sábado , 21 dezembro , 2024

‘Em Ruínas’ | Como ‘Jurassic Park’ influenciou na exportação cultural da Coreia do Sul?

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Estreando em primeiro lugar das produções mais vistas da Netflix Brasil, o longa de ação pós-apocalíptica Em Ruínas é mais um sucesso da Coreia do Sul a explodir na plataforma de streaming. Nos últimos anos, o país sul-coreano tem importado diversos sucessos culturais, sejam filmes, novelas ou músicas, fazendo deles um polo mundial do entretenimento. O auge, talvez, tenha sido o filme Parasita (2019), que recebeu seis indicações ao Oscar, tendo voltado para casa com quatro estatuetas, incluindo a de Melhor Filme.

E se a indústria cultural da Coreia do Sul virou potência, isso se deve a uma política de incentivo governamental agressiva, que foi instaurada a partir de 1994. A proposta era trazer subsídio do governo para a Cultura e facilitar empréstimos a juros muito abaixo do mercado, além da criação de setores voltados para a produção cultural nos centros universitários, para promover o surgimento de obras e celebridades nacionais que pudessem representar e promover o país pelo mundo.



Leia também: Crítica | ‘Em Ruínas’ diverte com carisma de Don Lee em ação apocalíptica

Apesar de já haver projetos de incentivo à Cultura na Coreia do Sul desde a década de 1970, eles mais dificultavam os produtores. Isso porque eram leis antiquadas de uma época em que a ideia era o controle do governo sobre as produções. Com o novo projeto, que vigora até os dias de hoje, o polo cultural sul-coreano explodiu e colhe seus frutos até hoje. Afinal, quem nunca ouviu falar no fenômeno do K-Pop, uma indústria que movimenta bilhões mundialmente, ou dos tão comentados doramas?

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Pois bem, o projeto já estava na pauta do governo há um tempo, mas foi em 1993, com o lançamento de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros que ele virou realidade. A aventura fantástica de Steven Spielberg foi um verdadeiro fenômeno de crítica e bilheteria ao redor do planeta. E não foi diferente na Coreia do Sul, em que o filme ficou em cartaz por mais de três meses. Percebendo o sucesso do longa, o governo encomendou um estudo e seus representantes tiveram um choque ao perceber que o dinheiro gasto pelos habitantes no país era o equivalente à exportação de uma frota de 1,5 milhão de carros da Hyundai, principal fabricante do país, com um custo consideravelmente menor que o gasto pela empresa. E como a Coreia do Sul vivenciava um período de crise, o governo compreendeu que não dava para deixar passar uma chance como essa de arrecadar verba para os cofres públicos.

Leia também: ‘Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros’ | Há 30 anos, Steven Spielberg revolucionou os blockbusters

Diante desses números, a lei de incentivo foi aprovada e deu muito certo. O sucesso do polo cultural alavancou a criação de empregos, aumentou o interesse turístico no país e praticamente criou uma indústria que é diretamente responsável por parte do PIB do país, já que a Cultura rende aproximadamente 11 bilhões de dólares para os cofres sul-coreanos anualmente. Mais do que isso, as celebridades que nasceram desse projeto passaram a ser usados como ferramentas diplomáticas, rendendo benefícios indiretos para a política externa do país no cenário geopolítico mundial.

Ou seja, se você, hoje, está assistindo um filme ou série sul-coreano, parte disso está incluso no legado de Jurassic Park, que foi um longa revolucionário. Ele mostrou ao mundo que a tecnologia parecia ter chegado a um ponto em que não havia mais limites do que poderia ou não ser criado em tela. Graças a uma política bem implementada e a compreensão de que a Cultura só traz benefícios para o país, o governo da Coreia do Sul não se contentou com a inspiração no filme de Spielberg e foi muito além, consolidando suas produções com muito mérito e trabalho.

Em Ruínas e Jurassic Park estão disponíveis na Netflix.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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E se a indústria cultural da Coreia do Sul virou potência, isso se deve a uma política de incentivo governamental agressiva, que foi instaurada a partir de 1994. A proposta era trazer subsídio do governo para a Cultura e facilitar empréstimos a juros muito abaixo do mercado, além da criação de setores voltados para a produção cultural nos centros universitários, para promover o surgimento de obras e celebridades nacionais que pudessem representar e promover o país pelo mundo.

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Apesar de já haver projetos de incentivo à Cultura na Coreia do Sul desde a década de 1970, eles mais dificultavam os produtores. Isso porque eram leis antiquadas de uma época em que a ideia era o controle do governo sobre as produções. Com o novo projeto, que vigora até os dias de hoje, o polo cultural sul-coreano explodiu e colhe seus frutos até hoje. Afinal, quem nunca ouviu falar no fenômeno do K-Pop, uma indústria que movimenta bilhões mundialmente, ou dos tão comentados doramas?

Pois bem, o projeto já estava na pauta do governo há um tempo, mas foi em 1993, com o lançamento de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros que ele virou realidade. A aventura fantástica de Steven Spielberg foi um verdadeiro fenômeno de crítica e bilheteria ao redor do planeta. E não foi diferente na Coreia do Sul, em que o filme ficou em cartaz por mais de três meses. Percebendo o sucesso do longa, o governo encomendou um estudo e seus representantes tiveram um choque ao perceber que o dinheiro gasto pelos habitantes no país era o equivalente à exportação de uma frota de 1,5 milhão de carros da Hyundai, principal fabricante do país, com um custo consideravelmente menor que o gasto pela empresa. E como a Coreia do Sul vivenciava um período de crise, o governo compreendeu que não dava para deixar passar uma chance como essa de arrecadar verba para os cofres públicos.

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Diante desses números, a lei de incentivo foi aprovada e deu muito certo. O sucesso do polo cultural alavancou a criação de empregos, aumentou o interesse turístico no país e praticamente criou uma indústria que é diretamente responsável por parte do PIB do país, já que a Cultura rende aproximadamente 11 bilhões de dólares para os cofres sul-coreanos anualmente. Mais do que isso, as celebridades que nasceram desse projeto passaram a ser usados como ferramentas diplomáticas, rendendo benefícios indiretos para a política externa do país no cenário geopolítico mundial.

Ou seja, se você, hoje, está assistindo um filme ou série sul-coreano, parte disso está incluso no legado de Jurassic Park, que foi um longa revolucionário. Ele mostrou ao mundo que a tecnologia parecia ter chegado a um ponto em que não havia mais limites do que poderia ou não ser criado em tela. Graças a uma política bem implementada e a compreensão de que a Cultura só traz benefícios para o país, o governo da Coreia do Sul não se contentou com a inspiração no filme de Spielberg e foi muito além, consolidando suas produções com muito mérito e trabalho.

Em Ruínas e Jurassic Park estão disponíveis na Netflix.

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