Durante o auge da pandemia, quando os cinemas passaram por seu momento mais difícil precisando fechar completamente as portas, a solução encontrada pela indústria para seguir funcionando foi lançar suas produções nas plataformas de streaming para serem assistidas em casa pelo público. A tendência deu muito certo e viu surgir diversas novas empresas americanas, a terra do empreendedorismo. Assim, em pouco tempo todos os maiores estúdios de Hollywood, a terra do cinema, colocaram para funcionar seus próprios canais de streaming, onde estrearam suas superproduções. Demonstrando que esta nova forma de se consumir lançamentos chegou para ficar, mesmo as coisas caminhando a passos largos para voltarem ao normal, tudo o que não recebe lançamento exclusivo nos streamings diminuiu consideravelmente a ponte entre os cinemas e nossa casa. Ou seja, mesmo os lançamentos nas telonas de grandes filmes, em pouco tempo já estão disponíveis para serem vistos no conforto de nossos lares. Pensando nisso, resolvemos formular uma nova lista com os grandes filmes que em pouquíssimo tempo já estão todos disponíveis na plataforma da HBO Max – uma das preferidas do grande público, e uma das que mais cresce, de propriedade do grupo Warner. Confira abaixo.
Uncharted – Fora do Mapa
Começamos a lista com o lançamento mais recente da plataforma, e um dos maiores desta primeira metade do ano. O que acontece aqui é que embora este blockbuster não faça parte da biblioteca da Warner, a HBO Max fechou um acordo com a Sony Pictures de exclusividade de estreia de suas produções. Assim esperem ver o acervo do estúdio presente no catálogo do streaming. Segundo filme da dobradinha do jovem astro Tom Holland com a Sony, após o mega sucesso de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (que em breve chega nas plataforma também), Uncharted foi igualmente um sucesso estrondoso, que sacudiu as coisas na primeira metade de 2022 como uma das maiores bilheterias da temporada. Baseado num famoso videogame sobre um explorador nos moldes de Indiana Jones, o filme traz Holland e Mark Wahlberg unindo forças em aventuras à moda antiga de tirar o fôlego. O sucesso foi tanto que não deixa dúvidas para a eventual continuação.
Morbius
Por falar em Tom Holland e no herói Homem-Aranha, a Sony ainda é dona dos direitos do personagem e de todo o seu universo, o que inclui seu elenco coadjuvante, como os vilões. O estúdio tirou rapidamente do forno o filme do Venom e sua sequência – e já planeja longas com Kraven – O Caçador, Madame Teia e a Mulher-Aranha. Isso sem falar nas animações do Aranhaverso. No meio tempo, lançou este Morbius, sobre um personagem secundário da galeria de vilões do protagonista, que a Sony tratou de elevar ao primeiro time ao escalar o vencedor do Oscar Jared Leto para o papel título. Michael Morbius é um médico exemplar, que sofre com uma terrível doença rara. Entre a vida e a morte, ele resolve arriscar tudo num tratamento não muito ortodoxo. Ele encontra a cura, mas os efeitos colaterais são, digamos, fantásticos. Morbius ganha habilidades de um morcego, incluindo capacidade de voo, radar, mas também sua sede de sangue. O filme foi um dos sucessos deste início de 2022.
Um Diário para Jordan
Baseado no livro de Dana Canedy e no diário pessoal do verdadeiro Charles Monroe King, este drama sobre uma história real passou fora de todos os radares, apesar de contar com talento de sobra na frente e atrás das câmeras. Com produção da Sony, começaremos com o maior nome envolvido na produção: o do astro Denzel Washington. É o vencedor do Oscar quem dirige o filme, fazendo deste seu quarto longa como realizador, e o primeiro após o sucesso do indicado ao Oscar Um Limite Entre Nós (2016). Ou seja, prestígio não falta a este drama. Segundo, conta no elenco protagonizando o jovem astro em ascensão Michael B. Jordan – marcando assim o primeiro encontro entre dois dos mais talentosos artistas negros de gerações distintas. Na trama, Jordan interpreta Charles Monroe King, um militar em missão em Bagdá, que mantém um diário para seu filho ainda na barriga da esposa, por precaução caso não consiga conhece-lo devido à guerra.
Me Tira da Mira
Também temos produções brasileiras entre as dicas dos filmes que acabaram de sair dos cinemas e fizeram sucesso. Aqui quem comanda o show é Cleo, que interpreta uma policial num filme de teor muito diferente de Operações Especiais (2015), longa no qual a atriz igualmente vivia uma agente da lei. Esse trata-se de uma comédia, na qual Cleo traz quase toda a família para a festa – só faltou mesmo Glória Pires. Mas temos os reforços de Fábio Júnior e Fiuk, vivendo colegas de profissão da protagonista. Ela investiga mortes muito suspeitas que podem ter ligação com uma clínica de estética para dondocas. Quem dirige o longa é Hsu Chien, cineasta que tem se especializado em comédias nacionais badaladas, e cujo trabalho anterior, Quem Vai Ficar com Mário? está disponível na plataforma “rival” Amazon Prime Video.
Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City
Por falar em plataformas de streaming rivais, a Netflix estreou recentemente a primeira série em live-action baseada numa das franquias de games mais famosas e bem-sucedidas da história: Resident Evil. Quando falamos em adaptações em carne e osso do jogo, a primeira que vem à mente ainda é a série de filmes protagonizados pela ucraniana Milla Jovovich. Esta franquia rendeu nada menos que seis filmes. Mas aí foi a hora de Jovovich e sua personagem Alice se aposentarem e darem espaço para uma nova geração. O que a Sony planejou ao lado do diretor Paul W. S. Anderson (criador da franquia no cinema e marido de Jovovich – aqui atuando como produtor) foi um reboot, recomeçando do zero a história. Muito mais fiel aos jogos e respeitando o espírito de terror ao invés da ação, o novo Resident Evil é mais minimalista e mostra o início da infecção na cidade de Raccoon City, que transformou a população em zumbis. Kaya Scodelario e Robbie Amell são os irmãos Claire e Chris Redfield, e Hannah John-Kamen vive a policial Jill Valentine. Ainda temos espaço para personagens como Leon Kennedy (Avan Jogia) e Albert Wesker (Tom Hopper) na trama.
Venom: Tempo de Carnificina
Voltando para o universo derivado de Homem-Aranha da Sony, o primeiro filme solo de Venom (2018), um dos antagonistas mais populares da galeria do herói, se mostrou um baita sucesso de bilheteria, arrecadando mais de US$800 milhões de forma surpreendente. Assim, o estúdio não perdeu tempo e começou logo a confeccionar uma continuação. A primeira grande mudança foi a troca de direção. Saía Ruben Fleischer e entrava Andy Serkis. Apesar disso, a dança das cadeiras foi quase imperceptível, pois os filmes mantêm uma estética e narrativa similar. Tom Hardy retorna como o protagonista Eddie Brock e seu alter-ego, a gosma mutante Venom – só esperando a hora de encontrar seu maior inimigo, o Homem-Aranha. Enquanto isso, ele enfrenta o terror trazido por outra criatura gosmenta, esta conhecida como Carnificina, que se junta a um serial killer interpretado por Woody Harrelson. E mais uma vez o sucesso foi enorme, garantindo uma terceira parte.
Ghostbusters – Mais Além
Uma das franquias mais queridas da sétima arte, Os Caça-Fantasmas surgiu na década de 80, em 1984, e logo se tornou febre, originando todo tipo de merchandising. E isso antes mesmo de lançar sua continuação em 1989. Muitas divergências fizeram um terceiro filme ficar empacado por décadas – enquanto os fãs ficavam órfãos de novas aventuras do grupo de investigadores paranormais que mais se comportavam como humoristas. Em 2016, o impasse parecia finalmente ter chegado ao fim quando a Sony optou por reformular a franquia, numa nova aventura protagonizada só por mulheres. Podia ter dado certo, não fosse o roteiro sem sal (o que incluía participações especiais bem ruins do elenco original em outros papeis pífios). Assim, a solução foi abandonar essa ideia e resgatar o espírito original, passando a tocha para uma nova geração. Muitos anos depois, Os Caça-Fantasmas finalmente ganhou o tão aguardado terceiro filme, com direito ao retorno dos veteranos, com este Ghostbusters – Mais Além, no ano passado.
Bônus: O Pai da Noiva
Além das produções da Warner, DC e da Sony, o acervo de filmes da HBO Max conta com obras próprias da plataforma, com seus longas originais – planejados para um lançamento já no streaming, independente dos cinemas. É o caso com esta terceira versão de O Pai da Noiva, baseado no livro clássico de Edward Streeter sobre o “pesadelo” de todo pai – pelo menos no passado: entregar a mão de sua filinha em casamento. Isto é, sua filha adulta, mas que todo pai ainda vê como uma criança. A primeira adaptação ocorreu em 1950, num filme protagonizado por Spencer Tracy e Elizabeth Taylor. Já na década de 1990, foi a vez do humorista Steve Martin dar corpo à narrativa, que contava ainda com Diane Keaton e Martin Short no elenco. Agora chega a repaginada de 2022, com uma família de cubanos vivendo nos EUA. Os patriarcas são interpretados por Andy Garcia e Gloria Estefan, e suas “filinhas” são vividas por Adria Arjona e Isabela Merced.