segunda-feira , 23 dezembro , 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 14: Lufe Steffen

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O cinema é a luz que ilumina os nossos tempos, o passado e o futuro. Pensando em dividir com você leitor, dicas e curiosidades de inúmeros cinéfilos espalhados por nosso país, criamos essa coluna semanal onde convidamos amantes da sétima arte que trabalham ou não com cinema.

Hoje conversaremos com um artista completo do audiovisual. O cinéfilo, cineasta, jornalista, escritor, ator e cantor, formado em Comunicação – Rádio & Televisão, Lufe Steffen. Já dirigiu 10 curtas-metragens ficcionais e 2 longas documentais, os premiados São Paulo em Hi-Fi (2016) e A Volta da Pauliceia Desvairada (2012), ambos sobre a noite LGBT paulistana. Curador e produtor de algumas mostras audiovisuais, atualmente ministra oficinas de cinema e mantém o canal Naftalufe, no YouTube além de acabar de rodar seu primeiro longa de ficção, o musical queer ambientado nos anos 80 Nós Somos o Amanhã.



1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

CineSesc, tanto em termos de programação como de tudo, localização, instalações, a sala em si, tela, o café, tudo. É um recanto, um refúgio, um oásis. A programação costuma ter retrospectivas de grandes cineastas. Aí então vira uma apoteose, é maravilhoso acompanhar essas retrospectivas lá. Nos anos mais recentes tivemos do ViscontiMilos Forman, e o Fellini este ano infelizmente foi interrompido pela pandemia.

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2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Xanadu, de 1980. Assisti no cinema quando era muito pequeno, mal podia acompanhar as legendas, mas até hoje lembro desse impacto.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil rs! Tenho vários diretores favoritos… vou escolher um mas só porque tenho que escolher: Pedro Almodóvar e o filme é Má Educação.

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Também aqui teria de escolher vários, eu poderia citar uns 50 filmes brasileiros que são meus preferidos. Então tomo a liberdade de escolher 3: Bye Bye Brasil do Cacá Diegues, considero um retrato brilhante do Brasil e suas contradições, e permanece atual; Onda Nova, de Ícaro Martins e Zé Antônio Garcia, também um retrato, mas da juventude dos anos 80, e está super atual, moderno; e Anjos da Noite, de Wilson Barros, um filme moderno e ousado em sua linguagem, que vem sendo redescoberto.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É viver em função do cinema, balizar a vida a partir disso.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Complicado responder isso rs! Eu teria de conhecer melhor as pessoas que fazem a programação, e conheço poucas. As que conheço, sim, entendem.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não. Se depender de mim, não vão, pois continuarei frequentando enquanto existirem.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar 2 filmes de terror do diretor Carlos Hugo ChristensenEnigma para Demônios de 1974 e A Mulher do Desejo de 1975. São excelentes obras do terror nacional pouco lembradas hoje.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não sei… É complicado. O ideal seria esperar a vacina. Por outro lado, se abrirem e os tais protocolos forem respeitados, tudo bem. No fim, a decisão cabe ao espectador: ir ou não ir.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que tem muita coisa legal, tecnicamente a qualidade sempre cresce e melhora, isso deixou de ser um problema no cinema brasileiro. O que sinto falta é de mais variedade e ecletismo nas propostas e linguagens. Aí é uma questão de gosto meu. Sinto que muitos filmes se parecem entre si, existem estilos e padrões e os filmes acabam se encaixando em algum deles. Sinto que está faltando ousadia, atrevimento e despudor.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gosto muito da Gilda Nomacce, atriz que faz muita coisa no cinema, é sempre bom vê-la em ação.

12) Defina cinema com uma frase.

Poção mágica.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

O que mais me lembro é das ocasiões em que o público aplaudiu, às vezes de pé, o filme no final. Quando isso acontece é sempre arrebatador e emocionante, me lembro da sessão de Hair no CineSesc em 2018, que teve isso, por exemplo.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras.

Nunca vi esse filme rs… Uma falha no meu currículo.

15) Qual pior filme que você viu na vida?

Não sei responder essa pergunta, porque acho que quase todo filme sempre tem algo de bom, algo sempre se salva. E além disso, a memória guarda os filmes que gostei, que vejo, revejo. Os filmes que não gostei, acabo esquecendo!

