quinta-feira , 21 novembro , 2024

Globo de Ouro 2018 | Melhores Momentos – O ano da representatividade feminina

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Quem acompanha o mundo do cinema sabe que 2017 ficou marcado por uma mancha negra. Como se já não bastasse a falta de oportunidade para bons papeis femininos dentro da indústria de Hollywood, a maior meca de cinema do mundo, e a diferença salarial gritante, um lado negro da glamorosa “terra dos sonhos” veio à trona, trazendo toda a sua podridão. Era imaginado, mas nunca declarado, nunca reivindicado, nunca jogado às claras. Abusos de poderosos especialmente em relação a mulheres, propagados durante décadas, finalmente foram julgados.

Poderosos como Harvey Weinstein, o mega empresário e lobista da indústria – que tem mais de 80 casos de assédio e tentativas de estupro (e sabe-se lá se de fato tem algum estupro em seu “currículo”, eu não duvidaria, as acusações foram feitas) – e o ator Kevin Spacey, só para citar os principais, são as pontas de um iceberg que atingiu Hollywood e a faz afundar lentamente, enquanto tentam reparar os danos de forma desesperada. Justamente por isso, assim como na edição passada dos prêmios da Academia no chamado “Oscar So Wihite”, o que vimos foi a vitória da representatividade feminina. Os votantes dos prêmios da imprensa estrangeira em Hollywood aderiram à causa, de forma mais correta e merecida impossível, e premiaram filmes como Três Anúncios para um Crime, Lady Bird – A Hora de Voar e o alemão Em Pedaços, na categoria de filme estrangeiro – filmes de temáticas e teores diferentes, mas que trazem mulheres fortes, independentes e decididas, passando por cima do sistema para conquistarem seus objetivos.



Mais do que isso, as vitórias de Lady Bird nas categorias de melhor atriz para Saoirse Ronan e melhor filme de comédia ou musical, aumentam o hype do longa e de uma possível indicação para sua comandante, a atriz Greta Gerwig, estreando na direção solo de um filme. Tudo bem que os votantes do Globo de Ouro não são os mesmos do Oscar, e vindouros prêmios de sindicatos poderão mexer ainda mais este caldeirão, mas sem dúvidas o segundo prêmio de maior visibilidade dentro da indústria influencia grande parte dos votantes – muitos sequer assistem aos filmes indicados e seguem o fluxo do “disse me disse”. Gerwig é a única mulher na função com chances reais de uma indicação ao Oscar hoje.

Fora isso, a Academia pode não querer passar pela mesma vergonha e constrangimento que não apenas os votantes do Globo de Ouro passaram, mas também os indicados, quando Natalie Portman subiu ao palco para anunciar o vencedor na categoria de direção e proferiu um indignado “todos homens diretores”. O que seguiu nos closes dos rostos dos indicados foi puro desconforto. De fato, não lembro de ter visto imagens de graúdos como Ridley Scott e Steven Spielberg tão sem graça de serem anunciados a um prêmio. A vitória foi para o mexicano Guillermo del Toro, também sinônimo de representatividade, que soube contornar muito bem a saia justa. A alfinetada de Natalie Portman foi considerada de certo mau gosto e fora de hora por alguns, por ter tirado um pouco do brilho do trabalho destes veteranos. A verdade é que protestos deste tipo são feitos assim mesmo, nas horas que mais incomodam, justamente para sacudir.

A Forma da Água, fantasia de Guillermo del Toro, tido como favorito no início da corrida pode estar perdendo a força. O filme saiu apenas com dois prêmios, de diretor e trilha sonora. O longa parece deslocado em meio a este turbilhão de inúmeras questões essenciais para os tempos de hoje, apostando na nostalgia – apesar de dar ênfase a certos paralelos com a paranoia e o medo provenientes da Guerra Fria da década de 1960, traduzidos para a era de Trump. Por outro lado, medalhões como Me Chame Pelo Seu Nome e The Post – A Guerra Secreta saíram de mãos abanando. O primeiro, drama gay elogiadíssimo, foi unanimidade junto aos críticos e igualmente é sinônimo de representatividade. A verdade é que a esta altura, com tantas produções que visam falar sobre igualmente, seja racial ou de gênero, alguma(s) precisa sair prejudicada, afinal o prêmio é entregue apenas para um filme – e o foco do ano é a luta feminina.

