Aqui no CinePOP, amamos e apoiamos o cinema nacional. Nossa produção cinematográfica é rica e dona de uma história importantíssima para a cultura. Cada vez mais os filmes brasileiros se tornam sucessos de crítica mundo afora, com obras emplacando em festivais internacionais. Nossos dramas sociais rompem barreiras e arrastam um público crescente para as salas do país. Assim como produções mais voltadas ao entretenimento constantemente batem recordes nas telonas.
Com isso em mente, o CinePOP resolve homenagear nossa cultura através da sétima arte, com uma nova lista de indicações de filmes que foram grandes sucessos recentes e já podem ser conferidos nas plataformas da rede Telecine – além dos canais a cabo, o streaming Telecine Play. Confira abaixo e programe-se.
Bacurau
Dirigido por Kleber Mendonça Filho – de outro grande sucesso nacional: Aquarius (2016) -, em parceria com Juliano Dornelles, Bacurau foi o filme brasileiro mais comentado de 2019. Misturando elementos do surrealismo de David Lynch com a ultraviolência estilizada de Quentin Tarantino, sem esquecer as questões sociais tão importantes em nossas obras, o filme aborda uma pequena cidade do nordeste que misteriosamente desaparece dos mapas, e o povo do vilarejo que tenta compreender a enigmática situação. No elenco, a ótima Bárbara Colen e a veterana Sônia Braga.
Minha Fama de Mau
Biografia do Tremendão Erasmo Carlos, o filme mostra as origens do cantor fã de rock n roll na década de 1970, e seu relacionamento de amizade com Roberto Carlos e outras figuras da música nacional que viriam a formar a Jovem Guarda. O filme é dirigido por Lui Farias, filho do diretor Roberto Farias – que comandou os filmes de Roberto e Erasmo na década de 1960. Ou seja, a produção não poderia estar mais “em casa”. Chay Suede protagoniza como Erasmo, e Gabriel Leone é Roberto Carlos.
Simonal
Outra biografia de um músico de sucesso no Brasil, este considerado mais polêmico. Wilson Simonal foi um dos maiores artistas negros de grande amplitude da música popular nacional ainda na década de 1960, mas viu sua carreira cair em desgraça após ser acusado de colaborar com os militares entregando colegas perseguidos durante a ditadura. Esta biografia reúne a dupla de outro filme com ligação musical, Faroeste Caboclo (2013), baseado na canção da Legião Urbana: Fabrício Boliveira e Isis Valverde.
Benzinho
A síndrome do ninho vazio é o tema deste drama nacional de sucesso, que fez boa carreira em festivais internacionais, como Sundance e Rotterdam. Escrito pelo ex-casal da vida real, Karine Teles e o diretor Gustavo Pizzi. Na trama, Teles vive a matriarca de uma família, preocupada com a viagem de intercâmbio de seu filho adolescente, e sua mudança para outro país. Ao mesmo tempo, ela precisa lidar com o caso de abuso doméstico de sua irmã – papel de Adriana Esteves.
Ferrugem
Outro drama nacional de enorme prestígio, Ferrugem também esteve em Sundance e em outros eventos internacionais. O foco aqui é em uma trama mais sombria e dramática, abordando o bullying da geração online, cujo celular muitas vezes serve como arma. A obra possui fortes ecos do potente mexicano Depois de Lúcia (2012).
O Doutrinador
Filme de super-herói brasileiro, O Doutrinador é baseado nos quadrinhos de Luciano Cunha, sobre um policial que sofre uma grande tragédia em sua vida quando seu filho é alvejado por uma bala perdida. No melhor estilo O Justiceiro e Batman, o sujeito decide usar uma máscara e uma fantasia para combater o crime, focando principalmente na fonte dos problemas, os políticos e poderosos corruptos do país.
Chacrinha
O velho guerreiro é o assunto desta biografia, que reutiliza ideias de um espetáculo teatral sobre o mesmo personagem, reciclando inclusive o protagonista Stepan Nercessian na pele do apresentador icônico. No filme, Stepan divide o papel com Eduardo Sterblitch, que interpreta Chacrinha na juventude e início de carreira no rádio. Para quem viveu a época, mesmo que na infância, é uma muito bem-vinda viagem ao passado, com direito a abacaxis, buzinas e o eterno bordão: “Terezinhaaaaaa… uh uh”.
Coração de Cowboy
A popularidade da música sertaneja nunca esteve tão em alta. Aproveitando o gancho, aparece este drama muito eficiente com roteiro e direção do talentoso Gui Pereira. O jovem músico e ator Gabriel Sater, filho do cantor Almir Sater, protagoniza seu primeiro longa e tira de letra, tendo muito em comum com o personagem, um cantor voltando às raízes em busca de inspiração. Em sua pequena cidade, ele tenta se reconectar com o pai turrão (papel de Jackson Antunes) e se apaixona por uma atraente mulher espirituosa (Thaila Ayala). O longa conta com participação da dupla Chitãozinho e Xororó.
As Boas Maneiras
Filmaço de terror brasileiro, As Boas Maneiras é dirigido pela dupla de especialistas, os colaboradores usuais Marco Dutra e Juliana Rojas – que estão por trás de algumas das produções nacionais mais renomadas do gênero. No longa, os cineastas se utilizam de questões sociais – como a relação de patroa e empregada – para contar uma história sobre amores maternais diferentes. Ana (Marjorie Estiano) está grávida, mas tudo indica que o pai de seu bebê é uma lenda do folclore: um lobisomem. Assim, cabe à empregada doméstica da mulher, Clara (Isabél Zuaa), a criação do menino Joel (Miguel Lobo), até que seus instintos também comecem a aflorar.
Real: O Plano por Trás da História
Aqui temos uma curiosa investida, uma biografia não de um personagem, mas um retrato de como nosso país conseguiu se reerguer no início da década de 1990, após uma das maiores crises já vistas por aqui, que por pouco não quebrou o Brasil. Quem viveu a época acompanhou o terror de perto. Após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, nossa inflação atingiu 40% mensais, os preços de produtos mudavam de forma diária. Assim, o ministro Fernando Henrique Cardoso alista um grupo de brilhantes economistas – entre eles o controverso Gustavo Franco (papel de Emílio Orciollo Netto) – para arquitetar um plano de emergência a fim de salvar o país da falência. O roteiro brilhante é assinado por Mikael de Albuquerque.
Dona Flor e Seus Dois Maridos
Nova versão de um dos maiores clássicos de nosso cinema, que por sua vez é baseado no icônico texto de Jorge Amado. Nesta refilmagem, a bela e talentosa Juliana Paes é quem protagoniza no papel imortalizado por Sônia Braga, o da fogosa Dona Flor. A personagem é uma mulher feliz no casamento com Vadinho, tirando o fato de que além de não contribuir para o sustento da casa, o sujeito ainda pega o suado dinheiro que ela conquista para jogar. Após a morte do malandro, ela se casa de novo – com o responsável e bonzinho Teodoro. Mas sente tanta falta do primeiro marido, que ele termina se materializando novamente na forma de um fantasma para a mulher. Na nova versão, Marcelo Faria interpreta Vadinho (antes vivido por José Wilker), e Leandro Hassum faz Teodoro (antes papel de Mauro Mendonça). O filme original foi indicado ao Globo de Ouro de produção estrangeira em 1979.