quinta-feira , 21 novembro , 2024

‘Homem-Aranha no Aranhaverso’, animação revolucionária, completa 5 anos

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Poucas vezes na história uma empresa teve um ano de tanto sucesso quanto a Marvel em 2018. A ‘Casa das Ideias’ esteve em cartaz nos cinemas do mundo praticamente o ano inteiro, entre produções suas e filmes lançados em parceria com outros estúdios. Com o selo principal, Pantera Negra (fevereiro), Vingadores: Guerra Infinita (abril) e Homem-Formiga e a Vespa (julho) arrecadaram, juntos, mais de 4 bilhões de dólares em bilheteria pelo mundo. Sob o selo da Fox, Deadpool 2 (maio) e X-Men: Fênix Negra (junho), conseguiram mais de 1 bilhão de dólares combinados. Pelo selo da Sony, Venom (outubro) e Homem-Aranha no Aranhaverso (dezembro nos EUA e janeiro no Brasil), somando as bilheterias, fizeram quase 1.3 bilhão de dólares. Um valor absurdo, além de diversos prêmios e indicações, incluindo quatro estatuetas do Oscar (três para Pantera Negra e uma para ‘Aranhaverso’). Foi um ano sem precedentes para a marca, que parecia não ver limites para onde poderia chegar.

Reprodução/ Sony Pictures e ©A.M.P.A.S.

Mesmo com tanto sucesso no ano, poucas produções deixaram um legado cinematográfico tão grande quanto Homem-Aranha no Aranhaverso. O projeto já havia sido anunciado há algum tempo, mas é possível que nem mesmo o mais otimista executivo da Sony pudesse prever o impacto que esse filme teria no cinema como um todo. Focando exclusivamente na questão técnica, Aranhaverso, que completa cinco anos de existência nesta quinta (14), redefiniu todo o padrão das animações da época, não só virando referência, mas jogando a grande rival, Pixar, para um buraco do qual lutam até hoje para sair.



Na época, o estilo 3D hiper-realista das animações da Pixar era a grande tendência, com os estúdios menores correndo atrás para tentar replicar o sucesso. Só que isso já vinha desde 1995, quando lançaram Toy Story e deram início a essa nova era 3D. Esse estilo cresceu por 20 anos, chegou ao seu auge e começou a se desgastar. No entanto, os outros estúdios não sabiam como fazer para superá-lo. E cá entre nós, não eram muitos executivos que davam aval para projetos que não fossem no 3D ‘padrão’.

Dessa forma, quando a equipe de Aranhaverso ousou trazer uma arte mais ‘cartunizada’, praticamente recriando uma história em quadrinhos nos cinemas, e deu resultado os artistas e o mercado entenderam que era hora de deixar o ‘estilo Pixar’ de lado. Desde então, os principais nomes da indústria começaram a autorizar projetos com animações cheias de personalidade, como A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, Gato de Botas 2: O Último Pedido, Os Caras Malvados, Nimona e o espetacular Tartarugas Ninja: Caos Mutante.

A resposta do público a esse estilo de animação foi extremamente positiva, assim como a da crítica especializada. Nas principais premiações do cinema só deu Aranhaverso. Foi um fenômeno! E depois de tantos anos na mesmice, ter conseguido revolucionar o mercado das animações, permitindo que os artistas e animadores pudessem ousar mais com artes estilizadas, é um legado que bilheteria nenhuma no mundo pode comprar.

Mas não foi só para o cinema que este filme marcou época. Socialmente falando, ele foi uma das primeiras animações protagonizadas por um jovem negro a ter um sucesso desse tamanho. Foi aí que eles passaram outra mensagem – que parecia óbvia para todos, menos para os executivos de Hollywood: o público está mais do que pronto para protagonistas não-brancos. A história de Miles Morales, um jovem de origem latina que acidentalmente vira o novo Homem-Aranha cativou o público. E colocá-lo para se descobrir um herói em meio a outras versões extremamente exóticas do personagem foi um golaço.

Pela primeira vez na história dos filmes do Cabeça de Teia, Peter Parker não foi o protagonista da trama. E superando todas as expectativas, o filme foi um sucesso tamanho. Foi algo tão sensacional que o quase santificado Homem-Aranha 2 (2004), de Sam Raimi, considerado um dos melhores filmes com super-heróis de todos os tempos, enfim arrumou um adversário a altura para que os fãs se questionassem qual era o melhor filme do Homem-Aranha de todos os tempos. Se Homem-Aranha 2 era o Pelé dos filmes do ‘Teioso’, Aranhaverso veio como o Messi.

