sábado , 22 fevereiro , 2025

Falcão e o Soldado Invernal | Ação e drama marcam um MCU mais maduro


[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu ao primeiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal, não leia esta matéria para não receber spoilers.



Falcao FuscaInicialmente programada para ser a primeira série original da Marvel no Disney+, Falcão e o Soldado Invernal acabou sofrendo com a pandemia do novo coronavírus e precisou ser adiada, fazendo com que WandaVision estreasse antes. A princípio, pouca coisa mudou, já que a história da Wanda (Elizabeth Olsen) se passa antes da produção atual. Pois bem, ambientada seis meses após o “blip”, a série mostra o mundo lidando com o retorno de bilhões de pessoas de uma hora para outra e os efeitos que isso causa na sociedade. Claramente influenciado por Capitão América: Soldado Invernal (2014), o primeiro episódio consegue resgatar bem aquela pegada mais “pé no chão” que vimos nos primórdios do MCU, mesmo sendo estrelado por dois super-heróis. Além disso, ele traz algumas referências bem sutis que indicam que o futuro dessa série é bem mais maduro e profundo do que apenas cenas de ação espetaculares e brincadeiras entre amigos.

Bucky

A começar por Bucky (Sebastian Stan), que está tentando se adaptar aos tempos modernos enquanto é assombrado pelas memórias de suas ações sob controle da H.I.D.R.A. como Soldado Invernal. Vemos ele assassinando um inocente em uma de suas missões e depois acompanhamos ele convivendo com o pai da vítima, como forma de tentar conseguir perdão. É realmente complicado porque esse estresse pós-traumático é parte da vida desse personagem, que passou grande parte da vida sem ter direito sobre o próprio corpo. Em dado momento, Bucky acorda de um desses pesadelos/ memórias e é mostrado ele dormindo no chão, uma referência ao diálogo de Steve Rogers (Chris Evans) e Sam Wilson (Anthony Mackie) logo no comecinho de “Capitão 2”, quando Steve diz que a maior dificuldade do pós-guerra é deitar numa cama macia, como se eles não fossem dignos daquilo. Mostra o Bucky dormindo no chão é quase como se ele ainda vivesse essa guerra, esse dilema pessoal. É um personagem que busca redenção e deve encontrar seu destino nessa série.


Falcao 1

Outro personagem que está tentando encontrar seu rumo depois de ser “blipado” de volta é Sam Wilson, o Falcão (Anthony Mackie). No filme de 2014, sabemos que ele abandonou a Força Aérea dos EUA após a morte de seu parceiro em uma das missões. Agora, ele voltou a trabalhar com a Aeronáutica, muito provavelmente por conta do Tratado de Sokovia. Agora de uniforme novo e com o Asa Vermelha ainda mais tecnológico, ele desempenha missões táticas muito parecidas com as que Steve fazia para a S.H.I.E.L.D. antes de desmontar a organização. Ah, é bom lembrar que o Asa Vermelha é um um falcão de verdade nos quadrinhos, enquanto a versão cinematográfica do ajudante é um drone cheio de artifícios. Condiz mais com esse universo.

Asa Vermelha
A estreia do Asa Vermelha aconteceu em Capitão América: Guerra Civil (2016). Agora ele retornou com uma tecnologia ainda mais avançada.

Mas o grande destaque de Sam é justamente sua parte pessoal. É muito legal ver isso porque a Marvel marcou seu nome de vez no mercado dos quadrinhos quando passou a criar personagens e fazer histórias nas quais as pessoas por baixo das máscaras importavam muito mais do que o herói que ela representava. Ver esse lado humano de Sam, um homem que passou por muitas perdas e agora tem a difícil missão de substituir o Capitão América em um país entranhado pelo racismo é um fardo aparentemente pesado demais para ele. Ao abrir mão do escudo para deixá-lo em exposição no museu, o Falcão assume que não está pronto para isso e que tem outros problemas a serem resolvidos no momento. Um deles é a questão financeira da família Wilson. Vindo de uma família de pescadores, Sam viu sua irmã e seus sobrinhos – que eram apenas bebês antes dele ser “apagado” por Thanos (Josh Brolin) – ter que lidar com as finanças sozinha, entrando numa grave crise monetária, chegando ao ponto de ter que vender o barco dos pais deles. O mercado financeiro mudou com a miséria causada pelo desaparecimento das pessoas e parece ter mudado de novo com a volta das mesmas. Empréstimos não são mais tão fáceis de conseguir sem ter garantias muito altas, o que complica ainda mais a situação dos Wilson. Há quanto tempo não víamos um herói nas telas com problemas reais como pagar as contas e botar comida na mesa? Isso era coisa do Homem-Aranha, mas com a bolsa financeira de Tony Stark (Robert Downey Jr.), nem o Peter Parker (Tom Holland) do MCU passava dificuldade.