Mas também tivemos prêmios para homens. Gary Oldman levou na categoria de ator principal. Merecidíssimo, já que o veterano é a alma, e a força que impulsiona o político O Destino de uma Nação – prêmio que esperamos que se repita no Oscar. Uma das maiores surpresas, no entanto, foi a consagração de James Franco e consequentemente de Artista do Desastre, um ótimo filme que celebra o ruim, o tosco, já que foca nos bastidores de The Room (2003), considerado um dos piores filmes já produzidos na história da sétima arte. Franco, com seu jeito de bom moço sempre com a mente entorpecida no mundo da lua, subiu ao palco e fez questão de levar com ele o irmão, Dave, e também o acompanhante, o motivo de tudo, o figuraça Tommy Wiseau – a face de The Room, personificado no longa por Franco. Assim que subiram ao palco, Wiseau, como bom sem noção que é, foi tomando a dianteira e prontamente pegando o microfone para seu discurso, ao que Franco deu um sugestivo “chega pra lá” no sujeito, o empurrando com o braço, e atendendo aos holofotes.

Outros momentos memoráveis da noite foram os inflamados discursos das vencedoras. Elisabeth Moss, vencedora pela série The Handmaid´s Tale, e Frances McDormand, trataram de aproveitar o momento para discursar sobre a questão em pauta – apresentada nos primeiros parágrafos deste texto. Mas o discurso mais comentado, e que com certeza ainda irá ecoar por muito tempo ao longo deste e de próximos anos, foi o da apresentadora, atriz, empresária e uma das mulheres mais poderosas dos EUA na atualidade, Oprah Winfrey – que levou o prêmio Cecil B. DeMille, pelo conjunto da obra. Oprah se tornou a 15ª mulher a receber o prêmio em 75 anos de evento (este prêmio, no entanto, é entregue há 66 anos). E a primeira mulher negra a receber a honraria – com apenas mais três atores negros ao seu lado: Sidney Poitier, Morgan Freeman e Denzel Washington. Ou seja, realmente uma grande quebra de barreira. E que venham outras.

Veja abaixo a lista completa dos vencedores:

Cinema

Melhor animação
Com amorVan Gogh
O Poderoso Chefinho
O Touro Ferdinando
The Breadwinner
►  ‘Viva: A Vida é Uma Festa

Melhor roteiro de filme
A Forma da Água‘ – Guillermo del Toro
A Grande Jogada‘ – Aaron Sorkin
‘Lady Bird: É Hora de Voar‘ – Greta Gerwig
The Post: A Guerra Secreta‘ – Liz HannahJosh Singer
►  ‘Três Anúncios Para um Crime‘ – Martin McDonagh

Melhor trilha sonora para filme
►  ‘A Forma da Água‘ – Alexandre Desplat
Dunkirk‘ – Hans Zimmer
The Post: A Guerra Secreta’ – John Williams
Trama Fantasma‘ – Jonny Greenwood
Três Anúncios Para um Crime‘ – Carter Burwell

Melhor Filme – Drama
Me Chame Pelo Seu Nome
The Post
Dunkirk
A Forma da Água
►   ‘Três Anúncios para um Crime

Melhor filme língua estrangeira
►  ‘Em Pedaços‘ – Aus dem Nichts
First They Killed My Father: A daughter of Cambodia remembers
Nelyubov‘ (Loveless)
The Square
Uma Mulher Fantástica

Melhor Filme – Comédia ou musical
Artista do Desastre
Corra!
ITonya
►   ‘Lady Bird: É Hora de Voar
O Rei do Show

