Caroline Hollick, ex-chefe de dramas do Channel 4, criticou duramente a atriz Gwyneth Paltrow, classificando suas declarações sobre coordenadores de intimidade como “irresponsáveis”.
Segundo o Deadline, Hollick argumentou que os comentários de Paltrow demonstram como os coordenadores de intimidade foram “jogados nas margens das guerras culturais”.
“De vez em quando, um ator faz um comentário sobre gostar ou não de coordenadores de intimidade”, disse Hollick. “Gwyneth Paltrow disse que cresceu em uma época em que [as pessoas em Hollywood] ‘tiravam a roupa e seguiam em frente’. Como uma mulher poderosa em Hollywood atuando com um homem muito mais jovem que ela, bem, tenho certeza de que [Timothée Chalamet] está tranquilo, mas achei uma coisa bastante irresponsável de se dizer”.
Hollick enfatizou a importância de considerar “o poder e as estruturas de poder” ao avaliar o papel dos coordenadores de intimidade, cujo uso se intensificou desde o movimento #MeToo.
“Trazer um coordenador de intimidade para o set empodera um ator, porque há alguém ao seu lado que está ali para lutar por ele”, explicou Hollick. “Os produtores têm uma agenda, os roteiristas têm uma agenda e os diretores têm uma agenda. Então, ter alguém para apoiar o intérprete é importante”.
Hollick defendeu que a indústria equipare as cenas de sexo ao status das cenas de ação, permitindo aos criadores “aprofundar-se nas questões e dizer, ‘Essas cenas são divertidas e sensuais e tudo bem também'”.
Ela negou querer menos sexo na TV, argumentando que o oposto é necessário: “É importante que tenhamos mais sexo na TV, caso contrário, as pessoas só verão pornografia em termos de representação. Parece que, com a explosão da pornografia, há menos sexo na TV, e pesquisas mostram que a Geração Z não gosta disso, eles querem romance [tradicional]”.
A crítica de Hollick surge após Gwyneth Paltrow revelar que dispensou a ajuda de coordenadores de intimidade durante as filmagens de ‘Marty Supreme’, a cinebiografia da A24 estrelada por Timothée Chalamet.
Coordenadores de intimidade são profissionais contratados para facilitar a comunicação entre atores e diretores em cenas íntimas, uma função que ganhou destaque após o movimento #MeToo.
Segundo o Deadline, ao ser abordada por uma coordenadora de intimidade para revisar uma cena física, Paltrow respondeu: “Menina, eu sou da era em que você se despia, se deitava na cama e a câmera estava ligada”.
Durante as gravações de uma cena de sexo com e Chalamet, Paltrow afirmou que se sentiu confortável e dispensou o profissional.
“Dissemos: ‘Acho que estamos bem. Você pode dar um passo para trás'”, lembrou Paltrow.
A atriz também expressou sua preocupação com o impacto dos coordenadores de intimidade na liberdade artística.
“Não sei como é para os jovens que estão começando, mas… se alguém chegar e disser: ‘Ok, agora ele vai colocar a mão aqui’… Eu me sentiria, como artista, muito sufocada por isso”, acrescentou.
Paltrow ainda elogiou seu colega de elenco, descrevendo Chalamet como “um símbolo sexual do tipo intelectual”.
“Ele é apenas um cara muito educado, bem criado, eu ia dizer garoto… Ele é um homem que leva seu trabalho muito a sério e é um parceiro divertido”, declarou.
Além de Chalamet, o longa será estrelado por Gwyneth Paltrow, Odessa A’zion, Penn Jillette, Kevin O’Leary, Tyler the Creator e Abel Ferrara.
‘Marty Supreme’ é baseado na autobiografia Marty Reisman, que foi lançada em 1974. A trama abordará as façanhas do ex-jogador, enquanto se aprofunda no mundo do Ping Pong e na vida de Reisman.
O roteiro do longa é assinado pelo diretor Josh Safdie e Ronald Bronstein. Safdie também entra como diretor.
‘Marty Supreme’ tem previsão de lançamento para 2025. As filmagens já começaram em Nova York.
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