Estrelas de Hollywood como Mark Ruffalo, Jimmy Kimmel, Kerry Washington, e outros artistas de peso, juntaram-se a manifestações em apoio aos protestos “No Kings” que estão ocorrendo em todo os Estados Unidos. O movimento é um levante contra o comportamento cada vez mais autoritário do presidente Donald Trump.
Segundo o Deadline, os famosos se somam a milhares de manifestantes em cidades como Nova York, Austin e Los Angeles, esta última se tornando o epicentro do embate entre a população e as políticas federais.
Trump enviou 2.000 soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para o local sem a aprovação dos líderes estaduais, em resposta à oposição das comunidades ao aumento severo das operações do ICE (agência de imigração).
Em entrevista, Mark Ruffalo, que compareceu ao protesto em Nova York ao lado de Susan Sarandon, afirmou estar ali “porque vemos nossa democracia em sérios apuros. Vemos um presidente que se tornou um rei e ditador, e não vemos uma oposição forte o suficiente para enfrentar o ataque aos nossos direitos e à Constituição que está acontecendo diariamente: com ordens executivas, desrespeito a decisões judiciais, sequestro de imigrantes — inclusive pessoas que estão legalmente no país — e crianças sendo tiradas de suas famílias. Estamos indignados, assustados, e sabemos que a única maneira de lutar agora é com o povo se unindo”.
Ruffalo continuou, criticando a postura do presidente: “Este presidente não se importa com nenhum dos princípios dos nossos Fundadores. Um dos motivos pelos quais se separou o poder militar do Executivo foi justamente porque viemos de países onde ditadores usavam o exército contra o povo. Já estamos vendo isso acontecer na Califórnia — é um sinal claro de que a Constituição está sendo ignorada, e isso desrespeita totalmente nossa história e nossos militares, que sempre lutaram contra o fascismo e a ditadura pelo mundo”.
Sobre a crise econômica, o ator acrescentou: “Eles estão apontando as armas na direção errada, os imigrantes não estão tirando nada de ninguém. Não é que não haja o suficiente para todos; é que há algumas poucas pessoas extremamente ricas e poderosas tirando demais. São os bilionários e os que estão no poder que estão explorando o povo americano. Esta manifestação é a resposta a isso, é a reimaginação da América e a reafirmação dos nossos princípios democráticos”.
Fazendo referência ao caso do senador Alex Padilla (D-CA), que foi retirado à força de uma coletiva de imprensa da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, por questionar as detenções em massa de imigrantes, Ruffalo disse: “Quando isso acontece, você sabe que está caminhando rumo a uma ditadura. Esse é um ponto de virada. A administração vai continuar a extrapolar, e essa será a resposta. Não vamos sumir, não vamos nos calar. Amamos uns aos outros e este país o suficiente para sairmos de casa debaixo de chuva hoje, em nome da solidariedade com o povo que construiu este lugar. E, a menos que você seja nativo americano ou mexicano, você também é imigrante”.
Kerry Washington participou do protesto em Santa Monica ao lado de Julia Louis-Dreyfus, segurando uma placa com os dizeres: “A única monarquia que eu gosto é a borboleta.” Em seu post nas redes sociais, Washington também destacou cartazes como “Gelo só no meu copo, não nas minhas ruas”.
Glenn Close usou o Instagram para apoiar os protestos e participou de uma manifestação com mais de 3 mil pessoas em Bozeman, Montana. Em um vídeo, ela declarou estar “profundamente perturbada, triste e indignada” ao saber que, no mesmo dia em que milhões se reuniam para protestar pacificamente, dois políticos de Minnesota foram alvos de atentados — um deles assassinado.
“Não se trata de gritar slogans ou espalhar ódio”, escreveu na legenda. “É sobre a PRESENÇA calma e unida de MILHÕES de americanos que se recusam a deixar nosso país amado e magnífico ser vendido para um aspirante a rei/oligarca e seus fantoches cruéis e manipuladores”.
Ela também compartilhou fotos de cartazes com frases como: “Se isso fosse mesmo sobre criminosos, por que temos um presidente?” e “Se há dinheiro para um desfile, há dinheiro para o Medicaid!”.