quinta-feira , 6 fevereiro , 2025

Há 25 anos, ‘Pânico 3’ denunciou os abusos sexuais em Hollywood… e quase ninguém percebeu!

Hollywood começou a mostrar suas verdadeiras cores após a prisão de Harvey Weinstein e, mais recentemente, a de P. Diddy. No entanto, os abusos no setor aconteciam há décadas, e a indústria do audiovisual sempre deixou pistas sobre esses comportamentos.

Pânico 3 foi pioneiro e ousado ao expor isso. O filme teve seu lançamento atrasado por quase um ano devido a problemas de produção, e a atmosfera de mistério que cercava a produção foi algo que me marcou profundamente. Após ver o filme, ficou evidente para mim que o terror representado na tela era uma crítica direta aos casos de assédio e estupro envolvendo Harvey Weinstein, que, somente em 2023, foi finalmente condenado a 16 anos de prisão por violência sexual.

A franquia ‘Pânico, em especial, foi afetada por uma enorme controvérsia nos bastidores, com um embate entre o roteirista Kevin Williamson e os irmãos Weinstein, produtores da saga. Esse conflito resultou na dispensa de Williamson de ‘Pânico 3 e na contratação de Ehren Kruger para reescrever algumas cenas do filme. E foi justamente nessa reescrita que Kruger fez questão de expor uma crítica bastante explícita à realidade de Hollywood.

No enredo, a protagonista Sidney Prescott (Neve Campbell) descobre, com grande choque, que sua mãe, Maureen, tentou ser atriz em Los Angeles e foi vítima de múltiplos abusos por parte de executivos do estúdio. A personagem de Maureen muda-se para Hollywood com a esperança de conquistar o estrelato e, sob o pseudônimo de “Rina Reynolds”, atua em três filmes para um estúdio fictício, a Sunrise Studios (que poderia ser uma referência à The Weinstein Company),

Maureen é estuprada durante uma festa organizada por John Milton, um produtor e ícone do terror (Harvey Weinstein?). O trauma desse abuso assombra Maureen, levando-a a abandonar a indústria do cinema e a vida em Hollywood.

Esse tipo de retrato, por mais grotesco que pareça, ressoou de maneira estranha, principalmente quando, anos depois, descobrimos que esse tipo de “festa” de Hollywood realmente existia nos bastidores da indústria. O fato de um filme produzido pelos irmãos Weinstein apresentar uma narrativa tão próxima da realidade, envolvendo assédio sexual e abuso de poder, é um detalhe que não podemos ignorar.

Além dessas revelações, ‘Pânico 3 também traz uma participação surpreendente de Carrie Fisher, que faz uma sátira ao próprio meio em que trabalhava. Ela interpreta uma atriz que é uma sósia de uma famosa estrela, revelando em tom de humor ácido que não conseguiu o papel de Princesa Leia em Star Wars porque se recusou a “fazer sexo” com o diretor George Lucas. O que parecia uma piada irônica se transformou em uma crítica feroz ao machismo e à exploração sexual que permeiam Hollywood.

Temos também a cena em que Angelina Tyler, que interpreta Sidney na produção dentro do filme, revela que conquistou o papel não por seu talento, mas porque teve um relacionamento sexual com o produtor, John Milton. Em outras palavras, a indústria de Hollywood é mostrada como um lugar onde as oportunidades profissionais são muitas vezes conquistadas de maneira não profissional, mas sim por meio de troca de favores sexuais e abuso de poder.

Essa complexa crítica a Hollywood em ‘Pânico 3 se torna até mais relevante hoje, à luz dos escândalos que vieram à tona ao longo dos anos. O filme completa 25 anos esta semana e, à medida que envelhece, revela-se cada vez mais um retrato sombrio da indústria do entretenimento. O que parecia ser uma ficção ousada, hoje é visto como uma denúncia de algo que estava sendo praticado nas sombras há muito tempo. O filme não só foi profético, como também envelheceu como um bom vinho, ainda mais relevante à medida que a verdade sobre os abusos e as manipulações de Hollywood se torna mais e mais visível para o público.