Melhor ator de filme – Drama
Daniel Day-Lewis – ‘Trama Fantasma
Denzel Washington – ‘Roman J. Israel, Esq.
►  Gary Oldman – ‘O Destino de uma Nação
Timothée Chalamet – ‘Me Chame Pelo Seu Nome
Tom Hanks – ‘The Post: A Guerra Secreta

Melhor ator – Musical ou comédia
Ansel Elgort – ‘Em Ritmo de Fuga
Daniel Kaluuya – ‘Corra!
Hugh Jackman – ‘O Rei do Show
►  James Franco – ‘Artista do Desastre
Steve Carell – ‘A Guerra dos Sexos

Melhor diretor
►  Guillermo del Toro, ‘A Forma da Água
Martin McDonagh, ‘Três Anúncios Para um Crime
Christopher Nolan, ‘Dunkirk
Ridley Scott, ‘Todo o Dinheiro do Mundo
Steven Spielberg, ‘The Post

Melhor atriz em filme de comédia ou musical
Judi Dench, ‘Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha’
Helen Mirren, ‘The Leisure Seeker
Margot Robbie, ‘ITonya
►   Saoirse Ronan, ‘Lady Bird
Emma Stone, ‘A Guerra dos Sexos

Melhor atriz – Drama
►   Frances McDormand, ‘Três Anúncios para um Crime
Jessica Chastain, ‘A Grande Jogada
Meryl Streep, ‘The Post: A Guerra Secreta’
Michelle Williams, ‘All the Money in the World’
Sally Hawkins, ‘A Forma da Água

Melhor ator Coadjuvante
Armie Hammer, ‘Me Chame Pelo Seu Nome
Christopher Plummer, ‘All the Money in the World’
Richard Jenkins, ‘A Forma da Água
►  Sam Rockwell, ‘Três Anúncios para um Crime
Willem Dafoe, ‘Projeto Flórida’

Melhor atriz Coadjuvante
►  Alison Janney, ‘ITonya
Hong Chau, ‘Pequena Grande Vida’
Laurie Metcalf, ‘Lady Bird: A Hora de Voar’
Mary J. Blidge, ‘Mudbound’
Octavia Spencer, ‘A Forma da Água

Melhor Canção Original
‘A Estrela de Belém’, The Star – Mariah Carey e Marc Shaiman
‘Mudbound’, Mighty River – Mary J. Blidge e Raphael Saadiq
►  O Rei do Show’, This is Me – Justin Paul e Benj Pasek
O Touro Ferdinando’, Home – Nick Jonas, Justin Tranter e Nick Monson
‘Viva: A Vida é uma Festa’, Remember Me – Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez

Televisão

Melhor atriz de minissérie ou filme feito para TV
Jessica Biel – ‘The Sinner
Jessica Lange – ‘Feud
►  Nicole Kidman – ‘Big Little Lies
Reese Witherspoon – ‘Big Little Lies
Susan Sarandon – ‘Feud

Melhor ator coadjuvante para série, minissérie ou filme feito para TV
►  Alexander Skarsgård – ‘Big Little Lies
Alfred Molina – ‘Feud
Christian Slater – ‘Mr. Robot
David Harbour – ‘Stranger things
David Thewlis – ‘Fargo

Melhor ator em série limitada ou filme feito para TV
Robert De Niro, ‘The Wizard of Lies‘ (HBO)
►  Ewan McGregor, ‘Fargo‘ (FX)
Geoffrey Rush, ‘Genius‘ (National Geographic)
Jude Law, ‘The young Pope‘ (HBO)
Kyle MacLachlan, ‘Twin Peaks‘ (ABC)

Melhor filme para TV ou série limitada
Big Little Lies‘ (HBO)
Fargo‘ (FX)
Feud: Bette and Joan‘ (FX)
The Sinner‘ (USA Network)
Top of the Lake: China Girl‘ (BBC)

Melhor série – Musical ou comédia
Black-ish
Master of None
SMILF
►  ‘The Marvelous Mrs. Maisel
Will & Grace

