quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Dungeons & Dragons | Por que é TÃO difícil de Adaptar RPGs no Cinema?

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Anúncio da produção encheu os fãs de esperança mas também de reservas quanto a qualidade

Recentemente o elenco da futura adaptação cinematográfica de Dungeons & Dragons ganhou novos integrantes com as confirmações de Hugh Grant, Sophia Lillis, Michelle Rodriguez e Justice Smith. Com isso, o projeto que já conta com Chris Pine e será dirigido pela dupla Johnathan Goldstein e John Francis Daley (cujo currículo é composto por comédias como o remake de Férias Frustradas e Noite de Jogo). Até o fechamento do texto não foram confirmados mais integrantes da equipe.



De imediato os nomes famosos envolvidos empolgam quanto ao possível futuro promissor do filme. Material fonte também é o que não falta, visto que D&D é uma marca muito forte e tradicional no mercado de RPG; com centenas de produtos e derivados oficiais (isto é, lançados pela atual publicadora Wizard of the Coast ou pela antiga TSR, Inc.) e outros tantos criados por fãs.

Da mesma forma que funciona com a bibliografia de Tolkien, o universo de D&D tem milhares de regras menores, mais relações culturais e históricas entre as várias raças presentes nos livros. Dessa forma, de um ponto de vista prática sobre “mestragens” de sessões, isso é muito bom pois o responsável pela mesa já tem algo com que trabalhar e os jogadores terão a sensação de estar criando um personagem para um mundo com regras já preexistentes e, portanto, um indivíduo de fato para se interpretar.

Universo de D&D é rico o suficiente para trazer uma história complexa

Do ponto de vista cinematográfico, em tese, essa riqueza de informações também é muito boa pois garante o excesso de material fonte. Um exemplo foi a trilogia O Senhor dos Anéis que teve três livros de tamanho considerável para adaptar em três filmes. Por outro lado, quando a limitação de material fonte é notória, tal como aconteceu com O Hobbit, os roteiristas tendem a gastar muito tempo em criar algo que complemente o pouco que já existe e não necessariamente criam algo que vá verdadeiramente encaixar naquele universo.

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Não é o caso de D&D, como já dito anteriormente. No entanto, é necessário se atentar para outro fator, este ligado ao contexto geral do gênero. RPG é um jogo de interpretação, uma experiência narrativa e, acima de tudo, interativa. Não é muito diferente de um jogo de videogame, por exemplo.

Se atentando a tal comparação, é inevitável lembrar o histórico turbulento de tentativas ligadas à levar games para as telonas, onde a maior parte do que é produzido é bastante rechaçado pela crítica e fãs devido ao baixo nível técnico e distanciamento do material original. Apesar de várias análises em diferentes artigos serem feitas para tentar entender porque o gênero dos jogos coleciona tantos fracassos no cinema a ideia mais comum e aceita é a de que games são, acima de tudo, uma experiência interativa; eles são projetados desde o rascunho para comportar mecânicas voltadas a interatividade com o jogador.

Na maior parte das vezes, adaptações de games costumam ser catastróficas

É diferente de um romance que ganha uma adaptação, visto que a literatura é um campo onde o público tem uma experiência mais passiva e como observador dos eventos que se desenrolam; o cinema também traz justamente esse tipo de experiência, logo na hora de adaptação não ocorre um choque quanto a modelos diferentes.

Partindo desse pressuposto, se o gênero de RPG participar de uma nova onda de adaptações pode ser que eles sofram algo parecido com o que os videogames sofrem atualmente. Claro, vai depender muito do desempenho de D&D se esse pode ser o início de um novo subgênero. Um sucesso financeiro inesperado, não necessariamente de crítica, pode realmente incitar algo novo e abrir caminho para outras adaptações de outros cenários de RPG (Call of Cthulhu ou Cyberpunk por exemplo).

Início de um novo subgênero? Só o tempo dirá

Mas, novamente, toda a experiência de um RPG é construída em torno do sistema de regras (pontos de experiência do personagem, cálculo de dano em combate, distribuição de pontos em árvores de habilidade e pela rolagem de dados multifacetados) que regem a história sendo narrada; não muito diferente do que acontece com videogames. Existe essa complicação quase invisível aí que pode dificultar a vida da adaptação de D&D e tantas outras.

