segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Glass Onion | Quem é o assassino da sequência de ‘Entre Facas e Segredos’?

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Cuidado: muitos spoilers à frente.

No último dia 23 de dezembro, a Netflix lançou em seu catálogo o aguardado mistério cômico Glass Onion: Um Mistério Knives Out’, sequência do aclamado longa-metragem ‘Entre Facas e Segredos’, de 2019.



Na trama, Daniel Craig retorna em seu segundo caso como o famoso detetive Benoit Blanc, que viaja a uma luxuosa ilha particular grega, mas descobre que o excêntrico dono da propriedade, Miles Bron (Edward Norton), não o convidou. Enquanto Benoit começa a se questionar do motivo de ter sido chamado por uma pessoa misteriosa, este é apenas um dos mistérios que ele deverá desvendar – principalmente quando um dos outros convidados cai morto em plena vista.

A produção se tornou um sucesso gigantesco de crítica, com vários especialistas inclusive caracterizando-a como superior à original, enquanto já quebrou inúmeros recordes de visualização na plataforma de streaming – o que não é nenhuma surpresa, considerando o trabalho impecável de Rian Johnson na direção e no roteiro.

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A produção ganha nossa atenção em virtude da condução narrativa e pelo fato de nos guiar em um caminho totalmente diferente do esperado. Como apresentado no enredo, Benoit acredita que Miles seja alvo de uma tentativa de assassinato – uma oportunidade perfeita, visto que cada um dos outros convidados tem motivo de sobra para querer seu fim. Temos Andi (Janelle Monáe), ex-parceira de negócios de Miles, que sofreu um golpe pelo próprio magnata e não pôde reclamar a propriedade intelectual da própria invenção; Claire (Kathryn Hahn), governadora do estado de Connecticut que foi financiada por Miles para concorrer ao senado dos Estados Unidos em troca da aprovação de uma tecnologia duvidosa; Lionel (Leslie Odom Jr.), cientista que foi escalado para tomar conta da companhia do empresário; Birdy (Kate Hudson), uma ex-modelo hedonista e controversa que foi redescoberta e patrocinada por Miles para sair do buraco e se tornar uma designer de moda – e que faz da vida de Peg (Jessica Henwick) um inferno; e Duke (Dave Bautista), um streamer que luta pelos direitos dos homens e é respaldado pela mente predatória de seu apoiador.

Logo, é apenas natural que acreditemos que o alvo do assassino é Miles – e, como já visto em produções similares, sua personalidade odiável não o torna passível de afeição pelos espectadores, mas nos leva a querer ver de que forma o homicídio será resolvido. Qual a nossa surpresa quando, diferente do que imaginávamos, Duke é misteriosamente envenenado, bebendo do copo de Miles e aumentando as suspeitas de Benoit e de todos os outros.

A princípio, os olhos se voltam para Andi. Afinal, ela é a pessoa com mais motivos para querer o fim de Miles. Como já mencionado, ambos eram parceiros, mas Andi se posicionou contra as decisões erráticas do colaborador e o impediu de fazer o que queria – mas não antes de Miles anunciar ao mundo com uma prova aparentemente irrefutável que ele tinha criado tudo do zero e que Andi tinha apenas embarcado como coadjuvante. Entretanto, “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”, citando uma clássica passagem de ‘Hamlet’, de William Shakespeare.

À medida que a história se desenrola, somos levados a acreditar que esta é apenas mais uma investida qualquer no gênero do mistério. Porém, conforme vimos na obra anterior, as coisas são mais complexas do que aparentam: o foco não é descobrir quem matou Duke e tentou matar Miles, mas sim arrancar a confissão de quem assassinou Andi.

Sim, é isso mesmo: Andi está morta. A personagem que vemos em cena é sua irmã gêmea, Helen (obviamente também interpretada por Monáe), que pede ajuda de Benoit para descobrir o que aconteceu. Afinal, ela recebeu a informação de que Andi se suicidou ao ingerir uma grande quantidade de pílulas soníferas, mas as coisas tomam um caminho mais obscuro quando Helen descobre que a irmã havia encontrado a prova de que Miles era uma farsa e que ela havia sido a responsável pelo império criado. Logo, a dupla une forças para descobrir quem realmente é o culpado.

A notícia do falecimento de Andi não havia vazado para a imprensa até todos se encontrarem na propriedade privada, mas todos os convidados ficaram boquiabertos ao vê-la ali. E, como vemos no terceiro ato da produção, o responsável tanto pela morte de Andi quanto pela morte de Duke foi Miles.

Ao encontrar a prova em questão, Andi enviou um e-mail para Claire, Lionel, Birdy e Duke – mas Lionel vazou a informação para Miles, que foi obrigado a viajar até a residência da ex-colega de profissão, envenená-la e roubar o documento oficial. Duke era o único a tê-lo visto saindo da casa de Andi e, quando a notícia de sua morte ganhou as manchetes mundiais, ele juntou as peças e foi confrontar Miles. O magnata, sabendo da mortal alergia a abacaxi de Duke, utilizou a informação à sua própria vantagem e, temendo ser chantageado por aqueles que controlava como uma marionete, tirou-o do jogo em um piscar de olhos.