Independentemente de qual seja o melhor Homem-Aranha de todos os tempos, Aranhaverso se consagrou como um filme espetacular, repleto de momentos de arrepiar e com mensagens extremamente significativas por trás. A sequência do ‘salto de fé’, que termina com o herói aceitando sua responsabilidade e ‘caindo pra cima’ é uma das coisas mais fantásticas já feitas em relação a um Homem-Aranha nos cinemas e ajudou a fazer deste filme uma obra inesquecível. Eterna.

Homem-Aranha no Aranhaverso está disponível no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Reprodução/ Sony Pictures e ©A.M.P.A.S.

Mesmo com tanto sucesso no ano, poucas produções deixaram um legado cinematográfico tão grande quanto Homem-Aranha no Aranhaverso. O projeto já havia sido anunciado há algum tempo, mas é possível que nem mesmo o mais otimista executivo da Sony pudesse prever o impacto que esse filme teria no cinema como um todo. Focando exclusivamente na questão técnica, Aranhaverso, que completa cinco anos de existência nesta quinta (14), redefiniu todo o padrão das animações da época, não só virando referência, mas jogando a grande rival, Pixar, para um buraco do qual lutam até hoje para sair.

Na época, o estilo 3D hiper-realista das animações da Pixar era a grande tendência, com os estúdios menores correndo atrás para tentar replicar o sucesso. Só que isso já vinha desde 1995, quando lançaram Toy Story e deram início a essa nova era 3D. Esse estilo cresceu por 20 anos, chegou ao seu auge e começou a se desgastar. No entanto, os outros estúdios não sabiam como fazer para superá-lo. E cá entre nós, não eram muitos executivos que davam aval para projetos que não fossem no 3D ‘padrão’.

Dessa forma, quando a equipe de Aranhaverso ousou trazer uma arte mais ‘cartunizada’, praticamente recriando uma história em quadrinhos nos cinemas, e deu resultado os artistas e o mercado entenderam que era hora de deixar o ‘estilo Pixar’ de lado. Desde então, os principais nomes da indústria começaram a autorizar projetos com animações cheias de personalidade, como A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, Gato de Botas 2: O Último Pedido, Os Caras Malvados, Nimona e o espetacular Tartarugas Ninja: Caos Mutante.

A resposta do público a esse estilo de animação foi extremamente positiva, assim como a da crítica especializada. Nas principais premiações do cinema só deu Aranhaverso. Foi um fenômeno! E depois de tantos anos na mesmice, ter conseguido revolucionar o mercado das animações, permitindo que os artistas e animadores pudessem ousar mais com artes estilizadas, é um legado que bilheteria nenhuma no mundo pode comprar.

Mas não foi só para o cinema que este filme marcou época. Socialmente falando, ele foi uma das primeiras animações protagonizadas por um jovem negro a ter um sucesso desse tamanho. Foi aí que eles passaram outra mensagem – que parecia óbvia para todos, menos para os executivos de Hollywood: o público está mais do que pronto para protagonistas não-brancos. A história de Miles Morales, um jovem de origem latina que acidentalmente vira o novo Homem-Aranha cativou o público. E colocá-lo para se descobrir um herói em meio a outras versões extremamente exóticas do personagem foi um golaço.

Pela primeira vez na história dos filmes do Cabeça de Teia, Peter Parker não foi o protagonista da trama. E superando todas as expectativas, o filme foi um sucesso tamanho. Foi algo tão sensacional que o quase santificado Homem-Aranha 2 (2004), de Sam Raimi, considerado um dos melhores filmes com super-heróis de todos os tempos, enfim arrumou um adversário a altura para que os fãs se questionassem qual era o melhor filme do Homem-Aranha de todos os tempos. Se Homem-Aranha 2 era o Pelé dos filmes do ‘Teioso’, Aranhaverso veio como o Messi.

Independentemente de qual seja o melhor Homem-Aranha de todos os tempos, Aranhaverso se consagrou como um filme espetacular, repleto de momentos de arrepiar e com mensagens extremamente significativas por trás. A sequência do ‘salto de fé’, que termina com o herói aceitando sua responsabilidade e ‘caindo pra cima’ é uma das coisas mais fantásticas já feitas em relação a um Homem-Aranha nos cinemas e ajudou a fazer deste filme uma obra inesquecível. Eterna.

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