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Falcaozinho

Ainda falando sobre o Falcão, um novo personagem do universo do herói é introduzido na série. Trata-se de Joaquín Torres (Danny Ramirez), um jovem que estreia nos quadrinhos justamente nessa fase em que o Falcão assume o manto do Capitão América. Nas HQs, ele é um jovem de origem mexicana que acaba sendo capturado pela Sociedade da Serpente para ser envolvido em um experimento que mistura o DNA dele com o do Asa Vermelha, transformando-o em um menino-pássaro. Ele acaba criando uma relação de amizade muito legal com o herói e herda o nome do Falcão quando ele passa a usar o nome de Capitão América. Na série, ele é um militar que presta suporte terrestre para as missões de Sam e demonstra ter muita admiração pelo herói. Pode ser que terminemos a série com ele sendo o novo Falcão.

Nick fury Sword

Em certo momento, Joaquín brinca sobre Steve estar sendo escondido em uma base do governo na lua. Se a série tivesse sido a primeira do Disney+, provavelmente isso aqui passaria batido, mas como já vimos em WandaVision, a E.S.P.A.D.A. tem uma sede espacial que já pode estar sendo comentada pelos órgãos do governo como um tipo de lenda ou brincadeira. No entanto, como vimos em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), essa base espacial existe e Nick Fury (Samuel L. Jackson) está nela.

 

B35B0F69 3B11 4D44 8FA2 387255F3C803Antes da série estrear os fãs especulavam que Madripoor seria introduzida nesta produção. Muito popular nos quadrinhos do Wolverine, Madripoor é uma cidade fictícia de Cingapura, onde o crime e o tráfico tecnológico internacional imperam. Pois bem, o que era boato virou realidade por conta de um frame nos créditos finais. Em uma das mensagens exibidas, conseguimos ler o recorte: “forces from neighboring Madripoor”. Isso quer dizer que o Wolverine vai aparecer? Provavelmente não, mas é uma das primeiras referências ao universo mutante que efetivamente acontecem no MCU.

John Walker

Por fim, chegamos à introdução de John Walker (Wyatt Russell), que é o Agente Americano nos quadrinhos. Ele começa como um vilão e acaba se tornando um herói mais pra frente. No entanto, na série, ele não parece ser mau. O personagem foi descrito como um militar muito bem intencionado que é escolhido para ser o novo Capitão América. No entanto, essa “substituição” é anunciada pelo mesmo governador que afirmou para Sam que entregar o escudo para o museu era o melhor a ser feito. E mesmo conhecendo e interagindo com o Falcão, ele sequer cogitou chamá-lo para assumir o manto do herói bandeiroso, algo que era um desejo do próprio Steve Rogers. É bem provável que o “novo Capitão” passe a interagir com Sam e Bucky nos próximos episódios, conforme ele for ganhando mais desenvolvimento. É um personagem interessante que, segundo os diretores, vai forçar Wyatt a ser mais do que um “loirinho bonitão”. Ou seja, vem coisa boa aí. Será que ele terá envolvimento com os Apátridas? Ou com Zemo (Daniel Brühl)? Só assistindo para saber.

Falcao Capa

O primeiro dos seis episódios estabeleceu bem esse retorno às origens do MCU, trazendo problemas do mundo real para as telas. Misturando bem ação e desenvolvimento dos personagens, podemos esperar uma produção muito promissora e importante para a Fase Quatro. Enquanto alguns diretores acham que “filmes adultos” se resumem a filtros escuros e violência gratuita, Falcão e o Soldado Invernal busca a maturidade retratando situações e dificuldades humanas mantendo um bom humor de quem segue com a mais humana das características: a esperança em meio a um cenário ruim. Que venham os próximos episódios!

