O ator australiano Chris Hemsworth deu um tempo nos dias de Deus do Trovão para estrelar o drama de guerra ‘12 Heróis‘ (12 Strong), que foi lançado sem muito sucesso em 2018 e agora estreou em 2º lugar entre os filmes mais assistidos do Amazon Prime Video.
O filme é baseado na história real dos primeiros soldados das Forças Especiais a pisarem no Afeganistão após os ataques terroristas em Nova York, nas Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.
Confira o trailer:
O filme conquistou apenas 50% de aprovação no Rotten Tomatoes.
O lance com 12 Heróis é que, primeiro, ele se comporta no meio termo entre algo um pouco mais sério e embasado, como A Hora Mais Escura (2012), por exemplo, aonde a política de bastidores não está tão distante da realidade, sobrando alfinetadas para eles mesmos; e Rambo III (1988), no qual Stallone se uniu aos guerrilheiros do Afeganistão com objetivo de libertar o povo dos malvados soviéticos. No quesito, sobram explosões, tiros e cenas de ação a cavalo – sim, igual ao filme do cabeludo musculoso de faixa vermelha na cabeça, pouco mudou nessas décadas, já que o país é todo constituído de rochas, montanhas e cavernas. Aqui, a pirotecnia exagerada e incrível chega inclusive a cansar, com cenas repetitivas – apesar da exímia edição.
O texto dos tarimbados Ted Tally (O Silêncio dos Inocentes) e Peter Craig (Atração Perigosa) não faz por menos e se equilibra bem na tênue linha, conseguindo subverter o esperado, entregando um discurso lúcido e imparcial na medida certa. Por exemplo, um líder revolucionário (Navid Negahban), o General Dostum, é quem ciceroneia os soldados americanos para derrubar o Talibã presente na região. Ele tem outra agenda, assim como os americanos, e também o outro líder guerreiro com o qual os EUA trataram de fazer acordo caso este não dê resultado. Tais notas de esperteza no texto dão a pitada certa de cinismo, sem que se crie uma visão 100% inocente dos envolvidos.
Para termos uma ideia do que nos espera em 12 Heróis, é só lembrar dos filmes do Capitão América, da Marvel, em especial o primeiro (2011) e o segundo (2014), sobre os quais todos estavam inseguros por se tratar de um personagem que usa como uniforme a bandeira de um país que não estava em seu melhor momento de popularidade. Imagine agora. Porém, assim como a superprodução de super-herói, este drama de guerra deu um jeito de reverter o quadro, se tornando acessível e crítico o suficiente. Tudo que precisamos fazer é dar uma chance e não julgar o livro pela capa.