Em uma conversa exclusiva com o CinePOP em dezembro de 2024, antes da cerimônia do Globo de Ouro — realizada no último 5 de janeiro — Nicole Kidman refletiu sobre sua atuação no suspense erótico Babygirl. Dirigido por Halina Reijn, o filme estreia no Brasil na próxima quinta-feira, dia 9 de janeiro, e destaca-se por seu olhar feminista sobre o gênero, trazendo uma narrativa que alia sensualidade, tensão e reflexões sobre o desejo feminino.
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Descrita por Nicole como uma força visionária por trás de Babygirl, Halina Reijn entrega, em seu terceiro longa-metragem, uma abordagem ousada e moderna ao suspense erótico, mesmo inspirando-se em clássicos dos anos 1980, 1990 e 2000. Entre suas referências está o filme A Professora de Piano (2001), de Michael Haneke, obra que tanto Halina quanto Nicole classificam como uma de suas favoritas.
Um Passo Inédito para Nicole Kidman
Na trama, Nicole Kidman interpreta Romy, uma CEO poderosa que arrisca sua carreira e a paz familiar ao se envolver em um caso com Samuel (Harris Dickinson), um estagiário muito mais jovem da sua empresa. Marcada por jogos de poder e intensas emoções, a relação expõe fragilidades, desejos e conflitos, levando os personagens ao limite.
Para dar vida à sua personagem em Babygirl, Nicole adotou um processo detalhista e analítico. “Faço anotações como uma estudante”, revelou a atriz, destacando seu amor por escrever à mão enquanto explorava os traços e nuances de sua personagem. Esse método, ela contou com bom humor, gerou brincadeiras no set com seu colega de elenco, Harris Dickinson. “Ele usava um iPad e adorava me provocar por isso. Era quase como no filme, onde nossos personagens vêm de gerações diferentes.”
Química em Cena com Harris Dickinson
A química entre Kidman e Dickinson é essencial para o sucesso do filme. Apesar de ser uma atriz experiente com 40 anos de carreir a, Nicole optou por não assumir um papel de mentora, permitindo que Dickinson desenvolvesse seu personagem de forma autônoma. “Ele era muito poderoso desde o início e já tinha o personagem em si. Não dizer nada que pudesse interferir nisso.”
Mesmo admitindo nervosismo, Dickinson nunca deixou transparecer. “Ele dizia que estava nervoso, mas eu nunca percebi. Ele escondia isso muito bem.”, observou Nicole
A atriz ganhadora do Oscar e cinco vezes indicada ao prêmio também deu créditos à diretora e roteirista de Babygirl na criação da relação entre os personagens e na construção da intensidade emocional do longa. “Halima tinha uma visão clara do que queria transmitir, nos moldando com precisão. Nós tínhamos que trazer a química e o frisson para a história e torná-la, ao mesmo tempo, emocionante e real”.
Kidman também destacou a contribuição e experiência de Antonio Banderas, que interpreta seu marido na trama. “Antônio foi tão confiante e colaborativo. Ele me ajudou a encontrar mais confiança também. Foi um equilíbrio incrível entre nós três.”
Um Marco Feminino no Cinema
Um dos aspectos mais notáveis de Babygirl é a sua perspectiva feminina no gênero suspense erótio. Kidman ressaltou que, ao contrário de muitas narrativas centradas em homens, este filme coloca a mulher no centro da história. “É tão emocionante ver um filme onde a história da mulher é contada. E ainda mais incrível é ver quantos homens amaram o filme e têm tantas perguntas sobre ele.”
Nicole Kidman espera que o sucesso de Babygirl abra caminho para mais produções que celebrem papéis femininos complexos e significativos. “Queremos que mais filmes como esse sejam feitos, mais papéis incríveis para mulheres sejam escritos e financiados”, afirmou. Com sua abordagem feminista, Halina Reijn busca subverter os códigos tradicionais do olhar masculino ainda presentes em narrativas sexuais, colocando o prazer feminino e as complexidades do desejo no foco da trama.
As Chances de Nicole no Oscar
Com uma performance aclamada pela crítica, Nicole Kidman recebeu a Copa Volpi de Melhor Atriz no Festival de Veneza de 2024, um dos reconhecimento mais prestigiados de sua carreira. Apesar de não estar entre as indicadas ao Critics Choice Awards, sua nomeação ao BAFTA alimenta expectativas sobre uma possível indicação ao Oscar 2025, que será anunciada em 17 de janeiro.
Nicole disputa uma das cinco vagas ao lado de nomes como Angelina Jolie (Maria Callas), Tilda Swinton (O Quarto ao Lado), Karla Sofía Gascón (Emilia Perez), Cynthia Erivo (Wicked), além das vencedoras do Globo de Ouro: Demi Moore (A Substância) e Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui).
Com estreia marcada para o dia 9 de janeiro no Brasil, Babygirl promete não apenas um debate sobre o prazer feminino, mas também reafirma o talento incomparável de Nicole Kidman, que continua a expandir seus limites artísticos.
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