Os novos episódios de Falcão e o Soldado Invernal estreiam no Disney+ toda sexta-feira.


IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu ao primeiro episódio de Falcão e o Soldado Invernal, não leia esta matéria para não receber spoilers.

Falcao FuscaInicialmente programada para ser a primeira série original da Marvel no Disney+, Falcão e o Soldado Invernal acabou sofrendo com a pandemia do novo coronavírus e precisou ser adiada, fazendo com que WandaVision estreasse antes. A princípio, pouca coisa mudou, já que a história da Wanda (Elizabeth Olsen) se passa antes da produção atual. Pois bem, ambientada seis meses após o “blip”, a série mostra o mundo lidando com o retorno de bilhões de pessoas de uma hora para outra e os efeitos que isso causa na sociedade. Claramente influenciado por Capitão América: Soldado Invernal (2014), o primeiro episódio consegue resgatar bem aquela pegada mais “pé no chão” que vimos nos primórdios do MCU, mesmo sendo estrelado por dois super-heróis. Além disso, ele traz algumas referências bem sutis que indicam que o futuro dessa série é bem mais maduro e profundo do que apenas cenas de ação espetaculares e brincadeiras entre amigos.

Bucky

A começar por Bucky (Sebastian Stan), que está tentando se adaptar aos tempos modernos enquanto é assombrado pelas memórias de suas ações sob controle da H.I.D.R.A. como Soldado Invernal. Vemos ele assassinando um inocente em uma de suas missões e depois acompanhamos ele convivendo com o pai da vítima, como forma de tentar conseguir perdão. É realmente complicado porque esse estresse pós-traumático é parte da vida desse personagem, que passou grande parte da vida sem ter direito sobre o próprio corpo. Em dado momento, Bucky acorda de um desses pesadelos/ memórias e é mostrado ele dormindo no chão, uma referência ao diálogo de Steve Rogers (Chris Evans) e Sam Wilson (Anthony Mackie) logo no comecinho de “Capitão 2”, quando Steve diz que a maior dificuldade do pós-guerra é deitar numa cama macia, como se eles não fossem dignos daquilo. Mostra o Bucky dormindo no chão é quase como se ele ainda vivesse essa guerra, esse dilema pessoal. É um personagem que busca redenção e deve encontrar seu destino nessa série.

Falcao 1

Outro personagem que está tentando encontrar seu rumo depois de ser “blipado” de volta é Sam Wilson, o Falcão (Anthony Mackie). No filme de 2014, sabemos que ele abandonou a Força Aérea dos EUA após a morte de seu parceiro em uma das missões. Agora, ele voltou a trabalhar com a Aeronáutica, muito provavelmente por conta do Tratado de Sokovia. Agora de uniforme novo e com o Asa Vermelha ainda mais tecnológico, ele desempenha missões táticas muito parecidas com as que Steve fazia para a S.H.I.E.L.D. antes de desmontar a organização. Ah, é bom lembrar que o Asa Vermelha é um um falcão de verdade nos quadrinhos, enquanto a versão cinematográfica do ajudante é um drone cheio de artifícios. Condiz mais com esse universo.

Asa Vermelha
A estreia do Asa Vermelha aconteceu em Capitão América: Guerra Civil (2016). Agora ele retornou com uma tecnologia ainda mais avançada.

Mas o grande destaque de Sam é justamente sua parte pessoal. É muito legal ver isso porque a Marvel marcou seu nome de vez no mercado dos quadrinhos quando passou a criar personagens e fazer histórias nas quais as pessoas por baixo das máscaras importavam muito mais do que o herói que ela representava. Ver esse lado humano de Sam, um homem que passou por muitas perdas e agora tem a difícil missão de substituir o Capitão América em um país entranhado pelo racismo é um fardo aparentemente pesado demais para ele. Ao abrir mão do escudo para deixá-lo em exposição no museu, o Falcão assume que não está pronto para isso e que tem outros problemas a serem resolvidos no momento. Um deles é a questão financeira da família Wilson. Vindo de uma família de pescadores, Sam viu sua irmã e seus sobrinhos – que eram apenas bebês antes dele ser “apagado” por Thanos (Josh Brolin) – ter que lidar com as finanças sozinha, entrando numa grave crise monetária, chegando ao ponto de ter que vender o barco dos pais deles. O mercado financeiro mudou com a miséria causada pelo desaparecimento das pessoas e parece ter mudado de novo com a volta das mesmas. Empréstimos não são mais tão fáceis de conseguir sem ter garantias muito altas, o que complica ainda mais a situação dos Wilson. Há quanto tempo não víamos um herói nas telas com problemas reais como pagar as contas e botar comida na mesa? Isso era coisa do Homem-Aranha, mas com a bolsa financeira de Tony Stark (Robert Downey Jr.), nem o Peter Parker (Tom Holland) do MCU passava dificuldade.

