domingo , 22 dezembro , 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 11: Ana Carolina Garcia

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Como expressar nosso amor pelo cinema? Pensando em reunir diversos cinéfilos de todo o Brasil, essa humilde coluna vem para dividir com vocês fatos e dicas sobre como pensam inúmeros cinéfilos, que trabalham ou não com cinema.

Nossa décima primeira entrevistada é jornalista, autora do ótimo livro A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema, da Editora Senac Rio, e atualmente escreve sobre cinema para o site SRzd. Ana Carolina Garcia é carioca e figura presente nas cabines de cinema que ocorrem na cidade sempre com sua simpatia e habilidade de argumentos falando sobre cinema.



 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Assista também:
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Não há, da minha parte, preferência em termos de programação porque na maioria das vezes a oferta é a mesma, principalmente nas grandes redes. Mas há, sim, preferência em termos de conforto e tecnologia. Neste caso, fico com a IMAX, no UCI do New York City Center, na Barra da Tijuca.

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Vou ao cinema desde muito pequena, então não lembro qual filme despertou interesse enquanto experiência cinematográfica.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Acho que posso relacionar esta resposta à anterior. Cresci assistindo E.T. – O Extraterrestre e Tubarão na Sessão da Tarde, na Rede Globo. E A Lista de Schindler demonstrou o quão rico é o leque de temas abordados pelo cinema, bem como a genialidade de um de seus realizadores, Steven Spielberg, que é o meu cineasta favorito.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tenho dois, na verdade: Cidade de Deus e Tropa de Elite, que fazem um retrato dolorido do Rio. Não consigo decidir entre eles pelo conteúdo e apuro técnico.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É se permitir relaxar por algumas horas – exceto quando preciso analisar o filme para criticá-lo – e esquecer um pouco do estresse cotidiano.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. A maioria prioriza a questão comercial, algo até compreensível porque as salas precisam gerar lucro suficiente para que possam permanecer em funcionamento. O problema é que títulos independentes, menores, não têm espaço. Às vezes, nem mesmo em cinemas que tradicionalmente priorizam filmes pouco badalados comercialmente.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nesta possibilidade porque as salas são, historicamente, espaços de socialização. Mas acho que, face à ameaça do streaming e do VOD, considerando a quebra da janela de exibição tradicional pela Universal Pictures em acordo com a AMC Theatres, nos Estados Unidos, as salas terão de se adaptar para atrair o público, inclusive investindo em conforto e tecnologia. Além disso, enfrentarão momentos de crise, principalmente no período pós-pandemia.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo:

Expresso do Amanhã, do Bong Joon-ho. Protagonizado por Chris Evans, é um filme de arte travestido de blockbuster que trabalha com perspicácia os gêneros de ficção-científica, ação e drama, tecendo crítica ao abismo entre classes sociais distintas, representadas pelos vagões da locomotiva, que surgem como fases de videogame.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não devem reabrir enquanto o risco de contágio for alto, principalmente se observarmos a dificuldade de parte da população em respeitar regras. Além disso, acho muito difícil, para não dizer impossível, as salas colocarem máscara como acessório de uso obrigatório por causa da bomboniere.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Está melhorando a cada ano, basta observarmos a quantidade de cineastas que tem se arriscado fora da zona de conforto proporcionada pelas comédias de grande apelo comercial. Há, também, mais cuidado no que tange à técnica, preocupação em se equiparar às produções estrangeiras até para que possam participar de seleções de festivais e da temporada de premiações americana, que termina com o Oscar.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Marco Ricca. É um profissional talentoso e versátil que explode em cena, tendo em sua filmografia dois trabalhos que considero os melhores de sua carreira: Chatô – O Rei do Brasil e Canastra Suja.

12) Defina cinema com uma frase.

Subestimado no passado, cinema é uma forma de arte em constante transformação e que reflete seu tempo, utilizando a seu favor o fato de ser um poderoso meio de comunicação de massa.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Sessões de blockbusters estrelados por super-heróis sempre são barulhentas porque o público realmente interage com o que é mostrado na tela. Em Vingadores: Ultimato havia toda a comoção pelo encerramento de um ciclo no UCM, despedida de personagens amados pelos fãs e defendidos por atores igualmente amados. Na sequência da batalha final, que mostra a despedida de um deles, o silêncio tomou conta da sala em sinal de respeito e devoção. Este é um exemplo de como o cinema pode unir o público, independente da idade.