Melhor atriz coadjuvante em série, minissérie ou filme para TV
Ann Dowd – ‘The Handmaid’s Tale
Chrissy Metz – ‘This Is Us
►  Laura Dern – ‘Big Little Lies
Michelle Pfeiffer – ‘O Mago das Mentiras
Shailene Woodley – ‘Big Little Lies

Melhor série dramática
The Crown
Game of Thrones
► ‘The Handmaid’s Tale
Stranger Things
This is Us

Melhor atriz em série dramática
Catriona Balfe, ‘Outlander
Claire Foy, ‘The Crown
Maggie Gylenhaal, ‘The Deuce
Katherine Langford, ‘13 Reasons Why
►  Elisabeth Moss, ‘The Handmaid’s Tale

Melhor ator em série dramática
Jason Bateman, ‘Ozark
►  Sterling K. Brown, ‘This is Us
Freddie Highmore, ‘The Good Doctor
Bob Odenkirk, ‘Better Call Saul
Liev Schreiber, ‘Ray Donovan

Melhor ator em série de comédia ou musical
Anthony Anderson, ‘Black-ish
►  Aziz Ansari, ‘Master of None
Kevin Bacon, ‘I love Dick
William H. Macy, ‘Shameless
Eric McCormack, ‘Will and Grace

Melhor atriz em série de comédia ou musical
Pamela Adlon, ‘Better Things
Alison Brie, ‘Glow
►  Rachel Brosnahan, ‘The Marvelous Mrs. Maisel
Issa Rae, ‘Insecure
Frankie Shaw, ‘Smilf

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Globo de Ouro 2018 | Melhores Momentos – O ano da representatividade feminina

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Quem acompanha o mundo do cinema sabe que 2017 ficou marcado por uma mancha negra. Como se já não bastasse a falta de oportunidade para bons papeis femininos dentro da indústria de Hollywood, a maior meca de cinema do mundo, e a diferença salarial gritante, um lado negro da glamorosa “terra dos sonhos” veio à trona, trazendo toda a sua podridão. Era imaginado, mas nunca declarado, nunca reivindicado, nunca jogado às claras. Abusos de poderosos especialmente em relação a mulheres, propagados durante décadas, finalmente foram julgados.

Poderosos como Harvey Weinstein, o mega empresário e lobista da indústria – que tem mais de 80 casos de assédio e tentativas de estupro (e sabe-se lá se de fato tem algum estupro em seu “currículo”, eu não duvidaria, as acusações foram feitas) – e o ator Kevin Spacey, só para citar os principais, são as pontas de um iceberg que atingiu Hollywood e a faz afundar lentamente, enquanto tentam reparar os danos de forma desesperada. Justamente por isso, assim como na edição passada dos prêmios da Academia no chamado “Oscar So Wihite”, o que vimos foi a vitória da representatividade feminina. Os votantes dos prêmios da imprensa estrangeira em Hollywood aderiram à causa, de forma mais correta e merecida impossível, e premiaram filmes como Três Anúncios para um Crime, Lady Bird – A Hora de Voar e o alemão Em Pedaços, na categoria de filme estrangeiro – filmes de temáticas e teores diferentes, mas que trazem mulheres fortes, independentes e decididas, passando por cima do sistema para conquistarem seus objetivos.

Mais do que isso, as vitórias de Lady Bird nas categorias de melhor atriz para Saoirse Ronan e melhor filme de comédia ou musical, aumentam o hype do longa e de uma possível indicação para sua comandante, a atriz Greta Gerwig, estreando na direção solo de um filme. Tudo bem que os votantes do Globo de Ouro não são os mesmos do Oscar, e vindouros prêmios de sindicatos poderão mexer ainda mais este caldeirão, mas sem dúvidas o segundo prêmio de maior visibilidade dentro da indústria influencia grande parte dos votantes – muitos sequer assistem aos filmes indicados e seguem o fluxo do “disse me disse”. Gerwig é a única mulher na função com chances reais de uma indicação ao Oscar hoje.