Falcaozinho

Ainda falando sobre o Falcão, um novo personagem do universo do herói é introduzido na série. Trata-se de Joaquín Torres (Danny Ramirez), um jovem que estreia nos quadrinhos justamente nessa fase em que o Falcão assume o manto do Capitão América. Nas HQs, ele é um jovem de origem mexicana que acaba sendo capturado pela Sociedade da Serpente para ser envolvido em um experimento que mistura o DNA dele com o do Asa Vermelha, transformando-o em um menino-pássaro. Ele acaba criando uma relação de amizade muito legal com o herói e herda o nome do Falcão quando ele passa a usar o nome de Capitão América. Na série, ele é um militar que presta suporte terrestre para as missões de Sam e demonstra ter muita admiração pelo herói. Pode ser que terminemos a série com ele sendo o novo Falcão.

Nick fury Sword

Em certo momento, Joaquín brinca sobre Steve estar sendo escondido em uma base do governo na lua. Se a série tivesse sido a primeira do Disney+, provavelmente isso aqui passaria batido, mas como já vimos em WandaVision, a E.S.P.A.D.A. tem uma sede espacial que já pode estar sendo comentada pelos órgãos do governo como um tipo de lenda ou brincadeira. No entanto, como vimos em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), essa base espacial existe e Nick Fury (Samuel L. Jackson) está nela.

 

B35B0F69 3B11 4D44 8FA2 387255F3C803Antes da série estrear os fãs especulavam que Madripoor seria introduzida nesta produção. Muito popular nos quadrinhos do Wolverine, Madripoor é uma cidade fictícia de Cingapura, onde o crime e o tráfico tecnológico internacional imperam. Pois bem, o que era boato virou realidade por conta de um frame nos créditos finais. Em uma das mensagens exibidas, conseguimos ler o recorte: “forces from neighboring Madripoor”. Isso quer dizer que o Wolverine vai aparecer? Provavelmente não, mas é uma das primeiras referências ao universo mutante que efetivamente acontecem no MCU.

John Walker

Por fim, chegamos à introdução de John Walker (Wyatt Russell), que é o Agente Americano nos quadrinhos. Ele começa como um vilão e acaba se tornando um herói mais pra frente. No entanto, na série, ele não parece ser mau. O personagem foi descrito como um militar muito bem intencionado que é escolhido para ser o novo Capitão América. No entanto, essa “substituição” é anunciada pelo mesmo governador que afirmou para Sam que entregar o escudo para o museu era o melhor a ser feito. E mesmo conhecendo e interagindo com o Falcão, ele sequer cogitou chamá-lo para assumir o manto do herói bandeiroso, algo que era um desejo do próprio Steve Rogers. É bem provável que o “novo Capitão” passe a interagir com Sam e Bucky nos próximos episódios, conforme ele for ganhando mais desenvolvimento. É um personagem interessante que, segundo os diretores, vai forçar Wyatt a ser mais do que um “loirinho bonitão”. Ou seja, vem coisa boa aí. Será que ele terá envolvimento com os Apátridas? Ou com Zemo (Daniel Brühl)? Só assistindo para saber.

Falcao Capa

O primeiro dos seis episódios estabeleceu bem esse retorno às origens do MCU, trazendo problemas do mundo real para as telas. Misturando bem ação e desenvolvimento dos personagens, podemos esperar uma produção muito promissora e importante para a Fase Quatro. Enquanto alguns diretores acham que “filmes adultos” se resumem a filtros escuros e violência gratuita, Falcão e o Soldado Invernal busca a maturidade retratando situações e dificuldades humanas mantendo um bom humor de quem segue com a mais humana das características: a esperança em meio a um cenário ruim. Que venham os próximos episódios!

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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