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Como expressar nosso amor pelo cinema? Pensando em reunir diversos cinéfilos de todo o Brasil, essa humilde coluna vem para dividir com vocês fatos e dicas sobre como pensam inúmeros cinéfilos, que trabalham ou não com cinema.

Nossa décima primeira entrevistada é jornalista, autora do ótimo livro A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se Tornou a Capital Mundial do Cinema, da Editora Senac Rio, e atualmente escreve sobre cinema para o site SRzd. Ana Carolina Garcia é carioca e figura presente nas cabines de cinema que ocorrem na cidade sempre com sua simpatia e habilidade de argumentos falando sobre cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não há, da minha parte, preferência em termos de programação porque na maioria das vezes a oferta é a mesma, principalmente nas grandes redes. Mas há, sim, preferência em termos de conforto e tecnologia. Neste caso, fico com a IMAX, no UCI do New York City Center, na Barra da Tijuca.

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Vou ao cinema desde muito pequena, então não lembro qual filme despertou interesse enquanto experiência cinematográfica.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Acho que posso relacionar esta resposta à anterior. Cresci assistindo E.T. – O Extraterrestre e Tubarão na Sessão da Tarde, na Rede Globo. E A Lista de Schindler demonstrou o quão rico é o leque de temas abordados pelo cinema, bem como a genialidade de um de seus realizadores, Steven Spielberg, que é o meu cineasta favorito.

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tenho dois, na verdade: Cidade de Deus e Tropa de Elite, que fazem um retrato dolorido do Rio. Não consigo decidir entre eles pelo conteúdo e apuro técnico.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É se permitir relaxar por algumas horas – exceto quando preciso analisar o filme para criticá-lo – e esquecer um pouco do estresse cotidiano.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. A maioria prioriza a questão comercial, algo até compreensível porque as salas precisam gerar lucro suficiente para que possam permanecer em funcionamento. O problema é que títulos independentes, menores, não têm espaço. Às vezes, nem mesmo em cinemas que tradicionalmente priorizam filmes pouco badalados comercialmente.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nesta possibilidade porque as salas são, historicamente, espaços de socialização. Mas acho que, face à ameaça do streaming e do VOD, considerando a quebra da janela de exibição tradicional pela Universal Pictures em acordo com a AMC Theatres, nos Estados Unidos, as salas terão de se adaptar para atrair o público, inclusive investindo em conforto e tecnologia. Além disso, enfrentarão momentos de crise, principalmente no período pós-pandemia.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo:

Expresso do Amanhã, do Bong Joon-ho. Protagonizado por Chris Evans, é um filme de arte travestido de blockbuster que trabalha com perspicácia os gêneros de ficção-científica, ação e drama, tecendo crítica ao abismo entre classes sociais distintas, representadas pelos vagões da locomotiva, que surgem como fases de videogame.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não devem reabrir enquanto o risco de contágio for alto, principalmente se observarmos a dificuldade de parte da população em respeitar regras. Além disso, acho muito difícil, para não dizer impossível, as salas colocarem máscara como acessório de uso obrigatório por causa da bomboniere.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Está melhorando a cada ano, basta observarmos a quantidade de cineastas que tem se arriscado fora da zona de conforto proporcionada pelas comédias de grande apelo comercial. Há, também, mais cuidado no que tange à técnica, preocupação em se equiparar às produções estrangeiras até para que possam participar de seleções de festivais e da temporada de premiações americana, que termina com o Oscar.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Marco Ricca. É um profissional talentoso e versátil que explode em cena, tendo em sua filmografia dois trabalhos que considero os melhores de sua carreira: Chatô – O Rei do Brasil e Canastra Suja.

12) Defina cinema com uma frase.

Subestimado no passado, cinema é uma forma de arte em constante transformação e que reflete seu tempo, utilizando a seu favor o fato de ser um poderoso meio de comunicação de massa.

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Sessões de blockbusters estrelados por super-heróis sempre são barulhentas porque o público realmente interage com o que é mostrado na tela. Em Vingadores: Ultimato havia toda a comoção pelo encerramento de um ciclo no UCM, despedida de personagens amados pelos fãs e defendidos por atores igualmente amados. Na sequência da batalha final, que mostra a despedida de um deles, o silêncio tomou conta da sala em sinal de respeito e devoção. Este é um exemplo de como o cinema pode unir o público, independente da idade.

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