É claro que a verdade não ficaria escondida por muito tempo – principalmente com a mente aguçada de Benoit, que resolveu o crime em questão de minutos e depois de engendrar uma atuação aplaudível. E, contrariando as nossas expectativas, a finalização do arco não veio com o final feliz prometido, mas com um ciclo de vingança satisfatório que colocou fim na autoridade tirânica de Miles.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Na trama, Daniel Craig retorna em seu segundo caso como o famoso detetive Benoit Blanc, que viaja a uma luxuosa ilha particular grega, mas descobre que o excêntrico dono da propriedade, Miles Bron (Edward Norton), não o convidou. Enquanto Benoit começa a se questionar do motivo de ter sido chamado por uma pessoa misteriosa, este é apenas um dos mistérios que ele deverá desvendar – principalmente quando um dos outros convidados cai morto em plena vista.

A produção se tornou um sucesso gigantesco de crítica, com vários especialistas inclusive caracterizando-a como superior à original, enquanto já quebrou inúmeros recordes de visualização na plataforma de streaming – o que não é nenhuma surpresa, considerando o trabalho impecável de Rian Johnson na direção e no roteiro.

A produção ganha nossa atenção em virtude da condução narrativa e pelo fato de nos guiar em um caminho totalmente diferente do esperado. Como apresentado no enredo, Benoit acredita que Miles seja alvo de uma tentativa de assassinato – uma oportunidade perfeita, visto que cada um dos outros convidados tem motivo de sobra para querer seu fim. Temos Andi (Janelle Monáe), ex-parceira de negócios de Miles, que sofreu um golpe pelo próprio magnata e não pôde reclamar a propriedade intelectual da própria invenção; Claire (Kathryn Hahn), governadora do estado de Connecticut que foi financiada por Miles para concorrer ao senado dos Estados Unidos em troca da aprovação de uma tecnologia duvidosa; Lionel (Leslie Odom Jr.), cientista que foi escalado para tomar conta da companhia do empresário; Birdy (Kate Hudson), uma ex-modelo hedonista e controversa que foi redescoberta e patrocinada por Miles para sair do buraco e se tornar uma designer de moda – e que faz da vida de Peg (Jessica Henwick) um inferno; e Duke (Dave Bautista), um streamer que luta pelos direitos dos homens e é respaldado pela mente predatória de seu apoiador.

Logo, é apenas natural que acreditemos que o alvo do assassino é Miles – e, como já visto em produções similares, sua personalidade odiável não o torna passível de afeição pelos espectadores, mas nos leva a querer ver de que forma o homicídio será resolvido. Qual a nossa surpresa quando, diferente do que imaginávamos, Duke é misteriosamente envenenado, bebendo do copo de Miles e aumentando as suspeitas de Benoit e de todos os outros.

A princípio, os olhos se voltam para Andi. Afinal, ela é a pessoa com mais motivos para querer o fim de Miles. Como já mencionado, ambos eram parceiros, mas Andi se posicionou contra as decisões erráticas do colaborador e o impediu de fazer o que queria – mas não antes de Miles anunciar ao mundo com uma prova aparentemente irrefutável que ele tinha criado tudo do zero e que Andi tinha apenas embarcado como coadjuvante. Entretanto, “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”, citando uma clássica passagem de ‘Hamlet’, de William Shakespeare.

À medida que a história se desenrola, somos levados a acreditar que esta é apenas mais uma investida qualquer no gênero do mistério. Porém, conforme vimos na obra anterior, as coisas são mais complexas do que aparentam: o foco não é descobrir quem matou Duke e tentou matar Miles, mas sim arrancar a confissão de quem assassinou Andi.

Sim, é isso mesmo: Andi está morta. A personagem que vemos em cena é sua irmã gêmea, Helen (obviamente também interpretada por Monáe), que pede ajuda de Benoit para descobrir o que aconteceu. Afinal, ela recebeu a informação de que Andi se suicidou ao ingerir uma grande quantidade de pílulas soníferas, mas as coisas tomam um caminho mais obscuro quando Helen descobre que a irmã havia encontrado a prova de que Miles era uma farsa e que ela havia sido a responsável pelo império criado. Logo, a dupla une forças para descobrir quem realmente é o culpado.

A notícia do falecimento de Andi não havia vazado para a imprensa até todos se encontrarem na propriedade privada, mas todos os convidados ficaram boquiabertos ao vê-la ali. E, como vemos no terceiro ato da produção, o responsável tanto pela morte de Andi quanto pela morte de Duke foi Miles.

Ao encontrar a prova em questão, Andi enviou um e-mail para Claire, Lionel, Birdy e Duke – mas Lionel vazou a informação para Miles, que foi obrigado a viajar até a residência da ex-colega de profissão, envenená-la e roubar o documento oficial. Duke era o único a tê-lo visto saindo da casa de Andi e, quando a notícia de sua morte ganhou as manchetes mundiais, ele juntou as peças e foi confrontar Miles. O magnata, sabendo da mortal alergia a abacaxi de Duke, utilizou a informação à sua própria vantagem e, temendo ser chantageado por aqueles que controlava como uma marionete, tirou-o do jogo em um piscar de olhos.

É claro que a verdade não ficaria escondida por muito tempo – principalmente com a mente aguçada de Benoit, que resolveu o crime em questão de minutos e depois de engendrar uma atuação aplaudível. E, contrariando as nossas expectativas, a finalização do arco não veio com o final feliz prometido, mas com um ciclo de vingança satisfatório que colocou fim na autoridade tirânica de Miles.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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