O Festival de Sundance aconteceu recentemente e, embora seja um evento importante para o cinema independente, este ano o festival se mostrou mais tímido e com pouca repercussão.
Segundo a Variety, apesar do retorno de Donald Trump à presidência dos EUA, não houve manifestações contra o atual presidente. Os publicitários pediram aos jornalistas para evitarem perguntas sobre questões políticas, e as celebridades preferiram não se posicionar, deixando seus filmes falarem por si mesmas.
Para efeito de comparação, em 2017, durante a posse de Trump, a apresentadora Chelsea Handler liderou uma Marcha das Mulheres que reuniu 8.000 pessoas, incluindo Kristen Stewart e o fundador da Netflix, Reed Hastings, enquanto artistas como Mary J. Blige fizeram duras críticas ao presidente recém-empossado nas estreias de seus filmes.
Além disso, o festival deste ano teve poucos acordos de distribuição fechados.
Tradicionalmente, Sundance é uma plataforma onde várias produções independentes são adquiridas por grandes estúdios, mas, em 2025, o evento viu um número bem reduzido de contratos fechados.
Isso se deve, em grande parte, ao esfriamento do mercado e à queda nas vendas de ingressos, que fizeram os grandes estúdios ficarem mais cautelosos ao apostar em filmes que podem não agradar ao público em geral.
Empresas como Apple, Amazon e Netflix, que anteriormente impulsionavam o evento, se mostraram mais reservadas este ano.
Como resultado, nos primeiros cinco dias de festival, nenhum filme foi vendido, algo inédito até então. Isso aconteceu mesmo com muitos desses filmes contando com talentos como Benedict Cumberbatch (‘The Thing With Feathers’), Olivia Colman (‘Jimpa’) e Dev Patel (‘Rabbit Trap’).