Assista as cenas:

 

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Hollywood começou a mostrar suas verdadeiras cores após a prisão de Harvey Weinstein e, mais recentemente, a de P. Diddy. No entanto, os abusos no setor aconteciam há décadas, e a indústria do audiovisual sempre deixou pistas sobre esses comportamentos.

Pânico 3 foi pioneiro e ousado ao expor isso. O filme teve seu lançamento atrasado por quase um ano devido a problemas de produção, e a atmosfera de mistério que cercava a produção foi algo que me marcou profundamente. Após ver o filme, ficou evidente para mim que o terror representado na tela era uma crítica direta aos casos de assédio e estupro envolvendo Harvey Weinstein, que, somente em 2023, foi finalmente condenado a 16 anos de prisão por violência sexual.

A franquia ‘Pânico, em especial, foi afetada por uma enorme controvérsia nos bastidores, com um embate entre o roteirista Kevin Williamson e os irmãos Weinstein, produtores da saga. Esse conflito resultou na dispensa de Williamson de ‘Pânico 3 e na contratação de Ehren Kruger para reescrever algumas cenas do filme. E foi justamente nessa reescrita que Kruger fez questão de expor uma crítica bastante explícita à realidade de Hollywood.

No enredo, a protagonista Sidney Prescott (Neve Campbell) descobre, com grande choque, que sua mãe, Maureen, tentou ser atriz em Los Angeles e foi vítima de múltiplos abusos por parte de executivos do estúdio. A personagem de Maureen muda-se para Hollywood com a esperança de conquistar o estrelato e, sob o pseudônimo de “Rina Reynolds”, atua em três filmes para um estúdio fictício, a Sunrise Studios (que poderia ser uma referência à The Weinstein Company),

Maureen é estuprada durante uma festa organizada por John Milton, um produtor e ícone do terror (Harvey Weinstein?). O trauma desse abuso assombra Maureen, levando-a a abandonar a indústria do cinema e a vida em Hollywood.

Esse tipo de retrato, por mais grotesco que pareça, ressoou de maneira estranha, principalmente quando, anos depois, descobrimos que esse tipo de “festa” de Hollywood realmente existia nos bastidores da indústria. O fato de um filme produzido pelos irmãos Weinstein apresentar uma narrativa tão próxima da realidade, envolvendo assédio sexual e abuso de poder, é um detalhe que não podemos ignorar.

Além dessas revelações, ‘Pânico 3 também traz uma participação surpreendente de Carrie Fisher, que faz uma sátira ao próprio meio em que trabalhava. Ela interpreta uma atriz que é uma sósia de uma famosa estrela, revelando em tom de humor ácido que não conseguiu o papel de Princesa Leia em Star Wars porque se recusou a “fazer sexo” com o diretor George Lucas. O que parecia uma piada irônica se transformou em uma crítica feroz ao machismo e à exploração sexual que permeiam Hollywood.

Temos também a cena em que Angelina Tyler, que interpreta Sidney na produção dentro do filme, revela que conquistou o papel não por seu talento, mas porque teve um relacionamento sexual com o produtor, John Milton. Em outras palavras, a indústria de Hollywood é mostrada como um lugar onde as oportunidades profissionais são muitas vezes conquistadas de maneira não profissional, mas sim por meio de troca de favores sexuais e abuso de poder.

Essa complexa crítica a Hollywood em ‘Pânico 3 se torna até mais relevante hoje, à luz dos escândalos que vieram à tona ao longo dos anos. O filme completa 25 anos esta semana e, à medida que envelhece, revela-se cada vez mais um retrato sombrio da indústria do entretenimento. O que parecia ser uma ficção ousada, hoje é visto como uma denúncia de algo que estava sendo praticado nas sombras há muito tempo. O filme não só foi profético, como também envelheceu como um bom vinho, ainda mais relevante à medida que a verdade sobre os abusos e as manipulações de Hollywood se torna mais e mais visível para o público.

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