domingo , 22 dezembro , 2024

Em Home Vídeo | Minha Prima Raquel – o Dom Casmurro britânico

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Enquanto as adaptações de livros não são novas, os reboots tem ganhado cada vez mais força dentro da indústria cinematográfica. O caso é que no longa-metragem Minha Prima Raquel estamos diante de uma espécie de adaptação e reboot ao mesmo tempo. Em 1951, a escritora britânica Daphne du Maurier lançou o livro de mesmo nome e em 1953, a partir dele foi escrito o roteiro do filme Eu te Matarei, Querida!, de Henry Koster, que ganhou algumas indicações ao Oscar e venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator Revelação.

Em 2017, 64 anos depois, Roger Michell (Um Lugar Chamado Notting Hill), que também assina a direção, resolveu fazer uma espécie de adaptação/reboot da história juntando Rachel Weisz e Sam Claflin para dar vida aos protagonistas. A trama apresentada mostra um jovem inglês que pretende se vingar da viúva do primo, que o criou, após a morte misteriosa do mesmo, levando-o a acreditar que a culpada foi ela. Mas com a chegada da mulher, as coisas se complicam e ele se vê encantado por ela.



O roteiro de Michell não tem pressa para se moldar. Com uma história encaixada em uma hora e quarenta e três minutos, por alguns momentos o espectador pode se ver cansado com a narrativa apresentada, contudo, a partir do segundo ato, a trama parece ganhar vida e propor um ritmo mais fácil de acompanhar. Apesar das vulnerabilidades no roteiro, é interessante o jogo que se faz com as atitudes e expressões da protagonista Rachel (Weisz), que apresenta diferentes camadas na sua construção, o que soma em positivo ao longa-metragem.

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É preciso comentar que a narrativa lembra a famosa história da literatura brasileira, escrita por Machado de Assis, Dom Casmurro. A ambiguidade da personagem juntamente às situações exibidas fazem com que o telespectador se sinta, por muitas vezes, como o próprio Philip (Claflin), vivendo aquilo como se estivesse na pele do mesmo, já que é claramente fácil se apaixonar por Rachel, ao mesmo tempo em que sua tridimensionalidade os leva a desconfiar de algumas de suas atitudes.

A direção de Michell não apresenta detalhes técnicos novos ou diferentes dos demais filmes que já vimos sobre época e em lugares com paisagens marcadas por sua beleza natural. Cumpre o papel incumbido e acompanha a narrativa. Os dois maiores destaques ficam para os momentos em que Weisz se encontra em cena e as espécies de sonhos/delírios do protagonista masculino.

Agora se tem um ponto que é excepcional dentro do longa-metragem é a atuação de Rachel Weisz, que consegue traduzir na arte a dualidade da personagem e passar veracidade a quem assiste. É preciso saber apreciar o trabalho espetacular que a britânica consegue fazer em praticamente todo filme que atua. Claflin não fica muito atrás e também realiza um bom trabalho, mostrando a simplicidade de Philip de forma realística. A química de ambos existe e não permite ao espectador duvidar da interação em tela. A trilha sonora não apresenta nada de novo e apenas realiza o  necessário para com o roteiro. A arte também não erra com as roupas de época e os objetos que compõem os cenários.

O melhor de Minha Prima Raquel está, de fato, nas atuações, que apesar dos erros de roteiro e a simplicidade da direção, permanecem como o centro da história e tornam o filme interessante ao ponto de roubar as atenções do público que assiste, especialmente a vencedora do Oscar Rachel Weisz.

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Enquanto as adaptações de livros não são novas, os reboots tem ganhado cada vez mais força dentro da indústria cinematográfica. O caso é que no longa-metragem Minha Prima Raquel estamos diante de uma espécie de adaptação e reboot ao mesmo tempo. Em 1951, a escritora britânica Daphne du Maurier lançou o livro de mesmo nome e em 1953, a partir dele foi escrito o roteiro do filme Eu te Matarei, Querida!, de Henry Koster, que ganhou algumas indicações ao Oscar e venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator Revelação.

Em 2017, 64 anos depois, Roger Michell (Um Lugar Chamado Notting Hill), que também assina a direção, resolveu fazer uma espécie de adaptação/reboot da história juntando Rachel Weisz e Sam Claflin para dar vida aos protagonistas. A trama apresentada mostra um jovem inglês que pretende se vingar da viúva do primo, que o criou, após a morte misteriosa do mesmo, levando-o a acreditar que a culpada foi ela. Mas com a chegada da mulher, as coisas se complicam e ele se vê encantado por ela.

O roteiro de Michell não tem pressa para se moldar. Com uma história encaixada em uma hora e quarenta e três minutos, por alguns momentos o espectador pode se ver cansado com a narrativa apresentada, contudo, a partir do segundo ato, a trama parece ganhar vida e propor um ritmo mais fácil de acompanhar. Apesar das vulnerabilidades no roteiro, é interessante o jogo que se faz com as atitudes e expressões da protagonista Rachel (Weisz), que apresenta diferentes camadas na sua construção, o que soma em positivo ao longa-metragem.

É preciso comentar que a narrativa lembra a famosa história da literatura brasileira, escrita por Machado de Assis, Dom Casmurro. A ambiguidade da personagem juntamente às situações exibidas fazem com que o telespectador se sinta, por muitas vezes, como o próprio Philip (Claflin), vivendo aquilo como se estivesse na pele do mesmo, já que é claramente fácil se apaixonar por Rachel, ao mesmo tempo em que sua tridimensionalidade os leva a desconfiar de algumas de suas atitudes.

A direção de Michell não apresenta detalhes técnicos novos ou diferentes dos demais filmes que já vimos sobre época e em lugares com paisagens marcadas por sua beleza natural. Cumpre o papel incumbido e acompanha a narrativa. Os dois maiores destaques ficam para os momentos em que Weisz se encontra em cena e as espécies de sonhos/delírios do protagonista masculino.

Agora se tem um ponto que é excepcional dentro do longa-metragem é a atuação de Rachel Weisz, que consegue traduzir na arte a dualidade da personagem e passar veracidade a quem assiste. É preciso saber apreciar o trabalho espetacular que a britânica consegue fazer em praticamente todo filme que atua. Claflin não fica muito atrás e também realiza um bom trabalho, mostrando a simplicidade de Philip de forma realística. A química de ambos existe e não permite ao espectador duvidar da interação em tela. A trilha sonora não apresenta nada de novo e apenas realiza o  necessário para com o roteiro. A arte também não erra com as roupas de época e os objetos que compõem os cenários.

O melhor de Minha Prima Raquel está, de fato, nas atuações, que apesar dos erros de roteiro e a simplicidade da direção, permanecem como o centro da história e tornam o filme interessante ao ponto de roubar as atenções do público que assiste, especialmente a vencedora do Oscar Rachel Weisz.

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