
Olivia Rodrigo parou o mundo novamente nas últimas semanas com o lançamento de ‘GUTS’, seu aguardado 2º álbum de estúdio.
Contando com os singles “vampire”, “bad idea right?” e “get him back”, o compilado de originais se tornou, em pouquíssimo tempo, uma das melhores estreias do ano e, de fato, um profundo amadurecimento em relação a seu debute com ‘SOUR’. Apostando fichas no pop-punk e no rock, além de nos convidar a uma viagem para os anos 1990 e começo dos anos 2000, Rodrigo consagrou a si mesma como uma das melhores artistas da nova geração – com grandes chances de levar mais prêmios do Grammy no próximo ano.
Para celebrar o contínuo sucesso do álbum, preparamos uma breve lista em que elegemos as cinco melhores canções de ‘GUTS’.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita – e se ela está no ranking:
5. “BALLAD OF A HOMESCHOOLED GIRL”

Ainda que se afaste da imagética arquitetada em ‘SOUR’, Rodrigo pega os melhores aspectos de seu début e as transforma em força-motriz de sua nova obra. Em “ballad of a homeschooled girl”, o fraseamento irrompe como característica marcante, com cada um dos versos pronunciado de formas infinitas que dialogam com as angústias jovens-adultas. Mas, como a cereja do bolo, ela mergulha num anacronismo encantador que bebe do post-grunge, do rock e do pop-punk.
4. “MAKING THE BED”

A impecável “making the bed” mergulha na angustiante apatia do piano e é pincelada com dream-rock e synth-rock, criando um vórtice emocionante e quase antêmico. Aliada a essa composição magnífica, cortesia de seu trabalho com Dan Nigro, a declamatória poesia de responsabilidade e cansaço mental é resumida por versos-chave como “mas sou eu quem tem feito a cama” e “às vezes, sinto que não quero estar onde estou” – refletindo uma capacidade crítica invejável que dialoga com o senso de não-pertencimento.

3. “LOVE IS EMBARRASSING”

Com “love is embarrassing”, Rodrigo dá início a uma conclusão esplendorosa de um álbum memorável. Apresentando um encontro comovente entre decepção, esperança e autoconsciência, a faixa faz alusão a The Runaways, por exemplo, à medida que assina um manifesto dolorosamente íntimo sobre os percalços do amor – cuja narrativa é muito comum a qualquer um que já tenha se sentido assim por alguém. E, como destaque, temos a junção dos versos “olhe enquanto eu me crucifico por um perdedor de segunda mão que não vale a pena mencionar”.
2. “LOGICAL”

A mística e letárgica mistura de folk e dream-pop de “logical” são excruciantes do começo ao fim: aqui, Olivia deixa que as frustrações de seu eu-lírico sejam exprimidas como ela bem entenda, permitindo que seu arrependimento fique marcado como um crucial coming-of-age. As impactantes notas do piano retornam como uma de suas marcas registradas, à medida que ela adentra o refrão com a pungente frase ” você me faz pensar: 2 + 2 = 5, e eu sou o amor da sua vida”.
1. “THE GRUDGE”

Já ficou bem claro que Rodrigo não tem nenhum problema em dizer o que pensa, principalmente com os títulos de suas músicas – e “the grudge” não é nenhuma exceção. Traduzida para “o ressentimento”, a música permite que a cantora construa uma ponte estrutural com “drivers license” de maneira poética e que acrescenta mais uma obra-prima à sua jovem carreira. Aqui, ela pondera o término de um relacionamento que ainda machuca e que culmina com alguns dos versos mais dilacerantes da memória recente (“é preciso de força para perdoar, mas não me sinto forte”).