Fora isso, a Academia pode não querer passar pela mesma vergonha e constrangimento que não apenas os votantes do Globo de Ouro passaram, mas também os indicados, quando Natalie Portman subiu ao palco para anunciar o vencedor na categoria de direção e proferiu um indignado “todos homens diretores”. O que seguiu nos closes dos rostos dos indicados foi puro desconforto. De fato, não lembro de ter visto imagens de graúdos como Ridley Scott e Steven Spielberg tão sem graça de serem anunciados a um prêmio. A vitória foi para o mexicano Guillermo del Toro, também sinônimo de representatividade, que soube contornar muito bem a saia justa. A alfinetada de Natalie Portman foi considerada de certo mau gosto e fora de hora por alguns, por ter tirado um pouco do brilho do trabalho destes veteranos. A verdade é que protestos deste tipo são feitos assim mesmo, nas horas que mais incomodam, justamente para sacudir.

A Forma da Água, fantasia de Guillermo del Toro, tido como favorito no início da corrida pode estar perdendo a força. O filme saiu apenas com dois prêmios, de diretor e trilha sonora. O longa parece deslocado em meio a este turbilhão de inúmeras questões essenciais para os tempos de hoje, apostando na nostalgia – apesar de dar ênfase a certos paralelos com a paranoia e o medo provenientes da Guerra Fria da década de 1960, traduzidos para a era de Trump. Por outro lado, medalhões como Me Chame Pelo Seu Nome e The Post – A Guerra Secreta saíram de mãos abanando. O primeiro, drama gay elogiadíssimo, foi unanimidade junto aos críticos e igualmente é sinônimo de representatividade. A verdade é que a esta altura, com tantas produções que visam falar sobre igualmente, seja racial ou de gênero, alguma(s) precisa sair prejudicada, afinal o prêmio é entregue apenas para um filme – e o foco do ano é a luta feminina.

Mas também tivemos prêmios para homens. Gary Oldman levou na categoria de ator principal. Merecidíssimo, já que o veterano é a alma, e a força que impulsiona o político O Destino de uma Nação – prêmio que esperamos que se repita no Oscar. Uma das maiores surpresas, no entanto, foi a consagração de James Franco e consequentemente de Artista do Desastre, um ótimo filme que celebra o ruim, o tosco, já que foca nos bastidores de The Room (2003), considerado um dos piores filmes já produzidos na história da sétima arte. Franco, com seu jeito de bom moço sempre com a mente entorpecida no mundo da lua, subiu ao palco e fez questão de levar com ele o irmão, Dave, e também o acompanhante, o motivo de tudo, o figuraça Tommy Wiseau – a face de The Room, personificado no longa por Franco. Assim que subiram ao palco, Wiseau, como bom sem noção que é, foi tomando a dianteira e prontamente pegando o microfone para seu discurso, ao que Franco deu um sugestivo “chega pra lá” no sujeito, o empurrando com o braço, e atendendo aos holofotes.

Outros momentos memoráveis da noite foram os inflamados discursos das vencedoras. Elisabeth Moss, vencedora pela série The Handmaid´s Tale, e Frances McDormand, trataram de aproveitar o momento para discursar sobre a questão em pauta – apresentada nos primeiros parágrafos deste texto. Mas o discurso mais comentado, e que com certeza ainda irá ecoar por muito tempo ao longo deste e de próximos anos, foi o da apresentadora, atriz, empresária e uma das mulheres mais poderosas dos EUA na atualidade, Oprah Winfrey – que levou o prêmio Cecil B. DeMille, pelo conjunto da obra. Oprah se tornou a 15ª mulher a receber o prêmio em 75 anos de evento (este prêmio, no entanto, é entregue há 66 anos). E a primeira mulher negra a receber a honraria – com apenas mais três atores negros ao seu lado: Sidney Poitier, Morgan Freeman e Denzel Washington. Ou seja, realmente uma grande quebra de barreira. E que venham outras.