Fora que essa será a segunda tentativa de trazer o famoso cenário para as telonas. A primeira foi em 2000, com uma produção que envolveu nomes como Jeremy Irons e Marlon Wayans. O filme não pagou o custo de produção e no Rotten Tomatoes ele conta com avaliações de 10% da crítica e 20% do público. 

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De imediato os nomes famosos envolvidos empolgam quanto ao possível futuro promissor do filme. Material fonte também é o que não falta, visto que D&D é uma marca muito forte e tradicional no mercado de RPG; com centenas de produtos e derivados oficiais (isto é, lançados pela atual publicadora Wizard of the Coast ou pela antiga TSR, Inc.) e outros tantos criados por fãs.

Da mesma forma que funciona com a bibliografia de Tolkien, o universo de D&D tem milhares de regras menores, mais relações culturais e históricas entre as várias raças presentes nos livros. Dessa forma, de um ponto de vista prática sobre “mestragens” de sessões, isso é muito bom pois o responsável pela mesa já tem algo com que trabalhar e os jogadores terão a sensação de estar criando um personagem para um mundo com regras já preexistentes e, portanto, um indivíduo de fato para se interpretar.

Universo de D&D é rico o suficiente para trazer uma história complexa

Do ponto de vista cinematográfico, em tese, essa riqueza de informações também é muito boa pois garante o excesso de material fonte. Um exemplo foi a trilogia O Senhor dos Anéis que teve três livros de tamanho considerável para adaptar em três filmes. Por outro lado, quando a limitação de material fonte é notória, tal como aconteceu com O Hobbit, os roteiristas tendem a gastar muito tempo em criar algo que complemente o pouco que já existe e não necessariamente criam algo que vá verdadeiramente encaixar naquele universo.

Não é o caso de D&D, como já dito anteriormente. No entanto, é necessário se atentar para outro fator, este ligado ao contexto geral do gênero. RPG é um jogo de interpretação, uma experiência narrativa e, acima de tudo, interativa. Não é muito diferente de um jogo de videogame, por exemplo.

Se atentando a tal comparação, é inevitável lembrar o histórico turbulento de tentativas ligadas à levar games para as telonas, onde a maior parte do que é produzido é bastante rechaçado pela crítica e fãs devido ao baixo nível técnico e distanciamento do material original. Apesar de várias análises em diferentes artigos serem feitas para tentar entender porque o gênero dos jogos coleciona tantos fracassos no cinema a ideia mais comum e aceita é a de que games são, acima de tudo, uma experiência interativa; eles são projetados desde o rascunho para comportar mecânicas voltadas a interatividade com o jogador.

Na maior parte das vezes, adaptações de games costumam ser catastróficas

É diferente de um romance que ganha uma adaptação, visto que a literatura é um campo onde o público tem uma experiência mais passiva e como observador dos eventos que se desenrolam; o cinema também traz justamente esse tipo de experiência, logo na hora de adaptação não ocorre um choque quanto a modelos diferentes.

Partindo desse pressuposto, se o gênero de RPG participar de uma nova onda de adaptações pode ser que eles sofram algo parecido com o que os videogames sofrem atualmente. Claro, vai depender muito do desempenho de D&D se esse pode ser o início de um novo subgênero. Um sucesso financeiro inesperado, não necessariamente de crítica, pode realmente incitar algo novo e abrir caminho para outras adaptações de outros cenários de RPG (Call of Cthulhu ou Cyberpunk por exemplo).

Início de um novo subgênero? Só o tempo dirá

Mas, novamente, toda a experiência de um RPG é construída em torno do sistema de regras (pontos de experiência do personagem, cálculo de dano em combate, distribuição de pontos em árvores de habilidade e pela rolagem de dados multifacetados) que regem a história sendo narrada; não muito diferente do que acontece com videogames. Existe essa complicação quase invisível aí que pode dificultar a vida da adaptação de D&D e tantas outras.

Fora que essa será a segunda tentativa de trazer o famoso cenário para as telonas. A primeira foi em 2000, com uma produção que envolveu nomes como Jeremy Irons e Marlon Wayans. O filme não pagou o custo de produção e no Rotten Tomatoes ele conta com avaliações de 10% da crítica e 20% do público. 

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