas adquirido pelo estúdio a pedido pessoal de Gunn, que vai recontar a história dos heróis desse universo, partindo justamente de um filme do Super-Homem.

O longa é um documentário que acompanha a vida e carreira de Christopher Reeve, eternizado nos cinemas do mundo como o Superman definitivo dos cinemas. Seu legado segue vivo até hoje, seja nos filmes com super-heróis, nas melhorias do tratamento de paraplegia ou simplesmente na imaginação de milhões de crianças que, nos últimos 46 anos, assistiram o filme e acreditaram que era possível ver um homem voar.



Dirigido por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui, o documentário é mais que uma homenagem, é uma celebração e reflexão sobre quem foi Christopher Reeve e o que ele significou para o mundo. O filme mostra seu lar na infância, os sonhos de um jovem que encontrou seu objetivo de vida no teatro ao lado de ícones que viriam a conquistar os palcos e cinemas nos anos seguintes, as glórias e complicações que vieram ao viver o Superman, as dificuldades de se encontrar na carreira após ser eternizado como o ícone dos quadrinhos e, claro, a luta diária contra seu próprio corpo, após sofrer o acidente e se ver paralisado dos ombros para baixo pelo resto da vida.

Assista também:
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O documentário aborda com extrema sensibilidade a vida de Reeve, mas sem poupar os detalhes polêmicos, como o fim de seu primeiro relacionamento público, a polêmica do comercial que mostrava ele levantando da cadeira e andando, e a visão dos filhos de um pai que, no auge físico, parecia cada vez mais distante da família. Na verdade, a temática familiar é muito presente no longa, revelando que ‘Chris’ nasceu e cresceu em um lar completamente quebrado, se tornando um adulto extremamente competitivo e carente pela atenção e aprovação do pai, que era um grande babaca. Chega a ser irônico que um homem tomado como modelo de masculinidade e inspiração para milhões de crianças e adultos, no fim das contas, era apenas um menino que queria obsessivamente orgulhar um pai que nunca pareceu ligar muito para ele. Esse comportamento, inclusive, refletiu muito na forma como Reeve passou a enxergar sua própria família, criando um ciclo muito complexo que só viria a se romper após o trágico acidente.

Homem sentado em cadeira especial motorizada.

Sobre o acidente, a parte mais chocante é justamente o momento após a tragédia. Talvez não tenha chegado ao Brasil o quanto Christopher Reeve foi importante nesta causa, servindo como exemplo para os pacientes e como símbolo de uma luta da ciência pela busca por soluções e inovações. Há uma passagem muito marcante em que eles contam que uma criança no hospital não queria passar por um procedimento na cadeira porque seria muito doloroso. Vendo a cena, Reeve chegou e conversou com o menino por cerca de um minuto, explicando que aquilo faria bem para ele. Não deu outra, a criança viu o Superman em uma situação como a dele e não pensou duas vezes em escutar e seguir seu herói.

É justamente essa a palavra usada para retratar Reeve: herói. Não por ter ficado tetraplégico, sendo motivo de pena ou coisa do tipo. Ele foi um herói porque se entendeu como ídolo, antes e depois do acidente, e não teve um dia sequer de sua vida em que não tivesse lutado por suas crenças, sempre buscando fazer o que era certo. Mesmo paralisado, Reeve buscou inspiração e conseguiu retornar a Hollywood, um mercado tão contrário aos deficientes físicos, e se consolidou como diretor. Ele lutou e ajudou a quebrar a imagem preconceituosa de que os PCD’s não mereciam ser vistos, não mereciam ser cuidados. Ele ajudou a mudar um estigma de anos.

Homem fantasiado de super-herói, fundo azul.

Mais do que isso, o filme conta a história de Christopher Reeve pela ótica de quem conviveu com ele e presenciou de pertinho os principais momentos de sua carreira, como os relatos de Robin Williams e entrevistas atuais de Jeff Daniels, dois personagens marcantes de sua trajetória na vida, nos palcos e nas telas. É um filme trágico, mas esperançoso. Ele mostra que Christopher Reeve, o primeiro super-herói da vida de gerações, foi realmente um super-homem dentro e fora das telas, mas ainda assim um ser humano falho, o que só o engrandece como pessoa 20 anos depois de sua morte.

Quem quiser assistir, pode encontrar Super/Man: A História de Christopher Reeve no Estação Net Gávea às 17h deste sábado e a última sessão acontece no domingo (13), às 16h15, no Kinoplex São Luiz.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O Festival do Rio está chegando a suas últimas sessões. E um filme que não vem recebendo a devida atenção é Super/Man: A História de Christopher Reeve. Já lançado lá fora, o filme é considerado o primeiro projeto do Universo DC de James Gunn. Vale destacar, porém, que o filme não foi produzido pela DC, mas adquirido pelo estúdio a pedido pessoal de Gunn, que vai recontar a história dos heróis desse universo, partindo justamente de um filme do Super-Homem.