Veja abaixo a lista completa dos vencedores:

Cinema

Melhor animação
Com amorVan Gogh
O Poderoso Chefinho
O Touro Ferdinando
The Breadwinner
►  ‘Viva: A Vida é Uma Festa

Melhor roteiro de filme
A Forma da Água‘ – Guillermo del Toro
A Grande Jogada‘ – Aaron Sorkin
‘Lady Bird: É Hora de Voar‘ – Greta Gerwig
The Post: A Guerra Secreta‘ – Liz HannahJosh Singer
►  ‘Três Anúncios Para um Crime‘ – Martin McDonagh

Melhor trilha sonora para filme
►  ‘A Forma da Água‘ – Alexandre Desplat
Dunkirk‘ – Hans Zimmer
The Post: A Guerra Secreta’ – John Williams
Trama Fantasma‘ – Jonny Greenwood
Três Anúncios Para um Crime‘ – Carter Burwell

Melhor Filme – Drama
Me Chame Pelo Seu Nome
The Post
Dunkirk
A Forma da Água
►   ‘Três Anúncios para um Crime

Melhor filme língua estrangeira
►  ‘Em Pedaços‘ – Aus dem Nichts
First They Killed My Father: A daughter of Cambodia remembers
Nelyubov‘ (Loveless)
The Square
Uma Mulher Fantástica

Melhor Filme – Comédia ou musical
Artista do Desastre
Corra!
ITonya
►   ‘Lady Bird: É Hora de Voar
O Rei do Show

Melhor ator de filme – Drama
Daniel Day-Lewis – ‘Trama Fantasma
Denzel Washington – ‘Roman J. Israel, Esq.
►  Gary Oldman – ‘O Destino de uma Nação
Timothée Chalamet – ‘Me Chame Pelo Seu Nome
Tom Hanks – ‘The Post: A Guerra Secreta

Melhor ator – Musical ou comédia
Ansel Elgort – ‘Em Ritmo de Fuga
Daniel Kaluuya – ‘Corra!
Hugh Jackman – ‘O Rei do Show
►  James Franco – ‘Artista do Desastre
Steve Carell – ‘A Guerra dos Sexos

Melhor diretor
►  Guillermo del Toro, ‘A Forma da Água
Martin McDonagh, ‘Três Anúncios Para um Crime
Christopher Nolan, ‘Dunkirk
Ridley Scott, ‘Todo o Dinheiro do Mundo
Steven Spielberg, ‘The Post

Melhor atriz em filme de comédia ou musical
Judi Dench, ‘Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha’
Helen Mirren, ‘The Leisure Seeker
Margot Robbie, ‘ITonya
►   Saoirse Ronan, ‘Lady Bird
Emma Stone, ‘A Guerra dos Sexos

Melhor atriz – Drama
►   Frances McDormand, ‘Três Anúncios para um Crime
Jessica Chastain, ‘A Grande Jogada
Meryl Streep, ‘The Post: A Guerra Secreta’
Michelle Williams, ‘All the Money in the World’
Sally Hawkins, ‘A Forma da Água

Melhor ator Coadjuvante
Armie Hammer, ‘Me Chame Pelo Seu Nome
Christopher Plummer, ‘All the Money in the World’
Richard Jenkins, ‘A Forma da Água
►  Sam Rockwell, ‘Três Anúncios para um Crime
Willem Dafoe, ‘Projeto Flórida’

Melhor atriz Coadjuvante
►  Alison Janney, ‘ITonya
Hong Chau, ‘Pequena Grande Vida’
Laurie Metcalf, ‘Lady Bird: A Hora de Voar’
Mary J. Blidge, ‘Mudbound’
Octavia Spencer, ‘A Forma da Água

Melhor Canção Original
‘A Estrela de Belém’, The Star – Mariah Carey e Marc Shaiman
‘Mudbound’, Mighty River – Mary J. Blidge e Raphael Saadiq
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Melhor atriz de minissérie ou filme feito para TV
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Jessica Lange – ‘Feud
►  Nicole Kidman – ‘Big Little Lies
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Susan Sarandon – ‘Feud

Melhor ator coadjuvante para série, minissérie ou filme feito para TV
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Melhor série – Musical ou comédia
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