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E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 14: Lufe Steffen

O cinema é a luz que ilumina os nossos tempos, o passado e o futuro. Pensando em dividir com você leitor, dicas e curiosidades de inúmeros cinéfilos espalhados por nosso país, criamos essa coluna semanal onde convidamos amantes da sétima arte que trabalham ou não com cinema.

Hoje conversaremos com um artista completo do audiovisual. O cinéfilo, cineasta, jornalista, escritor, ator e cantor, formado em Comunicação – Rádio & Televisão, Lufe Steffen. Já dirigiu 10 curtas-metragens ficcionais e 2 longas documentais, os premiados São Paulo em Hi-Fi (2016) e A Volta da Pauliceia Desvairada (2012), ambos sobre a noite LGBT paulistana. Curador e produtor de algumas mostras audiovisuais, atualmente ministra oficinas de cinema e mantém o canal Naftalufe, no YouTube além de acabar de rodar seu primeiro longa de ficção, o musical queer ambientado nos anos 80 Nós Somos o Amanhã.

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

CineSesc, tanto em termos de programação como de tudo, localização, instalações, a sala em si, tela, o café, tudo. É um recanto, um refúgio, um oásis. A programação costuma ter retrospectivas de grandes cineastas. Aí então vira uma apoteose, é maravilhoso acompanhar essas retrospectivas lá. Nos anos mais recentes tivemos do ViscontiMilos Forman, e o Fellini este ano infelizmente foi interrompido pela pandemia.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Xanadu, de 1980. Assisti no cinema quando era muito pequeno, mal podia acompanhar as legendas, mas até hoje lembro desse impacto.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil rs! Tenho vários diretores favoritos… vou escolher um mas só porque tenho que escolher: Pedro Almodóvar e o filme é Má Educação.

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Também aqui teria de escolher vários, eu poderia citar uns 50 filmes brasileiros que são meus preferidos. Então tomo a liberdade de escolher 3: Bye Bye Brasil do Cacá Diegues, considero um retrato brilhante do Brasil e suas contradições, e permanece atual; Onda Nova, de Ícaro Martins e Zé Antônio Garcia, também um retrato, mas da juventude dos anos 80, e está super atual, moderno; e Anjos da Noite, de Wilson Barros, um filme moderno e ousado em sua linguagem, que vem sendo redescoberto.

5) O que é ser cinéfilo para você?

É viver em função do cinema, balizar a vida a partir disso.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Complicado responder isso rs! Eu teria de conhecer melhor as pessoas que fazem a programação, e conheço poucas. As que conheço, sim, entendem.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não. Se depender de mim, não vão, pois continuarei frequentando enquanto existirem.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar 2 filmes de terror do diretor Carlos Hugo ChristensenEnigma para Demônios de 1974 e A Mulher do Desejo de 1975. São excelentes obras do terror nacional pouco lembradas hoje.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não sei… É complicado. O ideal seria esperar a vacina. Por outro lado, se abrirem e os tais protocolos forem respeitados, tudo bem. No fim, a decisão cabe ao espectador: ir ou não ir.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que tem muita coisa legal, tecnicamente a qualidade sempre cresce e melhora, isso deixou de ser um problema no cinema brasileiro. O que sinto falta é de mais variedade e ecletismo nas propostas e linguagens. Aí é uma questão de gosto meu. Sinto que muitos filmes se parecem entre si, existem estilos e padrões e os filmes acabam se encaixando em algum deles. Sinto que está faltando ousadia, atrevimento e despudor.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gosto muito da Gilda Nomacce, atriz que faz muita coisa no cinema, é sempre bom vê-la em ação.

12) Defina cinema com uma frase.

Poção mágica.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

O que mais me lembro é das ocasiões em que o público aplaudiu, às vezes de pé, o filme no final. Quando isso acontece é sempre arrebatador e emocionante, me lembro da sessão de Hair no CineSesc em 2018, que teve isso, por exemplo.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras.

Nunca vi esse filme rs… Uma falha no meu currículo.

15) Qual pior filme que você viu na vida?

Não sei responder essa pergunta, porque acho que quase todo filme sempre tem algo de bom, algo sempre se salva. E além disso, a memória guarda os filmes que gostei, que vejo, revejo. Os filmes que não gostei, acabo esquecendo!

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