O longa é um documentário que acompanha a vida e carreira de Christopher Reeve, eternizado nos cinemas do mundo como o Superman definitivo dos cinemas. Seu legado segue vivo até hoje, seja nos filmes com super-heróis, nas melhorias do tratamento de paraplegia ou simplesmente na imaginação de milhões de crianças que, nos últimos 46 anos, assistiram o filme e acreditaram que era possível ver um homem voar.

Dirigido por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui, o documentário é mais que uma homenagem, é uma celebração e reflexão sobre quem foi Christopher Reeve e o que ele significou para o mundo. O filme mostra seu lar na infância, os sonhos de um jovem que encontrou seu objetivo de vida no teatro ao lado de ícones que viriam a conquistar os palcos e cinemas nos anos seguintes, as glórias e complicações que vieram ao viver o Superman, as dificuldades de se encontrar na carreira após ser eternizado como o ícone dos quadrinhos e, claro, a luta diária contra seu próprio corpo, após sofrer o acidente e se ver paralisado dos ombros para baixo pelo resto da vida.

O documentário aborda com extrema sensibilidade a vida de Reeve, mas sem poupar os detalhes polêmicos, como o fim de seu primeiro relacionamento público, a polêmica do comercial que mostrava ele levantando da cadeira e andando, e a visão dos filhos de um pai que, no auge físico, parecia cada vez mais distante da família. Na verdade, a temática familiar é muito presente no longa, revelando que ‘Chris’ nasceu e cresceu em um lar completamente quebrado, se tornando um adulto extremamente competitivo e carente pela atenção e aprovação do pai, que era um grande babaca. Chega a ser irônico que um homem tomado como modelo de masculinidade e inspiração para milhões de crianças e adultos, no fim das contas, era apenas um menino que queria obsessivamente orgulhar um pai que nunca pareceu ligar muito para ele. Esse comportamento, inclusive, refletiu muito na forma como Reeve passou a enxergar sua própria família, criando um ciclo muito complexo que só viria a se romper após o trágico acidente.

Homem sentado em cadeira especial motorizada.

Sobre o acidente, a parte mais chocante é justamente o momento após a tragédia. Talvez não tenha chegado ao Brasil o quanto Christopher Reeve foi importante nesta causa, servindo como exemplo para os pacientes e como símbolo de uma luta da ciência pela busca por soluções e inovações. Há uma passagem muito marcante em que eles contam que uma criança no hospital não queria passar por um procedimento na cadeira porque seria muito doloroso. Vendo a cena, Reeve chegou e conversou com o menino por cerca de um minuto, explicando que aquilo faria bem para ele. Não deu outra, a criança viu o Superman em uma situação como a dele e não pensou duas vezes em escutar e seguir seu herói.

É justamente essa a palavra usada para retratar Reeve: herói. Não por ter ficado tetraplégico, sendo motivo de pena ou coisa do tipo. Ele foi um herói porque se entendeu como ídolo, antes e depois do acidente, e não teve um dia sequer de sua vida em que não tivesse lutado por suas crenças, sempre buscando fazer o que era certo. Mesmo paralisado, Reeve buscou inspiração e conseguiu retornar a Hollywood, um mercado tão contrário aos deficientes físicos, e se consolidou como diretor. Ele lutou e ajudou a quebrar a imagem preconceituosa de que os PCD’s não mereciam ser vistos, não mereciam ser cuidados. Ele ajudou a mudar um estigma de anos.

Homem fantasiado de super-herói, fundo azul.

Mais do que isso, o filme conta a história de Christopher Reeve pela ótica de quem conviveu com ele e presenciou de pertinho os principais momentos de sua carreira, como os relatos de Robin Williams e entrevistas atuais de Jeff Daniels, dois personagens marcantes de sua trajetória na vida, nos palcos e nas telas. É um filme trágico, mas esperançoso. Ele mostra que Christopher Reeve, o primeiro super-herói da vida de gerações, foi realmente um super-homem dentro e fora das telas, mas ainda assim um ser humano falho, o que só o engrandece como pessoa 20 anos depois de sua morte.

Quem quiser assistir, pode encontrar Super/Man: A História de Christopher Reeve no Estação Net Gávea às 17h deste sábado e a última sessão acontece no domingo (13), às 16h15, no Kinoplex São Luiz.

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