sábado , 2 novembro , 2024

Em Home Vídeo | A Vingança Perfeita – O pior filme da carreira de Margot Robbie

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A Vingança Perfeita é o clássico caso de muito estilo sobrepujando a substância. Novo trabalho da estrela Margot Robbie (indicada ao Oscar este ano pelo estupendo Eu, Tonya), Terminal – título original do longa – durante muito tempo aguçou a curiosidade dos fãs. Apesar de todos estarem antenados para o próximo passo da musa no cinema, tudo o que tínhamos do filme era uma foto que mostrava Robbie em seu casaco vermelho.

Existem dois motivos para estúdios e produtores esconderem um filme. O primeiro é levar muita fé no material e não querer que nada vaze antes do tempo. O segundo é não levar fé alguma no material e simplesmente querer que ele suma da existência. A Vingança Perfeita se encaixa no segundo caso. A obra foi basicamente varrida para debaixo do tapete e agora aporta no mercado de home vídeo brasileiro, mesmo estampando uma atriz do porte de Robbie – como citado, recém-saída de uma indicação ao Oscar. No Reino Unido, país de origem da produção, somente um cinema exibiu o longa na estreia. Neste caso, o desprezo é justificável.

Na trama, diversos personagens excêntricos se cruzam na madrugada em uma estação de trem deserta e interagem com segundas intenções. Temos a garçonete interpretada por Robbie, o professor doente terminal vivido por Simon Pegg, dois matadores de aluguel atrapalhados vividos por Max Irons (filho de Jeremy Irons) e Dexter Fletcher, e um misterioso faxineiro, papel do humorista Mike Myers – saindo de uma autoimposta aposentadoria de 7 anos.

O problema de A Vingança Perfeita já começa pelo seu título. Os realizadores acharam estar sendo muito espertinhos ao escolherem Terminal, que faz óbvia referência a estação terminal de trem, ao fato do personagem de Pegg ser um doente terminal e ao tema do filme, violência e morte. Não é inteligente? Não. É básico. Essa sensação permeia a obra com diálogos que se acham criativos e afiados, quando na verdade já vimos tudo isso feito de forma mais aprimorada e real. Aqui, tudo soa forçado.

Grande parte disso se deve pelo autor da obra. Vaughn Stein, diretor e roteirista de A Vingança Perfeita, foi diretor de segunda unidade de algumas grandes produções, vide Guerra Mundial Z (2013) e A Bela e a Fera (2017). Justamente por isso, ganhamos uma estética chamativa, de hipnotizar. Figurinos, direção de arte e fotografia são exuberantes. Mesmo esta sendo a estreia de Stein na direção de um longa, o sujeito mostra que entende do riscado quando o assunto é a parte técnica. O grande problema é o roteiro, item no qual Stein também debuta e deixa muito a desejar.

Tudo é desinteressante em A Vingança Perfeita. Os personagens não cativam, se mostrando apenas estereótipos sem vida. Os diálogos não fazem sentido e as situações que o cineasta cria são pífias. Logo de cara percebemos que Stein não deseja criar algo passado em nosso mundo, o que não seria problema caso compensasse com qualquer outro elemento de identificação. Todas as reviravoltas conseguem ser percebidas à distância, embora o diretor acredite piamente que está reinventando a roda. Para termos uma ideia do dano, o filme sofre da síndrome de The Spirit:O Filme (2008), de Frank Miller – imagine a tragédia.

Não dá para entender qual motivo levou uma atriz como Margot Robbie a sentir qualquer atração pelo roteiro – talvez a condição redentora e vingativa de sua personagem contra abuso. Sempre dizem que no papel algumas ideias soam mais atraentes. Talvez este mesmo motivo tenha levado Mike Myers, o eterno Austin Powers, a sair do exílio. Uma pena para ambos. Por outro lado, compreendemos perfeitamente o motivo pelo qual os envolvidos decidiram colocar uma pedra sobre A Vingança Perfeita.

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Existem dois motivos para estúdios e produtores esconderem um filme. O primeiro é levar muita fé no material e não querer que nada vaze antes do tempo. O segundo é não levar fé alguma no material e simplesmente querer que ele suma da existência. A Vingança Perfeita se encaixa no segundo caso. A obra foi basicamente varrida para debaixo do tapete e agora aporta no mercado de home vídeo brasileiro, mesmo estampando uma atriz do porte de Robbie – como citado, recém-saída de uma indicação ao Oscar. No Reino Unido, país de origem da produção, somente um cinema exibiu o longa na estreia. Neste caso, o desprezo é justificável.

Na trama, diversos personagens excêntricos se cruzam na madrugada em uma estação de trem deserta e interagem com segundas intenções. Temos a garçonete interpretada por Robbie, o professor doente terminal vivido por Simon Pegg, dois matadores de aluguel atrapalhados vividos por Max Irons (filho de Jeremy Irons) e Dexter Fletcher, e um misterioso faxineiro, papel do humorista Mike Myers – saindo de uma autoimposta aposentadoria de 7 anos.

O problema de A Vingança Perfeita já começa pelo seu título. Os realizadores acharam estar sendo muito espertinhos ao escolherem Terminal, que faz óbvia referência a estação terminal de trem, ao fato do personagem de Pegg ser um doente terminal e ao tema do filme, violência e morte. Não é inteligente? Não. É básico. Essa sensação permeia a obra com diálogos que se acham criativos e afiados, quando na verdade já vimos tudo isso feito de forma mais aprimorada e real. Aqui, tudo soa forçado.

Grande parte disso se deve pelo autor da obra. Vaughn Stein, diretor e roteirista de A Vingança Perfeita, foi diretor de segunda unidade de algumas grandes produções, vide Guerra Mundial Z (2013) e A Bela e a Fera (2017). Justamente por isso, ganhamos uma estética chamativa, de hipnotizar. Figurinos, direção de arte e fotografia são exuberantes. Mesmo esta sendo a estreia de Stein na direção de um longa, o sujeito mostra que entende do riscado quando o assunto é a parte técnica. O grande problema é o roteiro, item no qual Stein também debuta e deixa muito a desejar.

Tudo é desinteressante em A Vingança Perfeita. Os personagens não cativam, se mostrando apenas estereótipos sem vida. Os diálogos não fazem sentido e as situações que o cineasta cria são pífias. Logo de cara percebemos que Stein não deseja criar algo passado em nosso mundo, o que não seria problema caso compensasse com qualquer outro elemento de identificação. Todas as reviravoltas conseguem ser percebidas à distância, embora o diretor acredite piamente que está reinventando a roda. Para termos uma ideia do dano, o filme sofre da síndrome de The Spirit:O Filme (2008), de Frank Miller – imagine a tragédia.

Não dá para entender qual motivo levou uma atriz como Margot Robbie a sentir qualquer atração pelo roteiro – talvez a condição redentora e vingativa de sua personagem contra abuso. Sempre dizem que no papel algumas ideias soam mais atraentes. Talvez este mesmo motivo tenha levado Mike Myers, o eterno Austin Powers, a sair do exílio. Uma pena para ambos. Por outro lado, compreendemos perfeitamente o motivo pelo qual os envolvidos decidiram colocar uma pedra sobre A Vingança Perfeita.

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