O Disney+, o esperado serviço de streaming do segmento da The Walt Disney Company, já está disponível nos EUA, Canadá e nos Países Baixos. Com quase 500 filmes e 7.500 episódios de televisão da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars, National Geographic e mais, a plataforma é o lar exclusivo de algumas das histórias mais queridas do mundo, assim como de uma sólida lista de conteúdos originais prontos para serem descobertos.
E alguns de seus títulos mais famosos e antigos não sobreviveram ao teste do tempo sem sequelas, contendo conteúdos abertamente racistas que hoje jamais poderiam ser veiculados mundialmente sem incitar campanhas de repúdio. Filmes como ‘Dumbo‘, ‘A Dama e o Vagabundo‘, ‘Fantasia‘ e ‘A Canção do Sul‘ possuem cenas e personagens claramente preconceituosos.
Mas ao invés de re-editar as produções para enquadra-las correta e respeitosamente, a plataforma de streaming decidiu emitir um alerta sobre a presença de conteúdos racistas em alguns de seus filmes. Na descrição da produção, os usuários são recepcionados pelo seguinte aviso: “Este programa é apresentado como originalmente fora criado. Ele pode conter representações culturais desatualizadas”.
Confira:
This is really interesting — Disney+ is flagging when its movies have racist depictions pic.twitter.com/8wvtB0NmHn
— Jeva Lange (@Jee_vuh) 12 de novembro de 2019
O alerta aparece em filmes como ‘Dumbo‘, ‘Fantasia‘, ‘A Dama e o Vagabundo‘, ‘Peter Pan‘ entre outros. Para os que não se recordam, a adorável animação do pequeno elefante de orelhas suntuosas traz uma cena pavorosamente racista, onde vários corvos são apresentados, encorporando estereótipos preconceituosos que fazem alusão à cultura afro. Inclusive um dos pássaros se chama Jim Crow, uma grotesca referência às Leis de Jim Crow, leis estaduais e locais que impunham a segregação racial no sul dos Estados Unidos. Esse é apenas um dos vários momentos racistas encontrados nos arquivos da Disney.
O seu mais problemático título, ‘A Canção do Sul‘, nem sequer foi acrescentado à grade de programação da Disney+. A sábia decisão faz parte do extenso trabalho da Casa do Mickey em garantir que o filme, racista do começo ao fim, não seja mais consumido pelas novas audiências.
A produção não foi tecnicamente banida, mas o fato dela não estar no serviço de streaming significa muito. Além disso, atualmente não existem maneiras legais de assistir a produção. Ela não está à venda nos formatos DVD e Blu-Ray, tão pouco em home video. Também é impossível alugar o longa em plataformas como o Youtube e o iTunes.
A Disney não se pronunciou sobre o assunto ainda.
No Brasil, o lançamento acontece somente daqui há um ano, em Novembro de 2020.