Um dos diretores do filme brasileiro que está fazendo sucesso em todo o mundo, conversou com o CinePOP
O longa dirigido por André Catoto, Gabriel Bitar e Gustavo Steinberg, ‘Tito e os Pássaros‘ ficou entre as 25 animações pré-indicadas ao Oscar 2019. Não ficou entre os cinco finalistas, mas despertou interesse do público mundo a fora. O Brasil só disputou uma única vez na categoria melhor animação, em 2016, com ‘Menino e o Mundo’, quando concorreu com o vencedor ‘Divertida Mente‘ (2015).
‘Tito e os Pássaros’ estreou na mostra competitiva do Festival de Annecy, em junho, na França. A produção brasileira saiu premiada de grandes festivais de cinema: Festival de Chicago e o Festival de Havana, além de ganhar Menção Honrosa no Festival de Sitges. O filme também foi indicado ao Annie Awards, premiação que é considerada o “Oscar’ das animações, na categoria melhor animação independente.
Gabriel Bitar, codiretor do filme, conversou com o CinePOP e descreveu a experiência de ser pré-indicado ao Oscar como engraçada e completou:
“Muito louco fazer o filme com pouco recurso, conseguir um resultado legal e estar disputando lado a lado com pessoas que tiveram o orçamento cem vezes maior. É muito gratificante!”.
As animações brasileiras estão vivendo um momento incrível e ‘Titos e os Pássaros’ é um reflexo desse momento. Gabriel Bitar ressalta que essa ótima fase das animações vem bem antes de ‘O Menino e o Mundo’, começando com ‘Uma História de Amor e Fúria’ (2013), que ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Annecy. O diretor também diz que “as séries de animações brasileiras também têm muito reconhecimento no exterior”.
De acordo com Agência Nacional do Cinema (ANCINE), o ano de 2017 fechou com sete lançamentos de filmes de animação. Número recorde e bastante expressivo se comprado com os últimos anos, em 2016 apenas uma animação foi lançada, em 2015 nenhum longa de animação foi lançado. Atualmente, 25 longas-metragens de animação brasileiras estão em fase de produção.
O filme que está tendo uma ótima recepção ao redor do mundo, conta a história Tito que se lança na missão de salvar o mundo de uma epidemia incomum: as pessoas ficam doentes ao sentirem medo. De acordo com o Bitar, a intenção era abordar o medo sem apavorar as crianças: “Fizemos testes com crianças, mostramos algumas coisas para ver se estávamos indo para o caminho que não assustava muito. E elas sempre estavam pedindo mais. Elas queriam mais essa emoção, essa aventura… esse medo”.
‘Tito e os Pássaros’ já está em exibição nos cinemas.