terça-feira , 17 dezembro , 2024

Dose Dupla

BUDDY COP MOVIE TEM BOA QUÍMICA ENTRE OS PROTAGONISTAS

O filme de ação policial Dose Dupla marca dois reencontros. O primeiro é o do ator Mark Wahlberg (Sem Dor, Sem Ganho) com o diretor islandês Baltasar Kormákur, que ano passado o comandou no remake insosso Contrabando. E o segundo é o do ator Denzel Washington com a belíssima Paula Patton, cujo primeiro trabalho de destaque no cinema foi em Deja Vu (2006). Baseado na graphic novel de Steven Grant, o filme mistura ação, suspense e humor numa trama intrincada demais para o seu próprio bem.

Denzel Washington é Bobby, um agente da divisão de narcóticos. Mark Wahlberg é Stigman, um agente da inteligência da marinha. Os dois estão trabalhando juntos disfarçados para derrubar um cartel de drogas mexicano, comandado pelo poderoso Papi, papel de Edward James Olmos (da série Battlestar Galactica). O problema é que nenhum dos dois sabe a verdadeira identidade do outro, e pensam estar trabalhando ao lado de um criminoso.



2

Desde a primeira cena sentimos que essa será uma obra pontuada com um humor pertinente e certeiro, que nos remete a boa fase dos buddy cop movies (filmes de parceiros policiais), nascidos na década de 1980, e que têm como bons exemplares produções como Máquina Mortífera, 48 Horas e tantos outros. Aqui Wahlberg é engraçadinho de fala rápida, paquerador, e que metralha o público com suas gags e referências por minuto; e Washington fica com o personagem mais sério, mesmo assim conquistando algumas das risadas planejadas.

Até a sua metade o filme funciona com a precisão de um relógio, surgindo como obra proeminente no subgênero, e equilibrando perfeitamente cenas de ação, certa tensão, um bom timing cômico e uma trama interessante o suficiente para nos manter conectados. A química entre Wahlberg e Washington é sem dúvida o ponto alto da obra. As trocas entre a dupla é coreografada com maestria, e ficamos com a sensação de que muito é parte do improviso entre esses grandes atores.

3

O elenco de apoio é igualmente satisfatório, e nele ganhamos um feroz e ameaçador Bill Paxton (A Toda Prova), como um misterioso vilão que se diverte fazendo roleta russa com suas vítimas, em algumas das melhores cenas do filme. Paxton entrega um vilão memorável, pena que a obra não o acompanhe até o fim. E a hipnótica Paula Patton derrete a tela, e tem uma cena pra lá de sensual ao lado de Washinton, na qual exibe mais uma vez suas formas invejáveis. Em entrevista, a atriz disse que a escolha pelo topless foi dela mesma.

O problema de Dose Dupla é que possui personagens demais e subtramas demais. É aquele tipo de filme no qual existem tantas reviravoltas envolvendo personagens tentando ludibriar outros, que nos perguntamos ao final se tudo fez sentido. Sempre fica aquela sensação de estarem tentando cobrir furos no roteiro criando uma trama muito complicada, para enganar o público. Aqui, o artefato usado é uma mala de dinheiro roubada pelos protagonistas de um banco, contendo mais de $40 milhões.

4

A marinha está envolvida, o personagem de Paxton a quer, o vilão de Olmos também, e inclusive personagens que julgávamos honestos, além é claro dos heróis. O filme cria momentos legais de ação também, embora nenhum verdadeiramente memorável. Dose Dupla distrai, mas dificilmente alguém lembrará um mês depois de tê-lo assistido. O final parece ligado no automático, e que simplesmente desistiram de tentar.

É o famoso jeito preguiçoso de juntar simplesmente todos os personagens numa cena para que resolvam a situação a balas. Esse é o modo que os roteiristas geralmente encontram para não precisarem criar diversos desfechos de situações estabelecidas anteriormente. Afinal, quem precisa de explicações se estiverem todos mortos.

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O filme de ação policial Dose Dupla marca dois reencontros. O primeiro é o do ator Mark Wahlberg (Sem Dor, Sem Ganho) com o diretor islandês Baltasar Kormákur, que ano passado o comandou no remake insosso Contrabando. E o segundo é o do ator Denzel Washington com a belíssima Paula Patton, cujo primeiro trabalho de destaque no cinema foi em Deja Vu (2006). Baseado na graphic novel de Steven Grant, o filme mistura ação, suspense e humor numa trama intrincada demais para o seu próprio bem.

Denzel Washington é Bobby, um agente da divisão de narcóticos. Mark Wahlberg é Stigman, um agente da inteligência da marinha. Os dois estão trabalhando juntos disfarçados para derrubar um cartel de drogas mexicano, comandado pelo poderoso Papi, papel de Edward James Olmos (da série Battlestar Galactica). O problema é que nenhum dos dois sabe a verdadeira identidade do outro, e pensam estar trabalhando ao lado de um criminoso.

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Desde a primeira cena sentimos que essa será uma obra pontuada com um humor pertinente e certeiro, que nos remete a boa fase dos buddy cop movies (filmes de parceiros policiais), nascidos na década de 1980, e que têm como bons exemplares produções como Máquina Mortífera, 48 Horas e tantos outros. Aqui Wahlberg é engraçadinho de fala rápida, paquerador, e que metralha o público com suas gags e referências por minuto; e Washington fica com o personagem mais sério, mesmo assim conquistando algumas das risadas planejadas.

Até a sua metade o filme funciona com a precisão de um relógio, surgindo como obra proeminente no subgênero, e equilibrando perfeitamente cenas de ação, certa tensão, um bom timing cômico e uma trama interessante o suficiente para nos manter conectados. A química entre Wahlberg e Washington é sem dúvida o ponto alto da obra. As trocas entre a dupla é coreografada com maestria, e ficamos com a sensação de que muito é parte do improviso entre esses grandes atores.

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O elenco de apoio é igualmente satisfatório, e nele ganhamos um feroz e ameaçador Bill Paxton (A Toda Prova), como um misterioso vilão que se diverte fazendo roleta russa com suas vítimas, em algumas das melhores cenas do filme. Paxton entrega um vilão memorável, pena que a obra não o acompanhe até o fim. E a hipnótica Paula Patton derrete a tela, e tem uma cena pra lá de sensual ao lado de Washinton, na qual exibe mais uma vez suas formas invejáveis. Em entrevista, a atriz disse que a escolha pelo topless foi dela mesma.

O problema de Dose Dupla é que possui personagens demais e subtramas demais. É aquele tipo de filme no qual existem tantas reviravoltas envolvendo personagens tentando ludibriar outros, que nos perguntamos ao final se tudo fez sentido. Sempre fica aquela sensação de estarem tentando cobrir furos no roteiro criando uma trama muito complicada, para enganar o público. Aqui, o artefato usado é uma mala de dinheiro roubada pelos protagonistas de um banco, contendo mais de $40 milhões.

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A marinha está envolvida, o personagem de Paxton a quer, o vilão de Olmos também, e inclusive personagens que julgávamos honestos, além é claro dos heróis. O filme cria momentos legais de ação também, embora nenhum verdadeiramente memorável. Dose Dupla distrai, mas dificilmente alguém lembrará um mês depois de tê-lo assistido. O final parece ligado no automático, e que simplesmente desistiram de tentar.

É o famoso jeito preguiçoso de juntar simplesmente todos os personagens numa cena para que resolvam a situação a balas. Esse é o modo que os roteiristas geralmente encontram para não precisarem criar diversos desfechos de situações estabelecidas anteriormente. Afinal, quem precisa de explicações se estiverem todos mortos.

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