A greve dos roteiristas do Writes Guild of America (WGA) está em vigor desde o início de maio, quando a categoria decidiu cobrar por melhores salários em um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), o sindicato patronal da indústria cinematográfica.
No entanto, diversos estúdios estão forçando os roteiristas a desistirem da greve ao ponto de vê-los indo à falência em vez de apoiar a causa.
Em entrevista para o Deadline, uma fonte ligada aos presidentes de grandes estúdios disse que a estratégia foi feita pensando em obrigar os roteiristas a aceitarem os termos da AMPTP em vez de continuarem lutando por seus direitos.
“Acho que estamos em direção a uma greve bem longa, e eles [os chefões dos grandes estúdios] vão deixar sangrar. Eles [os roteiristas] vão ficar sem dinheiro, e só vai restar a opção de aceitarem retornar ao trabalho sem grandes mudanças significativas em seus pedidos.”
O sindicato dos atores também pretende se juntar à causa, mas correm o risco de terem suas carreiras prejudicadas por grandes corporações.
As fontes o portal alegaram que os estúdios e plataformas de streamings estão apostando alto no embargo contra os roteiristas e qualquer classe que tente apoiá-los.
“Os estúdios concordaram com isso há meses, antes mesmo do WGA realmente começar a greve. Ninguém queria uma greve, mas todo mundo sabia que acabaria acontecendo.”
Até mesmo um executivo de um estúdio, que preferiu manter o anonimato, confirmou o plano, dizendo:
“O plano dos grandes CEO’s dos maiores estúdios é permitir que a greve se arraste até os membros do sindicato começarem a perder seus apartamentos e perderem suas casas.”
Outro anônimo ligado à indústria disse que a “estratégia é cruel, mas é um mal necessário, pelo bem da cultura cinematográfica.”
Esses estúdios e plataformas de streamings acreditam que a falência dos grevistas vai pressioná-los a ouvir a AMPTP do fim do ano.
Sendo assim, os estúdios é que estariam dando as cartas no acordo, e não os grevistas.
Entre suas exigências, o WGA só dará fim à greve após um aumento do piso salarial, além da garantia de proteção para roteiristas de televisão e aumento no salário residual para os mercados que reutilizam obras já existentes e de lançamentos em streaming.
Também há exigências quanto ao uso de inteligência artificial e algoritmos treinados para criação de roteiros, bem como a implementação de uma legislação mais detalhada sobre exclusividade nos contratos de roteiristas televisivos, além de medidas para combater a descriminação e o assédio contra a classe.